24 de novembro de 2021
reforma tributária | Relações Sindicais
Especialista aponta oportunidades e ameaças da Reforma Tributária para a indústria

Live promovida pelas Federações das Indústrias e Conselhos Regionais de Contabilidade dos três estados do Sul antecipa prováveis impactos para as empresas

Uma verdadeira “aula” sobre como os projetos de Reforma Tributária que tramitam no Congresso Nacional vão afetar a indústria e a rotina dos profissionais de contabilidade ocorreu na manhã desta segunda-feira (22/11). A live, uma iniciativa conjunta entre as Federações das Indústrias e Conselhos Regionais de Contabilidade do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, teve mais de 300 participações e esclareceu muitas dúvidas que são comuns a todo o setor produtivo e também a empresários e contadores.

Já na abertura, a presidente do CRC de Santa Catarina, Rúbia Albers Magalhães, agradeceu a oportunidade de comandar o evento e elogiou a iniciativa das Federações. “O debate de um tema tão relevante não só fortalece o associativismo como também valoriza o trabalho do profissional de contabilidade e confere mais credibilidade à sua atuação no cumprimento de todas as obrigações fiscais devidas pelas empresas”, destacou.

O convidado para o debate foi Vicente Sevilha, CEO da Sevilha Contabilidade, especialista em Negócios de Alto Crescimento pela Babson College e também mestre em Gestão da Qualidade pelo Latin American Quality Institute. Já na abertura de sua apresentação, ele destacou a alta complexidade do sistema tributário brasileiro, que é oneroso e gera muitas dúvidas para as empresas. “No início da minha carreira, há 40 anos, já se esperava uma reforma tributária no Brasil. Ao longo deste tempo, vi serem inseridas inúmeras emendas ao sistema, que já é de difícil interpretação. Essas novas regras aumentaram as dúvidas de interpretação na análise dos dados, demandam tempo dedicado do profissional de contabilidade e geram cada vez mais insegurança jurídica às empresas”, explica.

Sevilha destacou as três frentes de debate que vem sendo discutidas em Brasília. Duas tramitam no Congresso Nacional (Câmara Federal e Senado) e outra vem sendo construída em paralelo pelo Poder Executivo. “Defendemos que o debate precisa ser amplo e contemplar os interesses de todos os envolvidos. Mas em sua essência defendemos um modelo que simplifique o atual sistema tributário brasileiro e reduza os altos custos em impostos pagos pelas empresas”, diz.

Depois de apresentar as propostas do Governo Federal e as que já estão em debate mais adiantado na Câmara (PEC 45) e no Senado (PEC 110), que têm várias divergências entre si, o CEO destacou os pontos obscuros de todos os modelos e defendeu um mais simples. “É possível simplificar o atual modelo e reduzir a carga tributária criando um ambiente de negócios mais favorável à geração de empregos e riquezas ao país”, declarou. “A substituição de vários tributos por um único reduziria significativamente as etapas de apuração de dados, as obrigações acessórias atreladas a cada uma delas trazendo um ganho operacional enorme para profissionais de contabilidade. Isso reduziria custos de horas trabalhadas pagas pelas empresas”, complementa.

Após apontar os inúmeros pontos polêmicos e divergentes das três propostas, Sevilha também informou que nenhum dos modelos é claro na definição dos prazos de entrada em vigor das medidas previstas. Se haveria cobranças por períodos retroativos ou valeriam para o tempo atual. “Essa é uma grande preocupação e uma corrida contra o tempo para empresários, principalmente os que têm investimentos e negócios em outros países”, ponderou.

As regras que valem não só para empresas, mas pessoas físicas também afetam a economia como um todo. Por isso é importante que as indústrias fiquem atentas às mudanças nas regras para que possam participar, junto a seus sindicatos, da construção de uma proposta mais justa e eficiente para o país. “Embora algumas alterações pareçam vantajosas, cada um vai defender seus interesses no novo formato. E isso pode resultar em um modelo ainda mais oneroso e com aumento de impostos para as empresas”, argumentou. “O debate deve ser ampliado à toda sociedade. Isso inclui o setor produtivo, as entidades de classe que os representam, os sindicatos, os profissionais de contabilidade, do direito, entre outros. Todos precisam ter uma participação efetiva agora”, concluiu.

 

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