Apesar da economia brasileira conquistar diversos índices positivos neste ano, nem todos os setores estão
conseguindo desfrutar do clima de euforia. Tal discrepância, segundo a CNI, ocorre porque os problemas decorrentes da
crise afetaram setores específicos, principalmente, aqueles dependentes do mercado externo. Madeira, móveis,
couros e calçados foram os segmentos foram os segmentos mais atingidos. O câmbio impactando negativamente no volume de produtos exportados e a conseqüente dificuldade de acesso ao crédito são os principais obstáculos para a retomada das indústrias em dificuldade no país. Parece que o crédito voltou à normalidade apenas para as indústrias que voltaram a operar normalmente, mas para os setores que ainda estão passando por dificuldades financeiras o acesso a crédito e financiamento está cada vez mais difícil. Entre as empresas que não retomaram o padrão normal de investimentos e que buscaram crédito, 59% afirmaram estar mais difícil o acesso após 2008. Já entre aquelas que conseguiram recuperar o mesmo nível de investimentos, 27% declarou isso, é que relata o levantamento feito pela CNI. Mais da metade das empresas que exportam (51%) reconhecem que a demanda externa é menor do que antes da crise. A CNI já vem buscando alertar o Ministério da Fazenda sobre a necessidade de criar meios de melhorar a competitividade desses setores, bem como elaborar mecanismos de incentivos via tributação e via o desenvolvimento de linhas de crédito específicas. Crise Um dos setores mais tradicionais da economia paranaense, o setor madeireiro, há pelo menos quatro anos não consegue compartilhar da sensação de bem-estar econômico que tomou conta da indústria nacional. Voltado basicamente para o mercado externo, o setor vem sendo pressionado seguidamente pelo câmbio. “Não temos mais preço para competir com a China no mercado internacional. O nosso câmbio inviabilizou a produção”, lamenta o empresário Luciano Camilotti. Desde 2007, para não fechar as portas de sua empresa, Camilotti precisou reduzir em mais de 50% a produção de madeira (de 800 m³ para 370 m³) e enxugou para um terço o quadro de funcionários, passou de 154 para 56. “Com a queda nas exportações, as empresas passaram a contar com o mercado interno, porém, ele não dá conta de absorver o volume que produzíamos há quatro anos, nem remunera com os valores que recebíamos do mercado internacional, se nada for feito, a tendência é que mais empresas fechem”, aponta o empresário. “A situação só não é ainda pior porque a decolagem da construção civil alavancou a demanda por produtos como portas”, complementa. De acordo com o Sindicato das Indústrias de Madeira do Paraná, nos últimos quatro anos, 60% dos postos de trabalho do setor desapareceram e estima-se que 37% das empresas do estado estejam em processo de encerramento das atividades. |
Fonte: Paraná Online/Painel Florestal |
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