Vestuário

SENAI CETIQT apoia criação de aplicativo de rastreabilidade e originalidade em artigos têxteis

Ferramenta é desenvolvida em parceria com startup de Maringá e empresas do setor

22/09/2022

A pirataria é um ato muito recorrente não só no Brasil, como no restante do mundo. Nas últimas décadas, foram detidos cerca de R$228 milhões pela Polícia Federal em réplicas de vestuário – camisetas, tênis, calças etc. Com o intuito de colaborar com uma solução para combater esta atividade e fortalecer a relação entre as marcas e consumidor, o SENAI CETIQT colaborou com a união da startup R-INOVE a empresas do ramo têxtil, para a criação de um aplicativo que rastreia e codifica a originalidade dos produtos de maneira simples e rápida. Através do software, tanto o consumidor quanto o criador da marca, poderão identificar pela impressão do código sobre o fio a leitura instantânea do artigo têxtil e a consulta de dados do produto diretamente no aplicativo – permitindo que o usuário encontre informações sobre a originalidade da peça de maneira imediata.

“A parceria entre R-INOVE e SENAI CETIQT contribui para o avanço do ecossistema de inovação, pois uma startup necessita do apoio de uma instituição de referência nacional na busca de soluções para o segmento – e o fortalecimento da relação entre os dois acelera as mudanças na busca por um mundo mais transparente, sustentável e justo. O segmento têxtil brasileiro é relevante e o impacto de uma inovação disruptiva trará benefícios mundiais”, conta Rafael Rocha, Analista de Mercado II, da Coordenação de Relações com o Mercado do SENAI CETIQT.

Estima-se que de janeiro a setembro de 2021, o Brasil atingiu a marca de mais de R$4,5 bilhões de gastos em pirataria, ocupando o quinto lugar no ranking global de acessos a produtos piratas. “A prática não só traz malefícios econômicos, como também alimenta a mão-de-obra escrava e infantil. Sabemos de casos de pessoas de diversas nacionalidades que vieram para o Brasil na esperança de um sustento e acabaram sendo aliciadas por empresas de procedências duvidosas”, explica Micheline Maia Teixeira, co-fundadora da startup R-INOVE.

A produção consciente e um mercado justo são alguns dos maiores objetivos da indústria têxtil. O setor é considerado um dos mais poluentes do mundo. Em 2019, a ABIT estimou que são desperdiçados cerca de 170 mil toneladas de resíduos têxteis pelas confecções por ano no Brasil – sendo descartados de maneira inadequada em aterros sanitários. A criação do aplicativo permite que o benefício da rastreabilidade do produto mostre qual a marca responsável pela atividade, visando à diminuição do despejo de produtos, além de informar o código de originalidade e a rastreabilidade de processo do tecido com geolocalização da unidade fabril. Outro método disponível no aplicativo é o de codificação em apenas um item do vestuário ou menos – como manga, bolso ou gola, garantindo a afirmação da originalidade.

Os benefícios e soluções da codificação
Entre os benefícios e vantagens da criação do aplicativo está a codificação do produto – efetuada sobre fios de algodão ou mistos, dificultando a criação de possíveis cópias. O método não pode ser visto a olho nu, somente com o uso da luz UV, permitindo, assim, que a aparência final do produto permaneça do mesmo jeito no artigo têxtil sem interferências em seu aspecto. Outro benefício da codificação é a possibilidade de leitura e consulta instantânea no app, com informações em qualquer etapa de produção e no artigo pronto.

A criação do aplicativo ainda está em processo e o SENAI CETIQT foi um fator determinante na unificação da R-INOVE com as demais empresas do ramo têxtil – resultando no case com a empresa Natural Color Cotton e a contribuição do SENAI PB com fios para serem usados na codificação, ocasionando na demonstração da solução na Premierè Vision Paris e na 5ª CIMODE em Portugal, além da exposição na Febratex 2022 em Blumenau. 

“O processo contou com inúmeras contribuições para chegar ao resultado que temos hoje. A R-INOVE recebeu do Senai PB o fio que foi levado para codificação na própria sede da startup em Maringá- PR e enviado novamente ao Senai PB. Em seguida, o Senai PB bateu o tecido plano e produziu a malha. A Natural Color Cotton ficou responsável pelos acabamentos da malha e do tecido e confeccionou as peças. Ao final, ambas empresas receberam o aplicativo de rastreio para teste e filmagem”, detalha Micheline. 

É previsto que o lançamento seja feito nos próximos dois meses, com uma interface personalizada para o produtor têxtil e o outra própria para o consumidor. 

Para os próximos passos, a R-INOVE estará presente no The International Textile Manufacturers Federation, na Suíça. A startup foi a única do mercado brasileiro a ser indicada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) para a apresentação de projetos e parcerias com o SENAI CETIQT. Para mais informações sobre o evento, acesse: https://www.itmf.org/.

O SENAI CETIQT
O Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil – SENAI CETIQT – é formado pela Faculdade SENAI CETIQT, Instituto SENAI de Inovação em Biossintéticos e Fibras (instalado no Parque Tecnológico da UFRJ, na Ilha do Fundão) e Instituto SENAI de Tecnologia Têxtil e de Confecção. Inaugurado em 1949, é hoje um dos maiores centros de geração de conhecimento da cadeia produtiva química, têxtil e de confecção, setores que juntos geram cerca de 11,9 milhões de empregos no país.

Fonte: SENAI CETIQT