"O Brasil é a bola da vez", afirma a maioria dos economistas, tanto no Brasil como em outros países. Principalmente
neste período "pós-crise", o Brasil tem despertado o interesse de países desenvolvidos, como é
caso do grupo formado pelas sete maiores economias do mundo, o chamado G-7. Nos últimos meses, Estados Unidos, Reino
Unido, Canadá, França, Alemanha, Itália e Japão, que juntos representam 35% do Produto Interno
Bruto (PIB) global, têm demonstrado a intenção em elevar as exportações, estimular associações
com empresas brasileiras e investir no Brasil. Apesar dos investimentos estrangeiros diretos (IED) ao Brasil terem caído, de acordo com último balanço divulgado pelo Banco Central (BC), o cenário pode ser alterado com o interesse crescente do G-7 pelo País. Em março, o IED somou ingressos líquidos de US$ 2,1 bilhões, 42,73% inferior ao registrado no mesmo mês no ano passado (US$ 3,7 bilhões). No acumulado deste ano (janeiro a março), o ingresso de IED fechou a US$ 5,8 bilhões, enquanto em 2009, esses investimentos ficaram em US$ 6,7 bilhões. Por outro lado, entre os países do G-7, o que mais se destacou em investimentos diretos ao Brasil foram os Estados Unidos, cujo registro em março foi de US$ 443 milhões, contra US$ 309 milhões registrados no mesmo mês em 2009, o que representa 21,7% do total de ingressos de investimentos no Brasil no período. No acumulado de 2010, os investimentos com origem naquele país fecharam em US$ 1,276 bilhão, alta de 54,67% frente ao verificado de janeiro a março do ano passado (US$ 825 milhões). Outro destaque foi a França, que saltou de US$ 8 milhões em março de 2009 para US$ 263 milhões no terceiro mês deste ano (igual a 6,7% do total de investimentos estrangeiros ao Brasil). Desta forma, no acumulado deste ano, os investimentos daquele país passaram de US$ 225 milhões para US$ 392 milhões, entre o ano passado e este ano. Sobre o Reino Unido e a Itália também houve aumentos expressivos de ingressos de IED, mas em menor quantidade. Para o primeiro, o relatório do BC informou avanços de 70% para os ingressos registrados de janeiro a março (de US$ 70 milhões para US$ 249 milhões). No caso da Itália, os envios apontaram crescimento de 37,21% (de US$ 43 milhões para US$ 59 milhões, cuja participação é de 1% no total de IED) do acumulado de 2009 para mesmo período de 2010. Do lado oposto, a maior queda foi a da Alemanha, passando de US$ 1,7 bilhão, em março de 2009, para US$ 15 milhões, no terceiro mês deste ano, cuja variação de um primeiro trimestre para outro caiu 97,55% (0,8% do total de IED ao Brasil). O Canadá passou de envios de US$ 112 milhões, de março de 2009, para US$ 32 milhões, no mesmo mês de 2010, resultando em queda de 38,98% na comparação dos acumulados (US$ 118 milhões para US$ 72 milhões, 1,2% do total de IED). E o Japão mandou 87,32% a menos na comparação de março de 2009, passando de US$ 71 milhões para US$ 9 milhões em investimentos. No acumulado até março, foram enviados 45,74% menos investimentos, do primeiro trimestre de 2009 para o período neste ano (1,7% do total de IED ao País). Tendência Prova da motivação do G-7 pelo Brasil é que os países ampliaram o número de diplomatas e de especialistas em comércio em suas embaixadas no Brasil e costumam, frequentemente, divulgar intenções de expandir as relações comerciais com o País, além de criarem setores de ciência e inovação, como fez o Reino Unido. O economista e professor de MBA da Brazilian Business School (BSB), Ricardo Torres, acredita que cada vez mais o Brasil vai atrair capital externo desses países ricos. "O Brasil se tornou um porto seguro para investimentos, para captação de recursos com alto potencial de retorno", entende. Segundo ele, o que pode atrapalhar o interesse do G-7 é que a grande parte dessas economias está sofrendo com a crise na Europa, mesmo assim "vai postergar planos e não eliminá-los". "A crise europeia diminuiu a atração de investimentos no Brasil, mas vai ocorrer uma retomada com os aportes concedidos", diz o professor do mestrado de Gestão Internacional da ESPM, Frederico Turolla. "Somente neste ano, recebemos mais de 30 solicitações de análise de potencial de mercado para os segmentos de turismo, financeiro, construção civil, lazer, infraestrutura e transporte, com um certo foco para as oportunidades que os eventos esportivos de 2014 e 2016 proporcionarão", comenta o diretor-geral da SSK Analises Mercadológicas, Gerson Christensen. Depois do arrefecimento da crise financeira mundial, os números mostram um interesse crescente dos países ricos no Brasil. O destaque fica com os Estados Unidos, que no primeiro trimestre injetaram no Brasil US$ 1,276 bilhão, quase 55% a mais que no mesmo período do ano passado. Os norte-americanos lideram o ranking de participação por país nos investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2010, com 21,7% do total de investimentos até março. Outro destaque foi a França, que saltou de US$ 225 milhões entre janeiro e março de 2009 para US$ 392 milhões no mesmo período deste ano, e responde por 6,7% do investimento total. Os destaques negativos ficam com a Alemanha, que somente em março do ano passado investiu US$ 1,7 bilhão no Brasil. Neste ano, este montante passou para US$ 15 milhões, com uma participação de 0,8% do total. O Japão passou de US$ 71 milhões em março de 2009 para US$ 9 milhões em 2010, com uma participação de 1,7% do total. O Canadá tem participação de 1,2% do total de investimentos. Prova da atração do G-7 pelo Brasil é que os países ampliaram o número de diplomatas e de especialistas em comércio em suas embaixadas no Brasil e costumam, frequentemente, divulgar intenções de expandir relações comerciais com o País, além de criarem setores de ciência e inovação, como fez o Reino Unido. O economista e professor de MBA da Brazilian Business School (BSB) Ricardo Torres acredita que cada vez mais o Brasil vai atrair capital externo desses países ricos. "O Brasil tornou-se um porto seguro para investimentos e para captação de recursos". |
Fonte: DCI |
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