Simadi
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. - 04/02/2011

Indústria do Paraná tem em 2010 o melhor desempenho de sua história

Apesar de queda nas exportações, levantamento da Fiep aponta aumento nas vendas e no nível de emprego no setor industrial do Estado, superando resultados de 2008

Mesmo registrando redução nas exportações, a indústria paranaense teve em 2010 o melhor desempenho de sua história, aponta levantamento da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) divulgado nesta quinta-feira (3). As vendas do setor industrial do Estado no ano passado ficaram 7,87% acima das verificadas em 2009 e superaram em 1,65% as de 2008 - até então o melhor ano da série histórica da pesquisa da Fiep, iniciada em 1986. No total, 17 dos 18 gêneros industriais analisados tiveram crescimento em 2010.

O desempenho acumulado positivo não foi afetado nem mesmo pela redução nas vendas industriais percebida no último mês do ano. Em dezembro, o resultado ficou 3,71% abaixo do registrado em novembro. O coordenador do Departamento Econômico da Fiep, Maurílio Schmitt, afirma que a perda de ritmo da indústria é típica do período. "Historicamente, a partir de outubro há declínio de negócios, que se estende até o mês de março do ano seguinte", explica.

Em dezembro, metade dos 18 gêneros pesquisados pela Fiep apresentou queda em suas vendas, incluindo os três de maior participação relativa na indústria paranaense: alimentos e bebidas (‑3,30%), petróleo e produção de álcool (‑2,35%) e veículos automotores (‑0,17%). No acumulado do ano, porém, apenas a indústria de edição e impressão registrou declínio nas vendas (-16,20%). "Deve-se levar em conta, no entanto, que em 2009 o setor foi o que registrou maior incremento, apesar da crise internacional", afirma Schmitt.

Todos os demais gêneros que compõem o levantamento tiveram crescimento das vendas no ano passado. Os três que mais se destacaram foram veículos automotores (+33,54%), devido ao aumento do mercado interno e recuperação do mercado externo; minerais não metálicos (+27,29%), por conta do crescimento de demanda por insumos da construção civil, que vem sendo puxado pelo programa "Minha casa, minha vida" e pelo aumento do crédito habitacional para pessoas físicas (63,5% maior em 2010); e vestuário (+23,34%), também decorrente do aumento da demanda interna.

Destino das vendas

O mercado interno aquecido, em grande medida, é o que justifica o bom desempenho geral da indústria paranaense em 2010, compensando uma redução nas exportações do segmento. No ano passado, as vendas dentro do próprio Paraná e para outros estados brasileiros aumentaram 6,49% e 15,76%, respectivamente. Já os negócios com o exterior tiveram queda de 2,2% em relação a 2009. "A cotação média do dólar atingiu R$ 1,76 em 2010, valorizando o Real e inviabilizando cada vez mais as exportações de produtos industrializados", declara Schmitt. Com isso, as exportações responderam por apenas 18,74% do total das vendas industriais do Estado no ano passado, menor percentual desde 2000, quando representaram 17,13%.

Por outro lado, a valorização do Real contribuiu para que as compras feitas pela indústria do Estado no exterior apresentassem o maior aumento em 2010. Elas cresceram 22,41% no ano, contra 16,59% das compras de outros estados e 9,85% das compras no próprio Paraná. No total, 15 dos 18 gêneros pesquisados pela Fiep apresentaram incremento nas aquisições em 2010.

Emprego

O bom desempenho da indústria paranaense no ano passado refletiu também no nível de emprego no setor. Em 2010, houve um aumento de 4,85% no pessoal empregado total e de 4,07% no pessoal empregado na produção. "Com esse crescimento, 2010 se transformou também no ano de maior nível de emprego da indústria paranaense, superando 2008 em 1,03%, que até o momento era o melhor ano", afirma Schmitt.

O economista destaca ainda que os desempenhos positivos das vendas industriais e do nível de emprego registrados pela Fiep acompanham os resultados de outros levantamentos, como a Pesquisa Industrial Anual do IBGE e os dados de emprego do Ministério do Trabalho e Emprego. "Esses números situam a indústria do Paraná, para o período de 2002 a 2010, como a de melhor desempenho entre as unidades da Federação do Sul e Sudeste em ambas as pesquisas", afirma.

Maurílio Schmitt acrescenta que o faturamento da indústria em 2010 é condizente com o aumento do ritmo de crescimento da economia nacional, motivado não apenas pelo incremento de trabalho e de renda, mas pelo aumento significativo do crédito pessoal nos últimos anos. Mas, para o economista, ainda existem "sinais turvos" sobre a sustentabilidade desse crescimento brasileiro.

Ele enumera problemas da economia nacional que podem comprometer as taxas de crescimento, como os gastos públicos crescentes e com reduzida produtividade, juros muito superiores aos praticados no mundo, carga tributária e encargos sociais elevados, reduzidos grau e padrão de escolaridade, infraestrutura deficiente, baixos níveis de poupança e falta de planejamento estratégico para o desenvolvimento do País. "Esses são alguns dos fatores restritivos que determinam taxas de crescimento econômico incompatíveis com o potencial de recursos disponíveis, porém subutilizados ou desperdiçados, e travam a realização de um maior volume de investimentos privados", diz Schmitt.

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