Simadi
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. - 09/04/2010

MADEIRA: 'Ouro verde' dos Campos Gerais no Paraná: madeira 'puxa' economia

Setor madeireiro é o que mais gera emprego na região, com 9,2 mil postos de trabalho diretos. Em terceiro lugar no ranking aparece a fabricação de papel e celulose, com 4,2 mil.
O setor que tem como matéria-prima a madeira é o que mais gera emprego nos Campos Gerais e um dos que mais movimenta a economia. De acordo com o economista da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Roberto Zurcher, as madeireiras geram 27% dos empregos na região, o que representa 9,2 mil postos de trabalho - primeiro lugar no ranking da empregabilidade. A fabricação de papel e celulose aparece em terceiro, com 4,2 mil empregos - 12,3%.

As cidades que mais se destacam nestas áreas são Telêmaco Borba e Jaguariaíva. Ambas abrigam duas das maiores indústrias do setor no cenário nacional: a Klabin - maior produtora, exportadora e recicladora de papéis do país - e a Norske Skog - única fabricante de papel jornal do Brasil.

Mas, além delas, o setor madeireiro gera uma cadeia de produtividade que agrega diversas outras empresas de grande, médio e pequeno porte na região, como gestoras de ativos florestais, serrarias e fábricas de beneficiamento. Passa de 100 o número de empresas desse tipo nos dois municípios juntos e boa parte delas está diretamente ligada à Klabin e à Norske.

É o caso da Valor Florestal, que administra ativos florestais vendidos pela Norske em 2001 para fundos de investimento norte-americanos. "Houve um contrato de suprimento com a Norske para 50 anos. Só que os 65 mil hectares são muito mais do que a fábrica precisa. Ela consome um terço da produção, o que equivale a 400 mil toneladas por ano", explica o gerente da Valor Florestal, Edson Antonio Balloni. Por conta disso, a empresa fornece madeira para outras empresas da região de Jaguariaíva.

A gestora florestal, segundo ele, tem 120 funcionários e a Vale do Corisco - grupo ao qual pertence a Valor - possui mais 280. "E há perto de mil funcionários terceirizados em Jaguariaíva e região", afirma Balloni.

A Klabin possui uma área de 130 mil hectares de reflorestamento produtivo. Como nem todas as árvores - pinus e eucalipto - são utilizadas pela indústria, o restante é mantido por mais alguns anos para que ganhem maturidade e resistência. Na sequencia, as toras são entregues às madeireiras, fomentando a cadeia que compreende ainda, como outro exemplo, a Forest Paper, em que 90% da matéria-prima são originárias da Klabin.

Em Telêmaco, que possui cerca de 70 mil habitantes, somente a Klabin gera 2 mil empregos diretos e outros 3 mil indiretos. Em Jaguariaíva, que tem em torno de 45 mil moradores, são gerados aproximadamente 5 mil empregos diretos e indiretos em torno da madeira. "Já trabalhei numa outra fabricante de madeira e estou há quatro meses nesta serraria. Tenho grande expectativa de crescer", comenta Claudemir Santos, 32 anos, funcionário da madeireira Sloboda, em Jaguariaíva.

"Não podemos deixar de reconhecer que Jaguariaíva é um pólo madeireiro e papeleiro", afirma o prefeito Otélio Renato Baroni. No município a empresa que mais emprega é a Brispine, que trabalha no beneficiamento da madeira de pinus para a construção civil. De acordo com ele, são de 900 a mil trabalhadores. Toda a produção da Brispine é exportada.

Já a Norske gera poucos postos de trabalho se observada a grandiosidade da fábrica. Segundo o gerente de Recursos Humanos e Performance, Gesiel Batista, a indústria possui 300 empregados. "Mas, se analisarmos, veremos que a Norske gera mais ou menos 5 mil empregos indiretos", garante. A indústria norueguesa está há 25 anos em Jaguariaíva e de lá para cá as vagas foram reduzindo por causa do investimento em tecnologia. "Hoje os empregos estão estáveis", complementa Batista. A Arauco, que é gestora florestal, conta Baroni, tem 200 empregados.

A força do setor também é reconhecida pelo prefeito de Telêmaco Borba, Eros Danilo Araújo. "Madeira e papel são fundamentais na nossa socioeconomia e queremos desdobrar a cadeia produtiva na indústria moveleira. Trabalhamos nesta direção", afirma.

Indústrias equilibram florestas nativas e de reflorestamento

Os empresários do setor madeireiro e de papel e celulose da região dos Campos Gerais atestam que as árvores utilizadas nas fábricas e serrarias são certificadas e de áreas de reflorestamento. A Klabin ressalta o gerente de Comercialização e Fomento Florestal da Klabin, Valmir Calori, foi a primeira empresa no mundo a conferir o correto manejo das florestas e possui a maior área de reflorestamento certificado do Brasil.

De acordo com ele, a indústria de Telêmaco Borba possui 130 mil hectares de reflorestamento produtivo e mantém 110 mil hectares de mata preservada. "Temos a preocupação de manter o equilíbrio ambiental".

Atualmente a Norske Skog, de Jaguariaíva, possui apenas 10 mil hectares de área, uma vez que o restante (65 mil) foi vendido à Florestal Vale do Corisco. Da área ainda pertencente à indústria, segundo o gerente de Recursos Humanos e Performance, Gesiel Batista, 60% são árvores de reflorestamento e 40% plantação nativa.

A conservação do meio ambiente também é política adotada por diversas outras empresas da região. Uma delas é a Revita, pertencente ao grupo Forest Paper, em Telêmaco. A indústria recicla embalagens longa-vida pré e pós o consumo. A matéria-prima - aparas e sobras de produção - para o pré-consumo é fornecida pela Tetra Pak. Já a dos pós-consumo vem da coleta seletiva. Cada tonelada de embalagem longa-vida (33,3 mil unidades) reciclada gera aproximadamente 680 quilos de papel Kraft, economizando o corte de 21 árvores.

As embalagens recicladas pela Revita são compostas por 75% de papel, 20% polietileno/plástico de baixa densidade e 5% de alumínio. A reciclagem permite a reintegração do papel, plástico e alumínio à cadeia produtiva de outras fábricas.
Fonte: Jornal da Manhã

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por Riolando Antonio perotto - Segunda-feira, 29 de Setembro de 2014 - 12:38:34 - Comentar

gostaria de um emprego de operador de cabeçotes!!!!!!!esperiencia 4 anos !!!obrigado


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