Simadi
Simadi
. - 29/10/2010

Cadê a macroeconomia?

Em artigo publicado no jornal Brasil Econômico, Rodrigo da Rocha Loures cobra dos candidatos à presidência propostas para resolver os graves problemas da área econômica do País

Apesar dos inegáveis avanços que o Brasil teve nos últimos anos em matéria econômica, subsistem ainda graves problemas nesse campo. Um dos nossos maiores desafios atualmente é a combinação perversa juros câmbio, que está destruindo a competitividade das empresas e ameaçando a sobrevivência da indústria por intermédio do processo de desindustrialização.

Vários estudos mostram que nossa moeda se encontra super sobre- valorizada, o que acarreta impactos altamente negativos nas contas externas. Para interromper o processo de valorização do câmbio, é urgente o alinhamento das taxas de juros praticadas no país com os níveis observados no resto do mundo.

Para que os juros possam cair de forma rápida, sem que ocorra um descontrole do processo inflacionário, é necessária uma mudança urgente na política fiscal e na gestão da dívida pública.

De outro lado, a carga tributária bem maior que 40% do PIB, se forem consideradas as obrigações acessórias atribuídas às empresas, que não aparecem na arrecadação tornou-se uma canga sobre as empresas e cidadãos, tolhendo os investimentos privados.

O segundo turno da campanha presidencial é momento apropriado para os candidatos apresentarem propostas na área econômica. No entanto, acompanhando ambos os programas eleitorais não encontramos em seus discursos compromissos claros e fortes assumidos na área macroeconômica.

Eles se comprometem com mais hospitais, creches, escolas, estradas, segurança etc. Mas de onde virão os recursos para garantir a realização dessas promessas? Sabemos todos que só existe uma fonte para os recursos públicos: os pesados impostos que pagamos todos os dias. E o que faz gerar impostos? Essencialmente a produção de bens e serviços.

O atendimento das promessas eleitorais vai depender da produção ampliada e qualitativa de bens e serviços. No nosso entendimento, são cinco os compromissos com a produção que devem ser assumidos publicamente pelos candidatos:

-Reduzir o tamanho do Estado e do gasto público, praticando uma gestão eficiente, que faça mais com menos e elimine o desperdício e a corrupção;

-Aprovar uma reforma tributária com diminuição, simplificação e progressividade dos impostos e praticar a desoneração imediata das exportações e dos investimentos produtivos.

-Praticar uma política cambial inteligente e bem administrada que favoreça a competitividade global da produção brasileira.

-Baixar mais rapidamente os juros para equiparar as taxas do Brasil às de nossos concorrentes.

-Lutar por uma reforma trabalhista que atualize as relações das pessoas com as suas organizações.

Aquele(a) candidato(a) que quiser o nosso voto, então, deve se comprometer, verdadeiramente, com uma política econômica soberana a favor da produção no Brasil. Esse é o interesse público que defendemos. E que deve prevalecer na economia brasileira nos próximos quatro anos.

Rodrigo da Rocha Loures

Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep)

Deixe seu coment�rio

Site Seu blog ou p�gina pessoal


1. Os sites do Sistema Fiep incentivam a pr�tica do debate respons�vel. S�o abertos a todo tipo de opini�o. Mas n�o aceitam ofensas. Ser�o deletados coment�rios contendo insulto, difama��o ou manifesta��es de �dio e preconceito;
2. S�o um espa�o para troca de id�ias, e todo leitor deve se sentir � vontade para expressar a sua. N�o ser�o tolerados ataques pessoais, amea�as, exposi��o da privacidade alheia, persegui��es (cyber-bullying) e qualquer outro tipo de constrangimento;
3. Incentivamos o leitor a tomar responsabilidade pelo teor de seus coment�rios e pelo impacto por ele causado; informa��es equivocadas devem ser corrigidas, e mal entendidos, desfeitos;
4. Defendemos discuss�es transparentes, mas os sites do Sistema Fiep n�o se disp�em a servir de plataforma de propaganda ou proselitismo, de qualquer natureza. e
5. Dos leitores, n�o se cobra que concordem, mas que respeitem e admitam diverg�ncias, que acreditamos pr�prias de qualquer debate de id�ias.

 Aceito receber comunica��o da Fiep e seus parceiros por e-mail
 

Filie-se

Associe-se