Infraestrutura

Fiep participa de summit que debateu perspectivas para a infraestrutura do Paraná

Evento promovido pela Gazeta do Povo teve presenças do presidente e do gerente de Assuntos Estratégicos da entidade

30/08/2023

A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) foi uma das participantes do summit “Paraná em Perspectiva – Desafios e Oportunidades”, realizado pela Gazeta do Povo nesta terça-feira (22), em Curitiba. O evento, que debateu principalmente as prioridades para a infraestrutura do Estado, contou com a presença do presidente da Fiep, Carlos Valter Martins Pedro, e teve como um de seus painelistas o gerente executivo de Assuntos Estratégicos da entidade, João Arthur Mohr.

A abertura do summit foi feita pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, que afirmou que o Paraná, por sua capacidade de produção de alimentos, tem condições de se transformar no grande “supermercado do mundo”, agregando valor à produção agropecuária. Para isso, é fundamental planejar a infraestrutura do Estado. “Quando a gente fala em infraestrutura, não dá para pensar apenas em hoje e amanhã. Estamos pensando nas próximas décadas. Qualquer obra que você faça neste sentido você pensa em um horizonte de 20, 30 ou até 50 anos”, disse. “Nós estamos preparando o Paraná do futuro, para dar vazão à nossa produção agrícola e industrial crescente. Nós temos que preparar uma infraestrutura capaz de atender esse crescimento”, acrescentou.

Para João Arthur Mohr, a oportunidade de debater os desafios logísticos do Paraná com o governador e secretários de Estado é essencial para tornar claras as prioridades da sociedade. “A importância de um evento como este é a união de esforços, com o governo do Estado, o Poder Legislativo, o setor produtivo e a sociedade civil organizada, todos pensando o Paraná do futuro e como podemos ser mais eficientes ainda”, afirmou.

Segundo o gerente executivo da Fiep, o Paraná tem em andamento ou planejados grandes projetos que, se executados com eficiência, vão melhorar em muito sua infraestrutura. “Esta semana, por exemplo, é um marco para o Paraná, com a licitação do primeiro lote do novo modelo de concessão de rodovias. Esse é um ponto fundamental, iniciando uma cadeia de novas licitações para resolver a questão logística rodoviária”, explicou.

Além disso, no modal ferroviário, Mohr destacou três grandes projetos. O primeiro é o chamado Moegão, uma nova estrutura que vai preparar o Porto de Paranaguá para ampliar significativamente sua capacidade de recebimento de cargas por vagões. O segundo é a Nova Ferroeste, uma ferrovia que vai ligar Maracaju (MS) a Paranaguá, passando pelo Oeste do Paraná. E, por fim, a renovação da Malha Sul, hoje operada pela Rumo, cuja concessão vence em 2027. “Temos que trabalhar a partir de agora a questão das melhorias também nessa malha como um todo”, disse.

Para Mohr, deve haver um esforço conjunto para que todas essas e muitas outras obras previstas saiam do papel. “Temos que trabalhar todos juntos para que essa logística integrada de todos esses modais traga o que nós queremos, que é a redução de custos logísticos, a melhoria das questões ambientais – porque a ferrovia emite cinco vezes menos carbono por tonelada transportada do que a rodovia – e também do ir e vir das pessoas com segurança nas estradas”, declarou.

Secretários
O summit “Paraná em Perspectiva – Desafios e Oportunidades” teve ainda a participação de três secretários de Estado. Sandro Alex, da Infraestrutura e Logística, afirmou que os projetos em andamento buscam consolidar o que classificou como a “vocação logística” do Paraná. “A característica principal do Estado é a logística, por estar em uma posição estratégica na América do Sul. O Paraná tem a quinta maior população, a quarta economia e a terceira maior frota de veículos do País”, afirmou. “Além disso, o Paraná tem cinco das 10 maiores cidades do Sul do País, que estão posicionadas em diferentes regiões. O novo traçado das concessões rodoviárias vai passar por todas essas cidades, alcançando polos regionais que são estratégicos para o Estado e para a região”, completou.

Ricardo Barros, da Indústria, Comércio e Serviços, ressaltou que o bom ambiente de negócios no Paraná, com potencial de consumo interno e exportação, além da estabilidade política e jurídica, transformou o Estado na quarta economia do Brasil, com captação de R$ 220 bilhões em investimentos privados desde 2019. “O Paraná é um excelente produto, e por isso não é difícil de ser vendido. Por isso, hoje temos esse momento convergente na economia do Estado”, comentou Barros na abertura do painel “Um Estado que Atrai Grandes Investimentos”.

Guto Silva, do Planejamento, reforçou a importância de uma governança dinâmica, que envolva o poder público e a iniciativa privada. "Os territórios em desenvolvimento no mundo são aqueles com uma governança muito clara, isto é, essa sinergia entre Estado, iniciativa privada e a imprensa como contrapeso importante na democracia Isso cria um ambiente que facilita esse diálogo produtivo", disse. "Para atingir esse objetivo, criamos governanças que estão levantando demandas regionais e estamos trazendo-as para dentro do PPA (Plano Plurianual 2024-2027), para que o Estado consiga desenvolver as regiões com menores níveis de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)", acrescentou.

O evento teve também a participação do diretor da Comissão de Infraestrutura da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Eugênio Gizzi.