NOVOS MERCADOS PARA A MADEIRA |
Depois de ver despencar as exportações para os Estados
Unidos nos últimos dois anos, a indústria da madeira no Paraná tenta diversificar destinos de exportação
e investir também no mercado interno, disposta a aproveitar o bom momento vivido pela construção civil
no Brasil. Maior produtor nacional de compensado de pinus, o estado amplia as vendas para mercados como Europa, Oriente Médio
e África. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci),
que congrega o setor, a Europa já assumiu o primeiro lugar no ranking dos maiores importadores do Brasil. No primeiro
bimestre de 2008, dos 313 mil metros cúbicos de compensado de pinus exportados, a Europa respondeu por 246 mil metros
cúbicos (78,6%) contra 28,9 mil (9,2%) dos EUA. África e Oriente Médio, juntos, compraram 13,1 mil metros
cúbicos. “De maneira geral, com exceção dos EUA, os demais mercados continuam aquecidos. Na Arábia
Saudita, por exemplo, o mercado de construção de prédios comerciais e de obras de infra-estrutura está
puxando a demanda”, diz Luiz Carlos Reis de Toledo Barros, da Brazilian Best Woods (BBW), empresa que representa indústrias
madeireiras no exterior. O baixo ritmo de produção de casas nos EUA, considerado o menor dos últimos dez anos, e a desvalorização do dólar vêm afetando principalmente as vendas externas de compensado de pinus, portas e molduras usados na construção civil. O Brasil, que enviava 1,165 milhão de metros cúbicos de compensado de pinus para os norte-americanos em 2005, embarcou no ano passado 347 mil metros cúbicos. Além da redução da demanda, o dólar fraco deixa mais caros os produtos brasileiros no mercado norte-americano, o que contribuiu para diminuir a participação dos EUA na pauta de exportações. Uma das maiores indústrias do setor, a Berneck, de Araucária, na região metropolitana de Curitiba, deixou de exportar madeira serrada para os EUA e hoje tem na Europa, no México, na África e na Ásia seus principais mercados. Um dos objetivos, segundo o gerente de exportações, José Aluízio Malagutti, é aumentar o fornecimento para o mercado interno, que hoje consome menos de 10% da produção, de 10 mil metros cúbicos por mês. “Com o boom da construção civil, o mercado nacional voltou a ser atrativo”, diz. A Lavrasul Compensados e Laminados, que fabrica compensado de pinus e tropical, tem planos de dedicar entre 35% e 40% da produção mensal para o mercado brasileiro, segundo Isac Zugman, diretor comercial da empresa. “Buscamos diversificar mercados e investir em produtos de maior valor agregado por causa do câmbio. Quando a crise veio, já não nos afetou tanto”, diz Zugman. Com fábricas no Paraná e em Santa Catarina, a empresa acaba de lançar um kit completo de portas de madeira, voltado para o mercado interno. O objetivo é produzir 20 mil unidades por mês. Nos últimos dois anos, grande parte do setor madeireiro nacional teve que reduzir a produção, enxugar custos e cortar vagas por conta da queda da demanda nos EUA e pelo câmbio desfavorável. “Sentimos os efeitos antes da crise chegar ao mercado financeiro”, diz Antonio Rubens Camilotti, presidente da Abimci. Dono de fábricas de compensados e de portas, Camilotti também está buscando contrabalançar a queda na demanda norte-americana com outros mercados. Da produção de 500 mil portas por ano, metade passou a ficar no Brasil. Na área de compensados, 90% da produção de 4 mil metros cúbicos por mês vai para a Europa. As empresas admitem que o potencial do mercado interno, no entanto, é limitado, uma vez que, ao contrário do que se verifica nos EUA, aqui a construção de casas de madeira não é tradicional. A principal aplicação está no mercado de embalagens. “O volume de compensado que pode ser absorvido pela demanda nacional não supera 20%, diz Camilotti. Fonte: http://www.madeiratotal.com.br, com informações ABIMCI |
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