Os números mostram que os empregos nos setores madeireiro e de papel e celulose, aos poucos, estão se recuperando
da recessão. Por outro lado, ressalta o economista da Federação das Indústrias do Estado do Paraná
(Fiep), Roberto Zurcher, ainda há uma diferença na comercialização dos produtos. As madeireiras
vêm passando por uma crise já há alguns anos e em 2009 as vendas caíram 11%, conforme levantamento
feito pela Fiep. Por outro lado, o setor de papel e celulose cresceu 5% no ano passado.
"Sentimos que o setor madeireiro
continua em dificuldade porque as empresas mobiliárias norte-americanas, que compravam quase metade da produção
do Estado, ainda não se recuperaram da crise. Então ainda há um impacto negativo", analisa Zurcher.
As
dificuldades também são reflexo das exportações, já que a crise fez os países reduzirem
as compras. Enquanto o setor madeireiro exporta um quarto da produção, o setor papeleiro exporta apenas, de
acordo com o economista, 16%. Por isso, as fabricantes de papéis são menos vulneráveis ao mercado externo.
Ou
seja, tanto a Norske quanto a Klabin têm esperança de ver o setor avançar ainda mais. "Acredito que existe
possibilidade de expandir porque a matéria-prima está aqui, o que significa que a região tem potencial
de crescimento. Mas é claro que isso depende de incentivo do governo para atrair novas empresas", afirma o gerente
de Recursos Humanos e Performance da Norske, Gesiel Batista.
Ele conta que em fevereiro o espaço publicitário
nos jornais cresceu 8%. "A recuperação da demanda é evidente. A nossa dificuldade ainda está na
concorrência, já que representamos 30% da capacidade do país e o preço está baixo, apesar
da demanda".
No município de Telêmaco o avanço é visível no Distrito Industrial,
segundo o gerente de Comercialização e Fomento Florestal da Klabin, Valmir Calori. "O Distrito Industrial vem
numa crescente de instalação de empresas. Desde 1993 temos uma parceria com o município para fornecer
madeira. Hoje 45 empresas consomem as toras fornecidas pela Klabin", explica. De acordo com Calori, 80% dos produtos fabricados
por essas empresas são exportados. "É um volume importante", frisa.
"Embora estejamos bem localizados,
não vemos perspectivas de crescimento, por enquanto", diz o presidente da Associação dos Madeireiros
de Jaguariaíva, Marcos Stinglin. Isso porque, segundo ele, é preciso um incentivo mais forte por parte do poder
público já que a crise afetou o setor. Ele lembra que o maior mercado consumidor é São Paulo e,
por conta disso, Jaguariaíva está num local estratégico e o crescimento do setor poderia ser estimulado.
"Nossa expectativa é melhorar, o problema é que os contratos novos ainda não surgiram", acrescenta o
vice-presidente do Sindicato dos Madeireiros de Telêmaco (Sindimatel), Zaldir Dallagnol.
Fonte:
JM News
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