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16/11/2017 - Atualizado em 22/11/2017

Diretriz: Expansão do crescimento econômico, investimento e consumo

Período 3: março 2017 / outubro 2017

Resultados do PIB em 2017

 

Em setembro, o IBGE divulgou um relatório contendo informações sobre a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) no ano de 2017. De acordo com este relatório e, para este trabalho, destacamos a evolução de duas informações: taxa de crescimento semestral acumulada ao longo do ano em relação ao mesmo período do ano anterior e taxa de crescimento do segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

 

Considerando a taxa de crescimento do PIB semestral acumulada ao longo do ano o resultado divulgado – variação de 0,0% – aponta uma estagnação da economia no primeiro semestre de 2017. Mesmo com a economia estagnada, analisando a realidade econômica num intervalo dos últimos 7 semestres – o valor divulgado pode sinalizar uma reversão do ciclo econômico depressivo observado nos últimos três anos. Decompondo este resultado, podemos explicá-lo por meio da ótica da produção e ótica da despesa.

 

Sob a ótica da produção, os segmentos que se destacaram foram: agropecuário (+15,0%), extrativo mineral (+7,8%), produção e distribuição de eletricidade, gás, água e esgoto (+1,9%) e atividades imobiliárias (+0,1%). Os principais destaques negativos, de um total de oito segmentos, foram: construção (-6,6%), intermediação financeira (-3,1%) e serviços de informação (-1,4%). O segmento de comércio e a indústria de transformação acumularam também uma queda de, respectivamente, 0,8% e 1,0% ao longo do primeiro semestre. Pela ótica da despesa, apenas as exportações (2,2%) e importações (2,9%) contribuíram de forma positiva para o resultado do PIB neste ano. O consumo das famílias (-0,6%), consumo do governo (-1,9%) e investimentos (-5,1%) foram os destaques negativos no período.  

 

Em relação à evolução da taxa de crescimento da economia do segundo trimestre com o mesmo período do ano anterior, o PIB apresentou um leve crescimento de 0,3%.

 

Pela ótica da produção, os resultados foram: Agropecuário (+14,9%), Indústria (-2,1%) e Serviços (-0,3%). O segmento da Agropecuária foi o setor que mais influenciou positivamente o resultado do PIB, crescimento de 14,9%. Contribuíram para este resultado o crescimento da produtividade da produção de soja (+19,7%), do milho (+56,1%), do algodão (+9,8%) e do arroz (+16,3%). Apenas a produtividade da produção de café apresentou resultado negativo (7,0%). A Indústria teve queda de 2,1% no período analisado. Contribuíram para este resultado as quedas na produção da atividade de Construção (-7,0%), de Transformação (-1,0%) e de Produção e Distribuição de Eletricidade, Gás e Água (-0,5%). Apenas o segmento extrativo mineral apresentou crescimento 5,9%.

 

O resultado da indústria da construção pode ser atribuído ao fraco desempenho do mercado de trabalho do setor, queda de 9,2% na ocupação de postos de trabalho, e também à redução nominal de 2,1% das operações de crédito do sistema financeiro. Com relação ao resultado da indústria de transformação os destaques positivos na produção foram: veículos automotores e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos. Destacaram-se negativamente a produção de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis e equipamentos de transportes, exceto veículos automotores. O crescimento da indústria de extração mineral de 5,9% está atrelado ao desempenho do aumento da extração de petróleo e gás como também do aumento da extração de minérios ferrosos.

 

Com queda de 0,3% no segmento de serviços, os destaques foram o crescimento do comércio atacadista e varejista (0,9%), crescimento das atividades imobiliárias (0,9%) e outros serviços (0,3%). Neste segmento os destaques negativos do trimestre foram a queda na atividade de serviços de informação (-2,5%), intermediação financeira e seguros (-2,1%), administração, saúde e educação públicas (-1,3%) e transporte, armazenagem e correio (-0,5%).

 

Pela ótica da despesa, o leve crescimento de 0,3% do PIB do segundo trimestre deste ano em relação ao mesmo trimestre de 2016 foi influenciado pela dinâmica das seguintes variáveis: consumo das famílias (+0,7%), consumo do governo (-2,4%), investimentos (-6,5%), exportações (+2,5%) e importações (-3,3%).

 

A queda nos investimentos de 6,5% foi influenciada pela queda nas importações de bens de capital, sobretudo máquinas e equipamentos e equipamentos de transportes, exceto veículos automotores. Contribuiu também para a magnitude da queda dos investimentos o desempenho negativo da construção.  O leve crescimento do consumo das famílias no período analisado foi influenciado por um conjunto de fatores: crescimento real da massa salarial de 2,3%, queda na taxa da Selic para 10,9% ao ano, liberação dos recursos do FGTS e crescimento nominal de 1,8% do saldo das operações de crédito do sistema financeiro nacional para pessoas físicas. No âmbito do setor externo, o crescimento das exportações de 2,5% foi influenciado pelo aumento das vendas de veículos automotores, petróleo e gás, agropecuária e papel e celulose. Em relação às importações, a queda de 3,3% foi puxada pela queda nas vendas de máquinas e equipamentos, equipamentos de transportes, máquinas, aparelhos e materiais elétricos e produtos de metal.

 

O que esses resultados sugerem? Após um longo período de recessão econômica a economia começa a apresentar alguns sinais de superação da grave e severa recessão econômica experimentada nos últimos três anos, queda acumulada de 6,8% do PIB. Apesar da estagnação econômica no primeiro semestre, o resultado observado aponta para uma inflexão da direção da atividade produtiva caracterizada até então por crescimento negativo. Esta mudança é reforçada sobretudo quando se incorpora na análise as projeções realizadas para o crescimento do PIB até o final de 2017 e a variação do crescimento do PIB do segundo trimestre de 2017 em relação ao primeiro trimestre de 2017. Comparando o primeiro e segundo trimestres deste ano houve crescimento do PIB de 0,2%. Em relação às projeções, o boletim de Acompanhamento – Pesquisa Focus (20/10/2017) divulgada pelo Bradesco sinaliza um crescimento do PIB de 0,7% ainda este ano.

 

Duas variáveis têm influenciado positivamente esse novo cenário de recuperação da atividade produtiva: crescimento do consumo das famílias (aumento da massa salarial real, queda na taxa de juros, liberação dos recursos do FGTS, etc.) e aumento da atividade de exportações no país sobretudo de veículos, produtos agropecuários, petróleo e papel e celulose. A indústria, mesmo com sinais negativos de crescimento do PIB industrial, emite sinais de recuperação. As projeções do Bradesco para a produção industrial no país indicam um crescimento de 1,7% ainda este ano e crescimento projetado de 2,9% para 2018. Diante dessa nova realidade, um ponto de incerteza é a lenta recuperação da capacidade de investimento da economia que ainda não apresenta bom desempenho. Num momento em que o país ainda enfrenta uma transição de recuperação da confiança da classe empresarial para estimular o crescimento das atividades produtivas e consequentemente da economia, esta trajetória – uma vez efetivada com maior vigor e velocidade, pode ser um forte estímulo à atividade industrial.

 

Aliado a esse processo, ao reduzir os custos dos empréstimos – tanto para investimento quanto para consumo – o país cria os mecanismos macroeconômicos básicos de incentivo ao crescimento da atividade produtiva. Como resultado espera-se mais produção, emprego e consumo.

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