Simadi
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. - 17/05/2010

Planejamento é a chave para a sucessão em empresas familiares

No Brasil, empresas familiares representam 21% do PIB e empregam 60% da força de trabalho nacional. Encontro organizado pelo Conselho de Cidadania da Fiep apontou caminhos para a sucessão nessas organizações

A sucessão em empresas familiares é um desafio que, se vencido, aumenta as chances de a empresa se perpetuar pelas próximas gerações. As principais dificuldades e desafios desse tipo de organização foram discutidos na sexta-feira (14), em Curitiba, no painel "Sucessão em Empresas Familiares: Desafios e Oportunidades", organizado pelo Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) do Sistema Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná).

"A grande dificuldade dessas empresas é perpetuar os negócios. Apenas 33% das empresas familiares passam da 1ª para a 2ª geração. Destas, apenas 50% sobrevivem à 3ª geração", destacou a advogada Silviane Scliar Sasson, que abriu o encontro. Empresas como Grupo Safra, Weg, Bradesco, Gerdau, Votorantin, Hering, Karsten e Neugebauer são exemplos brasileiros que superaram as estatísticas. No mundo, empresas como Fiat, Carrefour e Cargil são outros casos bem sucedidos.

As empresas familiares estão cada vez mais presentes no ambiente corporativo. Pesquisas mostram que mais de 35% das maiores empresas do mundo são controladas por grupos familiares. Em alguns países europeus e no Oriente Médio, esse número pode chegar a 50%. No Brasil, elas representam 21% do PIB e empregam 60% da força de trabalho nacional. Apesar de serem representativas, há muita rotatividade nesse tipo de organização.

Segundo Silviane, existe muita confusão sobre o conceito de empresa familiar. "Um dos mais completos é o que a define como uma organização em que tanto a gestão administrativa quanto a propriedade são controladas, na sua maior parte, por uma ou mais famílias, e dois ou mais membros da família participam da força de trabalho e da diretoria", afirmou.

A sucessão, explicou a advogada, é uma passagem complexa que envolve a família e as questões societária e tributária, sendo que o primeiro passo é reconhecer que essas relações provocam impactos nas empresas. "Mais de 60% das empresas familiares que desaparecem no mundo têm como causa principal os conflitos familiares não resolvidos."

Planejamento - Uma sucessão bem realizada é resultado de um planejamento que leva em conta os interesses e anseios do fundador e também dos sucessores. É necessário envolver todas as gerações e possibilitar a perpetuação dos valores da empresa.

Silviane sugere uma transição gradativa, para que todos possam assimilar a nova situação da empresa. A advogada citou pontos que podem facilitar o processo, como o treinamento dos herdeiros para serem bons sócios, a formatação de um plano para formação dos sucessores, a adequação societária do grupo e a profissionalização.

A Sabaralcool S/A, empresa do segmento industrial de açúcar e álcool de Engenheiro Beltrão, é um exemplo paranaense de empresa familiar que passou por um processo sucessório aos 20 anos de existência e com os três herdeiros.

"Fui empreendedor ao abrir uma usina de álcool no interior do Paraná. Na época, meu pai queria que todos os filhos participassem da empresa que eu estava abrindo. Mas não deu certo, pois cada um queria um caminho diferente. Então, comprei as ações de meus irmãos e do meu pai antes de ele morrer e continuei os negócios. Meus filhos optaram por trabalhar comigo ", contou Ricardo Albuquerque Rezende, diretor presidente da empresa.

Segundo Rezende, a implementação do processo de sucessão é indelegável e deve ser feito pelo fundador. "São muitos passos complicados, mas vale a pena. Quando se faz regras de conduta societária, todo o tempo é dedicado para fazer a empresa produzir e crescer", disse, destacando que, apesar de estarem "em família", é preciso separar as funções.

"Na minha empresa, eu e meus filhos vamos de uniforme e cumprimos horário. O carro e o telefone são da empresa. Não misturamos as situações."

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