17/08/2011

Homenagem Ney Braga - Benemérito da Indústria Paranaense 2009

Ney Aminthas de Barros Braga

Nasceu na cidade da Lapa, Estado do Paraná, em 25 de julho de 1917.  Entre 1935 e 1937, ingressou na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, com dezoito anos. Em seu primeiro ano do curso eclodiu a Intentona Comunista. A Escola Militar recebeu ordens para lutar contra rebeldes e bloquear a saída para São Paulo pela estrada do Realengo. Graduou-se em Artilharia.

Enquanto isso, em 1935, iniciava-se a construção da Estrada do Cerne no Paraná. O pai de Ney Braga, Sr. Antônio Braga, ex-empregado de uma padaria na Lapa, criou uma empreiteira construtora de obras, a Aranha S.A, com outros sócios, visando participar de construção e obras.

Em 1938 volta a Curitiba como aspirante a oficial e, aos 22 anos, casa-se com Maria José Munhoz da Rocha, filha do ex-governador Caetano Munhoz da Rocha (1920-1928) e irmã de Bento Munhoz da Rocha Neto (futuro governador do estado do Paraná entre 1951 a 1955). Maria José faleceu precocemente em 1944.

Em 1953 recebe o convite de três vereadores de Curitiba (Mylto Anselmo da Silva, Edward de Menezes Caldas e João Stival) para ser candidato a prefeito da capital do estado do Paraná. A indicação foi do então prefeito Ernani Santiago de Oliveira e obteve o importante apoio do governador Bento Munhoz da Rocha Neto.

Ney Braga afastou-se da chefatura de Polícia do Estado e aceitou ser candidato a prefeito, mesmo sem filiação partidária. O partido que o lançou foi o PSP (Partido Social Progressista), do então governador de São Paulo, Ademar de Barros (interventor durante o Estado Novo e eleito governador do poderoso estado de São Paulo em 1947).

Mesmo sem estar filiado a qualquer partido, Ney Braga vence as primeiras eleições diretas para prefeito de Curitiba em 1954. O município tinha aproximadamente 200 mil habitantes. Obteve 18.327 votos (28,7% do total). Antes dele os prefeitos eram nomeados pelo Governador. O segundo colocado foi Wallace Tadeu de Melo e Silva (PST). Ney Braga assume a prefeitura de Curitiba em 15 de novembro de 1954.

Dentre suas ações na prefeitura de Curitiba, destacam-se: reorganização do cadastro fiscal e a identificação de 35 mil propriedades que nunca haviam sido tributadas. Divisão da cidade em cinco zonas fiscais concêntricas. Criação do Mapa de Valores Tributários. Criação do Departamento de Planejamento e Urbanismo, depois transformado em IPPUC pelo Prefeito Ivo Arzua Pereira (62-67).

Em 1958 elegeu-se deputado federal pelo Partido Democrata Cristão (PDC), foi o segundo deputado mais votado, só perdendo para Jânio Quadros, que se elege Deputado Federal pelo PTB do Paraná. Nesse mesmo ano rompe relacionamento com o ex-governador e cunhado Bento Munhoz da Rocha Neto. Daí em diante Ney Braga começará a construir sua liderança incontrastável. Formara um novo grupo político em torno de ideais democráticos e cristãos e com vistas à modernização econômica do Estado do Paraná.

De 1961 a 1964 Ney Braga transformou o Estado do Paraná numa economia moderna. O estado viverá seu momento de maior prosperidade e de criação da infra-estrutura econômica que o caracterizará nos trinta anos seguintes. Ney Braga foi o responsável pela criação do Plano de Desenvolvimento Econômico do Paraná, projeto ousado de industrialização baseando em financiamento com recursos próprios do Estado.

Criou as seguintes empresas como instrumentos de apoio ao gigantesco projeto de modernização: Companhia de Desenvolvimento do Paraná (Codepar), depois de 1968 convertida em Banco de Desenvolvimento do Paraná (Badep); Companhia Agropecuária de Fomento Econômico do Paraná (Café do Paraná); Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar); Companhia de Informática do Paraná (Celepar); Telecomunicações do Paraná S/A (Telepar); e Fundação de Desenvolvimento Educacional do Paraná (Fundepar) para implementar o plano paranaense de educação.

Ney também fortaleceu a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel); reestruturou o Banco do Estado do Paraná (Banestado); e asfaltou a Rodovia do Café, concretizando o primeiro importante esforço de ligação rodoviária do norte cafeeiro ao litoral do Estado, o que permitiu a efetiva ativação do Porto de Paranaguá e a integração física de "dois Paranás": o norte cafeeiro e o litoral e planalto curitibano.

Em 1964 cai o regime democrático no Brasil. No ano seguinte (1967), Ney Braga foi eleito senador do Paraná pela ARENA (Aliança Renovadora Nacional).

Mesmo sendo militar, Ney era convicto democrata, e, por sua oposição ao AI-5, foi inclusive ameaçado de cassação, permanecendo no ostracismo político durante o governo de Emílio Médici.

Ney Braga volta a ser governador do Estado do Paraná, por eleições indiretas, de 1979 a 1982

Ney voltou ao governo do Paraná em 1979 para um novo período de operosa administração voltada para o aumento da renda per capita do paranaense e para o desenvolvimento social do Estado.

Em 1985, Tancredo Neves convida Ney Braga para assumir a presidência da Itaipu Binacional, maior usina hidrelétrica do mundo, onde ele encerra sua carreira política em 1990.

Seu nome nunca esteve ligado a nenhum escândalo. Apesar de todo seu contato com o poder, encerrou sua carreira política residindo na mesma casa onde sempre morou em Curitiba, modestamente e sem fortuna.

Ney Braga não deixou sucessores políticos mas é considerado o principal formador de lideranças políticas no estado, dentre governadores, prefeitos, deputados, senadores e ministros da República. É comum ouvir a expressão "braguismo" para se referir a um grupo político e intelectual ligado ao modelo desenvolvimentista e cristão que se desenvolveu em torno de sua autêntica liderança. Seu maior legado foi a ética na política e a disposição para modernizar o estado do Paraná, tendo liderado um movimento de defesa dos interesses do estado do Paraná, conhecido como paranismo. Não há dúvidas que há um Paraná de antes e um Paraná após Ney Braga.

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