Simadi
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. - 02/07/2010

Para que indústria?

Em artigo publicado pelo jornal Brasil Econômico, presidente da Fiep defende maior participação do empresariado na vida política para promover reformas necessárias ao País

Esta pergunta, aparentemente simples, certamente será respondida por todos nós mais ou menos da seguinte maneira: para produzir roupas, móveis, calçados automóveis e chocolates, por exemplo.

Produtos úteis que proporcionam sustentação biológica, conforto e facilidades para as pessoas enfrentarem o seu dia a dia e desfrutarem dos prazeres da vida. Mas esta resposta é limitada pois ela não revela a essência do papel da indústria na sociedade.

A indústria é composta de 550 mil pequenas, médias e grandes empresas espalhadas em todas as regiões, gera 10,5 milhões de empregos diretos e uma massa salarial anual de R$ 180 bilhões, que correspondeu a 6% do PIB em 2008, conforme dados do IBGE.

A indústria "produz" anualmente R$ 118 bilhões de impostos federais e R$ 113 bilhões de impostos estaduais, conforme o IBGE, que são carreados para os governos que devem transformá-los em investimentos nas escolas, hospitais e estradas, dentre outros.

Mas a nossa indústria produz mais do que tudo isto. Ela "produz" trabalhadores qualificados e empreendedores habilidosos que transformam conhecimento e trabalho em mais riqueza para a sociedade.

Também proporciona o surgimento de lideranças corajosas capazes de enfrentar altos riscos para garantir a produção continuada de roupas, móveis, calçados, automóveis e chocolates. Aqui no Brasil.

No entanto, o peso político do nosso segmento não tem correspondido à importância do setor industrial. Somos economicamente fortes e indispensáveis para o funcionamento da sociedade, mas politicamente frágeis.

Ainda não conseguimos sensibilizar a classe política e os governos para que acolham e encaminhem de forma eficaz grande parte dos nossos pleitos.

No meu entendimento o poder político dos empresários só vai aumentar na medida da sua maior participação nas suas entidades representativas e na política em geral.

E este é um momento privilegiado para que possamos avançar nesta direção tendo em vista que se aproximam as eleições, período em que estarão em jogo os nossos destinos.

Nossa mobilização é crucial neste momento. Não podemos continuar clamando no vazio nos próximos 8 anos pelas reformas política, do estado, tributária e trabalhista; pela queda nos juros; por um câmbio equilibrado e pelo estancamento do processo de desindustrialização.

Sabemos todos que o efetivo enfrentamento desses desafios é indispensável para proporcionar às nossas empresas o destravamento da produção e mais eficiência e produtividade para o enfrentamento dos concorrentes globais.

E também para que a nossa desgastada democracia possa ser aperfeiçoada e se transforme em mais justa.

Do contrário vamos ter de nos conformar com um país especializado em produtos primários e commodities, com uma democracia pouco representativa e corporativa e com um estado burocratizado e com altos níveis de corrupção.

Mas o nosso sonho de Brasil nos impede de aceitar este cenário.

Rodrigo da Rocha Loures é presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES)

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