Automotivo

O papel das indústrias automotivas na qualificação de profissionais

Parceria do Senai Paraná com empresas do setor facilita entrada no mercado de trabalho

16/12/2022

A indústria foi o segundo setor que mais abriu vagas de trabalho no Paraná em 2022. Até setembro deste ano, o Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), do Ministério da Economia, registrou a criação de mais de 26 mil postos de trabalho formais, distribuídos entre os mais diversos segmentos. Um deles é o automotivo, que contratou 2.139 pessoas. O volume se alinha às projeções do Mapa do Trabalho Industrial do Senai 2022-2025, que aponta a necessidade de qualificar mais de 833 mil trabalhadores nos próximos anos. Quase 27 mil deverão trabalhar na indústria de veículos e reparação automotiva. Para apoiar a indústria na contratação dessas pessoas, o Senai no Paraná oferta cursos técnicos específicos para o setor, como manutenção automotiva, mecânica e mecatrônica, entre outros. “Buscamos atender as necessidades das indústrias, entregando ao mercado de trabalho profissionais com a melhor preparação”, diz Pedro Lazzarotto, coordenador de educação no Senai unidade Boqueirão.

Gratuidade para qualificar mais pessoas
Um importante diferencial nos projetos de educação profissionalizante é a gratuidade. A partir de parceria com grandes empresas de peças e automóveis, a instituição abre oportunidades para quem deseja se qualificar, mas não tem recursos financeiros para os estudos. Foi assim que a Jucelia Santos, de 37 anos, chegou ao curso de Mecânica Automotiva do Senai. Encantada com o universo automotivo desde a infância, quando assistia corridas de Fórmula 1 pela tevê, Jucelia trabalhava como borracheira e sabia que precisava estudar para crescer na área. “Assim como muitos alunos, sou mãe de família, fazemos o curso durante o dia e trabalhamos à noite. Essa oportunidade melhorou nossa vida, e, principalmente, a nossa autoestima: agora eu posso dizer que sou certificada em mecânica automotiva”, comemora Jucelia, que se forma em dezembro deste ano.

A entrada de Jucelia no curso só foi possível graças a uma parceria que o Senai tem com o Instituto Renault. Uma parte das vagas dos cursos técnicos é subsidiada pela indústria e o Senai destina 66,66% da sua Receita Líquida de Contribuição Compulsória Geral para viabilizar a oferta de vagas gratuitas nos Cursos Técnicos e de Formação Inicial e Continuada. “Nós acreditamos e investimos no poder transformador da educação. Ao longo de 12 anos de atuação, o Instituto Renault já impactou positivamente mais de 830 mil pessoas nos eixos de Inclusão e Segurança”, conta Graziela Pontes, coordenadora de Responsabilidade Social na Renault do Brasil.

A inclusão no mercado de trabalho pode acontecer durante o curso: “Algumas empresas já absorvem os alunos que estão no Instituto, e outros vão para o mercado já com esta formação, além de uma experiência prática valiosa que facilita a inserção”, diz o coordenador Pedro Lazarotto. A aluna e futura Mecânica Automotiva, Jucelia, conta que seus planos são um pouco diferentes: “Com o curso eu gostaria de entrar no ramo automotivo para me aperfeiçoar mais, trabalhar e futuramente abrir uma oficina. Quero oferecer trabalho para as pessoas, continuar estudando e chegar a uma pós-graduação em Engenharia Mecânica, que é a minha paixão”, finaliza.

O mercado automotivo em retomada
A indústria automotiva enfrentou alguns desafios em 2022. A falta de insumos, provocada pela política covid-zero da China e pela Guerra da Ucrânia, fez a produção industrial diminuir. No primeiro semestre, caiu 5%, mas a expectativa é de encerrar 2022 com crescimento de 6,9% em relação a 2021, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a projeção de vagas de trabalho no setor é de 92.004 postos de trabalho até 2025. O Paraná segue como um dos estados que mais emprega no setor automotivo e de reparação no Sul, com 63.703 postos ocupados até agosto de 2022, segundo o Novo Caged, e tem mais de sete mil empresas especializadas na área. “Uma pessoa que já teve contato com o mercado de trabalho se torna um colaborador ou candidato mais preparado em relação aos demais que não passaram pelos cursos do Senai”, conclui o coordenador Pedro Lazzarotto.

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Conteúdo publicado originalmente no portal G1.