A EVOLUÇÃO DO ENSINO NO SENAI-PR[1]
Inicialmente, na década de 40, a metodologia de ensino da prática profissional era desenvolvida utilizando as chamadas Séries Metódicas de Oficina (SMO), que eram constituídas por folhas de tarefa que indicavam ao aluno "o que fazer" e continham a "ordem das operações", as ferramentas e os materiais a serem utilizados. Ao instrutor competia demonstrar como seriam executadas as operações, supervisionar, controlar e avaliar o processo de ensino-aprendizagem que visava, sobretudo, a aquisição das habilidades psicomotoras. Os aspectos cognitivos eram tratados na própria oficina, pelo ensino da tecnologia, e suplementados em salas de aula, através do ensino de Português, Matemática, Ciências e Desenho Técnico. A eficiência da aprendizagem achava-se integralmente condicionada à capacidade dos docentes.
Anos depois, na década de 60, as Séries Metódicas foram enriquecidas em consonância com o aperfeiçoamento da metodologia de ensino, sendo que cada "Unidade de Instrução" passou a ser integrada por "Folha de Tarefa" (o que fazer), de "Operação" (como fazer) e de "Informações Tecnológicas" (com que fazer). Os alunos, após estudo das unidades de instrução, em grupo ou individualmente, sob a direção do instrutor e em sessões de estudo dirigido, elaboravam o "roteiro de trabalho" para a execução de suas tarefas nas oficinas. Foram instaladas, anexas às oficinas, salas de Preparação do Trabalho de Oficina e adotou-se a técnica da "instrução individual", o desenvolvimento progressivo da iniciativa, do senso de responsabilidade e da criatividade dos alunos. Os instrutores, com a nova metodologia, se responsabilizavam pela demonstração de como executar as operações podendo acompanhar com mais facilidade e melhores resultados a execução das tarefas.
Na busca do aperfeiçoamento de uma metodologia e procurando atender de forma mais racional às necessidades das empresas e às características individuais dos alunos foi utilizado o Ensino Individualizado durante a realização do estudo de tarefa. É de se notar que a instrução individual já vinha sendo adotada para a prática profissional mediante a utilização das "folhas de instrução" (tarefa, operações e informações tecnológicas). O que caracterizou a melhoria da metodologia foi a globalização do ensino de oficina com o das disciplinas instrumentais, permitindo que o aluno condicionasse seu progresso na aprendizagem ao seu próprio ritmo, interesse e conhecimentos anteriormente adquiridos.
Um fato importante na trajetória do SENAI foi a Lei no 5.692, que criou o regime de intercomplementaridade. Isto implicou para o SENAI no desenvolvimento de cursos de Aprendizagem com equivalência ao antigo 1o grau, hoje ensino fundamental. A equivalência trouxe ao SENAI condições mais favoráveis ao processo ensino-aprendizagem, sendo contratados novos profissionais que oxigenaram a Instituição, inclusive culturalmente.
Atendendo às necessidades do mercado, o SENAI adotou o Sistema Modular na Formação Profissional, que se caracterizava pelo ensino individualizado, utilizando material auto-instrucional. Por meio dessa metodologia procurava-se contemplar a individualização, pelo respeito ao ritmo próprio de aprendizagem do aluno; a auto-instrução, que favorecia a individualização, uma vez que o aluno dispunha, no material instrucional, de todas as informações necessárias ao aprendizado que estava realizando; e a personalização, pela flexibilidade dos itinerários de Formação Profissional, que permitia ao aluno escolher seu próprio caminho ocupacional.
Atualmente está em estudo a adoção da formação e da certificação por competências. Competência é a mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes necessários ao desempenho de atividades ou funções típicas segundo padrões de qualidade e produtividade requeridos pela natureza do trabalho. O SENAI está adotando o enfoque por competências procurando maior articulação entre o mundo da educação e do trabalho, ditada pelo novo paradigma da sociedade do conhecimento. Além disso, busca-se a ampliação das oportunidades de inserção profissional do trabalhador, através da preparação para perfis mais abrangentes bem como a renovação do processo de ensino e aprendizagem e o reconhecimento e validação de competência, independente da forma como foram adquiridas, para atendimento das disposições legais, dispostas na Lei de Diretrizes e Bases - LDB, de 1996.
Saiba mais aqui do histórico do Ensino do Senai-PR.
PALANGE, Ivete. O SENAI. 3. ed. Brasília: SENAI. DN, 2001. 100 p. (Série SENAI Formação de Formadores).
SENAI EM AÇÃO. SENAI: quatro decênios marcantes. S.l., n. 25, 1982. Encarte especial.
[1] Os métodos aqui descritos não foram desenvolvidos pelo SENAI-PR e sim pelo SENAI Departamento Nacional - DN, que contou com a colaboração de técnicos de vários Departamentos Regionais, inclusive o do Paraná.
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