Envie para seus amigos

Verifique os campos abaixo!






Comunicar Erro

Verifique os campos abaixo!




05/05/2017 - Atualizado em 16/05/2017

Diretriz: Desenvolvimento das cadeias produtivas

Período 2: junho 2016 / fevereiro 2017

Retomada da economia deve passar pelo agronegócio e dinamizar outros elos das cadeias produtivas

Segundo a reportagem da Revista Época Negócios (2017), o Agronegócio deve ser responsável por até 70% do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,7% previsto para este ano, afirmam alguns economistas, em estudo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI).

Segundo o IEDI, por trás dos números ruins do PIB divulgados na última quarta-feira, alguns setores já começam a esboçar sinais positivos e devem sair à frente na retomada da atividade econômica no país. Há consenso entre os economistas de que essa retomada do PIB começará pelo campo em 2017.

Algumas estimativas de mercado apontam que o agronegócio deve ser responsável por até 70% do crescimento de 0,7% previsto para este ano. Mas indicadores positivos começam também a surgir em setores da indústria, como calçados e têxteis – que, juntos, abriram mais de 14,5 mil vagas em janeiro, além do setor de eletroeletrônicos.

Ainda nesse sentido, o economista Rodolfo Margato, do banco Santander, projeta crescimento de 0,7% para a economia este ano, depois do tombo de 3,6% em 2016. Segundo Margato, o agronegócio será responsável por 70% desse crescimento. Segundo ele: “Estimamos que o PIB do agronegócio vai crescer 2,4% em 2017. Além da agropecuária, esse segmento movimenta setores como insumos, agroindústria e serviços. Com isso, a participação do agronegócio no PIB, que hoje está em torno de 21,5%, deve passar para 23%”.

Um fator que pode colaborar com essa afirmação é a supersafra de grãos, que vai crescer 21,8% este ano, chegando a 242 milhões de toneladas, com destaque para soja e milho, conforme afirma o economista José Carlos Hausknecht, da consultoria MB Agro: “Essa supersafra ajuda nas exportações do país e melhora a renda do agricultor. Também contribui para segurar uma alta na inflação de alimentos”.

Ainda segundo Hausknecht, essa supersafra também já está movimentando a indústria, ele lembra que a venda de máquinas agrícolas cresceu 77,5% em janeiro, na comparação anual. Em dezembro de 2016, já havia crescido 80,7%. Ele lembra ainda que a venda de fertilizantes também cresceu 12,3% no mesmo ano.

Ainda segundo o IEDI, não só a indústria ligada ao agronegócio começa a reagir. Com alta nas exportações em 2016 e melhora do mercado doméstico, o setor de calçados começou o ano de 2017 criando oito mil vagas de emprego, chegando a 294,8 mil postos, 2,8% a mais do que o ano anterior. Conforme aponta o economista do IEDI, Raphael Cagnin: “A queda da inflação estancou a perda de renda, e as pessoas, que estavam sem adquirir bens semiduráveis (calçados e têxteis) há pelo menos dois anos, foram às compras”.

Outro setor da indústria que mostrou fôlego em janeiro foi o de eletroeletrônicos, com crescimento de 2% na comparação anual. O resultado foi puxado pelo desempenho da indústria eletrônica, que apresentou expansão de 18,1%.

O ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, prevê que a economia pode crescer 0,3% já no primeiro trimestre, na comparação anual, embalada pela supersafra de grãos, impactando positivamente na indústria e no setor de serviços. Mas ele lembra que, atualmente, a indústria ainda tem cerca de 25% de ociosidade: “O que vai levar à retomada da produção na indústria é o recuo da inflação e a baixa dos juros. E esse movimento, tanto na inflação quanto nos juros, já começou”. Ele acredita que o emprego só será recuperado quando o investimento voltar, o que pode acontecer já no segundo semestre.

Segundo o IEDI, existem uma série de pontos que mostram sinais de recuperação da economia, a saber:

- Agronegócio: com crescimento estimado de 2,4% a 5% este ano, setor deve chegar a uma participação de 23,9% no PIB.
- Indústria geral: previsões apontam expansão de até 2%.
- Indústria extrativista: segmento teve expansão de 12,5% em janeiro, em função da alta do preço de commodities.
- Calçados e têxteis: juntos, abriram 14,5 mil vagas de trabalho em janeiro.
- Eletroeletrônicos: setor criou 1.814 novos postos de trabalho em janeiro.
- Papelão e papel ondulado: termômetro da economia, setor teve alta de 3,27% na demanda em fevereiro.
- Investimento: depois de encolher 10,2% em 2016, a chamada Formação Bruta de Capital Fixo deve crescer 3,5% segundo especialistas.

De modo geral, os sinais de recuperação da economia vêm aumentando, seja no agronegócio, seja na indústria, o fato é que um elo da cadeia produtiva pode dinamizar outros, criando um movimento interessante de recuperação (como demonstrado acima). Aliado a isso o Governo Federal deve acalmar os agentes econômicos e também propor medidas de estímulo capazes de apoiar e reforçar a recuperação da economia. O Governo Temer, ainda timidamente, vem buscando fazer esse movimento, que infelizmente ainda é pequeno se comparado às informações negativas que assolam nossa economia, ficando assim única e exclusivamente por conta dos agentes econômicos as iniciativas de retomada de crescimento.

Referências

ABDI – AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. ABDI reúne parlamentares para discutir agenda da indústria. Disponível em: <www.abdi.com.br/Paginas/noticia_detalhe.aspx?i=4166>. Acesso em: 4 maio 2017.

 

IEDI – INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. Indústria e investimentos registram queda menor em 2016. Publicado em: 8 mar. 2017. Disponível em: <www.iedi.org.br/artigos/imprensa/2017/iedi_na_imprensa_20170308_industria_e_inves
timentos_registram_queda_menor_em_2016.html>. Acesso em: 4 maio 2017.

 

_____. Retomada do crescimento da economia começará pelo campo. Publicado em: 12 mar. 2017. Disponível em: <www.iedi.org.br/artigos/imprensa/2017/iedi_na_imprensa_2017
0312_retomada_do_crescimento_da_economia_comecara_pelo_campo.html>. Acesso em: 4 maio 2017.

 

_____. Ampliam-se os sinais de recuperação da indústria. Publicado em: 23 mar. 2017. Disponível em: <www.iedi.org.br/artigos/imprensa/2017/iedi_na_imprensa_20170323
_ampliam_se_os_sinais_derecuperacao_da_industria.html>. Acesso em: 4 maio 2017.

DEIXE SEU COMENTÁRIO

Os seguintes erros foram encontrados:








    1. Os sites do Sistema Fiep incentivam a prática do debate responsável. São abertos a todo tipo de opinião. Mas não aceitam ofensas. Serão deletados comentários contendo insulto, difamação ou manifestações de ódio e preconceito;
    2. São um espaço para troca de ideias, e todo leitor deve se sentir à vontade para expressar a sua. Não serão tolerados ataques pessoais, ameaças, exposição da privacidade alheia, perseguições (cyber-bullying) e qualquer outro tipo de constrangimento;
    3. Incentivamos o leitor a tomar responsabilidade pelo teor de seus comentários e pelo impacto por ele causado; informações equivocadas devem ser corrigidas, e mal entendidos, desfeitos;
    4. Defendemos discussões transparentes, mas os sites do Sistema Fiep não se dispõem a servir de plataforma de propaganda ou proselitismo, de qualquer natureza.
    5. Dos leitores, não se cobra que concordem, mas que respeitem e admitam divergências, que acreditamos próprias de qualquer debate de ideias.