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O crescimento do setor de panificação e confeitaria em 2014 deve ficar abaixo do registrado no ano anterior. No entanto, haverá um resultado positivo, diferente de outros setores da economia. As informações são do presidente do Sipcep, Vilson Felipe Borgmann, que faz nesta edição do Boletim da Indústria um balanço sobre o desempenho da indústria da panificação neste ano e comenta sobre as perspectivas para 2015. Confira a entrevista:
Boletim da Indústria - Como foi o desempenho do setor em 2014?
Vilson Felipe Borgamnn - Neste ano, o crescimento não será igual ao do ano passado. Deverá ficar abaixo em relação a 2013 por uma série de fatores. Nossos custos subiram de mais, entre eles o aumento da tarifa da energia elétrica. Isto nos afetou violentamente. Além disto, o trigo oscilou acima da média nacional. Tivemos uma queda na safra de trigo deste ano, em torno de 18% a 20% por conta da seca. E isto vai refletir no próximo ano. São fatores que vão influenciar diretamente no nosso crescimento neste ano, juntamente com a falta de mão de obra. O resultado será positivo em 2014, mas estávamos vindo com índice de dois dígitos e com certeza cairemos para um dígito.
Diante do aumento dos custos de produção - que dificilmente são mudados - quais serão as alternativas para o setor reverter esta tendência de queda nos resultados?
O ano de 2015 será o ano dos pães funcionais. Os pães de fibra, integrais, de centeio têm tudo para dar certo nas padarias. Os panificadores vão investir e nós (sindicato) vamos dar um canal para eles neste sentido para que possam trabalhar esta linha de pães. A gente vê que o conceito de saúde está em evidência. Vamos entrar nesta linha de pães funcionais com certeza. Deve ser o grande boom para o setor em 2015. Uma medida como esta abre a panificadora para mais um tipo de cliente. Hoje, este público está comprando muito em mercado. E o cliente não vai continuar comprando em mercado se você tem um produto fresquinho todo dia e com qualidade na padaria.
Especificamente sobre o sindicato, qual sua avaliação sobre a atuação da entidade em 2014? Quais projetos tiveram destaque neste ano?
Temos cinco projetos que são tratados com muito carinho. O primeiro deles é o bolo para o aniversário de Curitiba, que é um sucesso. Temos ainda o Jantar do Panificador, que também teve um resultado positivo em 2014. Para o próximo ano, teremos um diferencial: vamos montar uma feira paralela ao jantar. Além disto, temos o concurso de redação e desenho junto com a prefeitura de Curitiba e o concurso de conto e poesia em parceria com a secretaria de estado da educação. Outro destaque é o concurso da receita do sanduíche e da redação com o Colégio Sesi. Já foi renovada a parceira para 2015, quando vai completar 10 anos.
Fora isto, tivemos vários cursos e palestras direcionadas aos proprietários das panificadoras, profissionais e colaboradores do setor. Vamos manter isto para o ano que vem. Outra meta do Sipcep para 2015 é mudar de sede, para um local maior e que abrigue uma escola de padaria. Na nossa agenda para o próximo ano também prevê uma missão internacional para a Feira Internacional do Mercado Mundial de Padarias - IBA, programada para setembro, em Munique, na Alemanha. Queremos levar de Curitiba cerca de 20 empresas. Além disto, temos um congresso de panificação na Bahia, para onde pretendemos levar uma caravana.
Também estamos montando um planejamento estratégico para o ano que vem e temos a meta de aumentar o associativismo. Vamos dar foco neste quesito. Hoje temos 180 associados no sindicato. Nos últimos quatro anos, houve um crescimento de 40% no número de associados e de 60% na arrecadação.
O investimento do Sipcep em comunicação também foi um dos destaques em 2014?
O site do sindicato foi totalmente reformulado e isto teve um bom resultado, dobrando o número de acessos. Estamos, em média, com dois mil acessos por mês. Aumentamos o número de páginas da revista Nosso Pão, de 40 para 60 páginas. Mantivemos a tiragem de três mil exemplares, que são distribuídos em todo o estado. Esta é a única revista do setor no Paraná. Hoje, o veículo que temos para associativismo é a revista.
Qual a mensagem que o senhor deixa aos associados e industriais do setor para 2015? Muitos industriais estão com receio de investir diante do andamento da economia. Será um bom ano para isto? 2015 será melhor do que 2014?
Melhor não ser. Em 2014 foi um ano atípico, com uma Copa do Mundo que não agregou em nada. Acredito que 2015 não será dos melhores anos. Todos devem ter bastante consciência de que vamos entrar em uma recessão. E, como em toda recessão, você precisa ter certos cuidados nos investimentos, para que eles sejam mais conscientes. Mas isto não significa parar com os investimentos, que nos trazem economia de uma maneira ou de outra. Acredito que 2015 será um ano de reflexão sobre governo, indústria brasileira e comércio. Isto para que a gente possa realmente montar um planejamento para 2016, quando a perspectiva será melhor e será um ano de virada.