Juntas, as duas empresas possuem receita anual da ordem de R$ 3 bilhões e formam a maior indústria de painéis do hemisfério sul e a oitava do mundo
O negócio ocorre no momento em que se espera um boom da construção civil no país. “O
Brasil tem todas as condições de sair antes da crise. A inflação está sob controle, os
juros estão caindo e há também o programa de habitação popular lançado pelo governo
federal”, diz Henri Penchas, presidente-executivo da nova companhia. Tanto a Satipel quanto a Duratex estão atualmente
ampliando sua capacidade produtiva.
A transação, negociada por três meses, tem como objetivo aumentar
o escopo de atuação das empresas. “A união trará complementaridade em termos geográficos
e de produtos”, diz Alfredo Villela, presidente da Itaúsa, controladora da Duratex.
Enquanto a Satipel,
mais voltada para a indústria, possui fábricas em Taquari (RS) e Uberaba (MG), a Duratex, com foco maior no
varejo, concentra sete de suas oito plantas no estado de São Paulo. A Duratex conta ainda com a divisão Deca,
do setor de louças e metais sanitários, ramo com o qual a Satipel não trabalha.
As empresas também
se destacam com produtos diferentes. A Satipel marca presença importante no mercado de MDP (Medium Density Particleboard),
já a Duratex no de MDF (Médium Density Fiberboard). Com a fusão, elas deterão 50% dos dois mercados
(MDP e MDF).
Juntas, as companhias terão capacidade para produzir quatro milhões de metros cúbicos
anuais de painéis. A empresa resultante contará com sete fábricas de painéis localizadas em São
Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Serão quatro linhas de MDF e três de MDP, além de linhas de chapa
de fibra.
Quanto aos ganhos de sinergia com a operação, as empresas não têm ainda uma estimativa
oficial. O primeiro passo nesse sentido será a criação de 14 grupos de trabalho que irão analisar
área por área da companhia resultante.
Troca de ações
A transação
será realizada através da incorporação da Duratex pela Satipel, com substituição
das ações da primeira por 348,8 milhões de ações ordinárias a serem emitidas pela
Santipel. A troca será feita na relação de 2,5 ações da Satipel por ação
ordinária e preferencial da Duratex. No caso dos controladores, a relação sobe para 3,05. A expectativa
é que a operação seja concretizada até meados de agosto, após a aprovação
do negócio pelos órgãos competentes.
Os controladores dos dois grupos se comprometeram a não
vender as ações da empresa resultante por um período de cinco anos e a manter ao menos 40% das ações
da companhia no mercado.
Apesar de a Duratex possuir mais que dobro do faturamento da Satipel, optou-se pela
incorporação da Duratex, e não o contrário. “Fizemos isso seguindo orientações
jurídicas, para que a empresa resultante já nascesse no Novo Mercado”, afirma Penchas. Em 2008, a Duratex
faturou R$ 2,5 bilhões, enquanto a Satipel registrou ganhos de 716 milhões.
Ainda assim, o poder maior
da Duratex será marcante na união. A começar pelo nome da companhia, que será Duratex. “Temos
apego à nossa história, não à nossa marca. Sabemos que comercialmente Duratex é uma marca
mais forte”, diz Salo David Seibel, atual presidente da Satipel, e futuro presidente do Conselho de Administração
da nova empresa.
O predomínio da Duratex também fica claro na composição do Conselho de
Administração da empresa. Serão nove membros, dos quais quatro indicados pela Duratex, dois pela Satipel
e três membros independentes.
Fonte: PORTAL MADEIRA TOTAL
Envie para um amigo