Líderes devem conduzir negócios para um novo momento histórico, diz consultor internacional
Brian Bacon aponta crise como momento ideal para transformar uma boa empresa em uma grande empresa
Cerca de 80 empresários e executivos de empresas do Sul do Brasil participaram nesta quinta-feira (05)
da conferência “Estratégias para Enfrentar a Crise”, conduzida pelo consultor internacional Brian
Bacon, cque traz no currículo consultorias prestadas a multinacionais como Ford, Ericsson, Coca-Cola, Unilever e McDonald's.
“Está para ocorrer uma nova mudança de paradigma na história. Mas esta será uma mudança
diferente, onde a força mais poderosa é uma instituição sem senso de responsabilidade exceto consigo
mesma – os negócios”, afirmou. A conferência, promovida pela Unindus, universidade corporativa do
Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) será realizada até sexta-feira
(06) no Cietep, em Curitiba.
Para Bacon, que proferiu uma palestra intitulada “Que Crise Maravilhosa”, a crise financeira internacional que
assola as economias de todo o mundo “encoraja empresários e executivos a participar de um movimento global de
líderes que reconhecem a urgência de desenvolver uma nova tradição dos negócios, aceitando
sua responsabilidade pelo todo”. “Esse movimento vai mudar o destino do mundo para a nossa e para as próximas
gerações, transformando-o em um lugar melhor”, disse. No entendimento do consultor, os negócios
devem encontrar uma nova forma de interagir com as comunidades, com a sociedade e com o meio ambiente: “É preciso
desenvolver a consciência de perseguir um objetivo além do lucro e das metas pessoais”, afirmou.
Na avaliação de Bacon, a crise atual é uma convergência de diversas crises: da segurança
global, do terrorismo, da pobreza, dos recursos naturais e do aquecimento global. “Todos esses aspectos criam uma tempestade
perfeita. E uma oportunidade maravilhosa para líderes emergirem”, disse. “Vocês não poderão
sair dessa crise com o mesmo pensamento de quando entraram”, vaticinou. Durante sua palestra, o consultor fez uma apresentação
da conferência que viria por seguir, apontando os três focos do aprimoramento do líder: atitude, caráter
e mente aberta. “Vocês estão à beira de se tornar grandes líderes, porque não há
outra alternativa. Agora é a hora de transformar uma boa empresa em uma grande empresa”, afirmou. “Não
precisamos chegar ao fundo do poço para quebrar e começar de novo. Podemos ir do bom para o ótimo sem
quebrar”, complementou. Bacon definiu a conferência como um “workshop sobre relacionamentos”. “Aqui
se aprenderá a identificar as conversas que você precisa ter e o que está aberto como novas estratégias”,
anunciou.
Enxergar de forma diferente – Para o diretor-presidente da Nutrimental, João Guilherme Brenner, um dos participantes
da conferência, neste momento de crise é uma “obrigação do empresário enxergar de
forma diferente”. “É preciso ter outra perspectiva, buscar soluções novas. Um empresário
com liderança, criatividade, atitude de protagonismo e caráter tem maiores possibilidades de sucesso”,
disse. Na opinião de Brenner, a tomada de decisões dentro de uma empresa é crítica e um
momento de crise exige decisões mais complexas. “Atingir uma solução diferente é essencial”,
completa.
“É uma situação que exige sair da rotina”, afirmou o presidente da Sindicato das Indústrias
de Madeira de Palmeira (Sindipal), Luís Carlos Bonotto, sobre os atuais desafios do empresariado. “Fazendo o
que faz todo dia, sem um pensamento novo, o empresário não vai ter sucesso”, complementou. Para Bonotto,
o maior benefício de participar da conferência é a possibilidade do encontro, “onde as idéias
diferentes se entrelaçam”. O Sindipal trouxe para a conferência um grupo de 11 empresários da região
dos Campos Gerais.
“Estamos nos precavendo com algumas medidas importantes, como o fortalecimento na relação com nossos clientes,
e na diversificação tanto de clientela quanto de produtos”, conta Nelson Kowalski, vice-presidente da
Fiep e diretor-presidente da Kowalski Indústria de Processamento de Milho, de Apucarana. A empresa tem mais de 700
funcionários e, segundo Kowalski, não estão previstos cortes no quadro de colaboradores. O otimismo do
empresário também foi objetivo de sua participação na conferência. “Espero agregar
algo novo que possa compartilhar com meus colaboradores e clientes”, disse.
Na avaliação do empresário José Toaldo Filho, proprietário da Gráfica MB, o empresariado
“tem que pensar menos na crise e mais em trabalho. Deve dobrar seus esforços”. Toaldo diz acreditar que
o setor gráfico não será isentado das conseqüências da crise econômica, porém
“cabe ao empresário achar seu diferencial”. Para o empresário, participar da conferência é
uma oportunidade de não ficar parado no tempo. “Temos que nos reciclar sempre, com novas informações
e aprendizados para podermos crescer”.
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