Conselhos Temáticos e Setoriais

15 de outubro de 2025

Indústria de bebidas do Paraná relata impactos de casos de adulteração sobre a cadeia produtiva

Compartilhe:

A Fiep e o setor industrial paranaense estiveram representados, nesta quarta-feira (15), na audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa para debater o tema “Os perigos do metanol: protegendo vidas e combatendo a adulteração de bebidas”. Durante o evento, o presidente do Sindicato das Indústrias de Bebidas do Paraná (Sindibebidas-PR), Anuar Abdul Tarabai, falou sobre os impactos que já estão sendo sentidos por empresas do segmento devido à repercussão de recentes casos no país de intoxicações causadas por bebidas alcoólicas adulteradas.

A audiência foi proposta pelo deputado estadual Luiz Fernando Guerra, presidente da Comissão de Indústria, Comércio, Emprego e Renda da Assembleia. Em sua participação, Tarabai, que também coordena o grupo de trabalho de bebidas no Conselho Setorial da Indústria de Alimentos e Bebidas da Fiep, apresentou um perfil do segmento no Paraná.

No total, são 260 indústrias fabricantes de bebidas no estado, que geram 7,6 mil empregos diretos e são responsáveis por uma receita líquida de vendas que chega a quase R$ 17,5 bilhões ao ano. Tudo isso coloca o Paraná como o terceiro maior produtor de bebidas do Brasil. A maioria dessas empresas está ligada à produção de bebidas alcoólicas. Nesse segmento, são 195 indústrias (75% do total), que respondem por 3,6 mil postos de trabalho (47,5% do total). Já a receita líquida de vendas é de R$ 9,8 bilhão (56,1% do total).

Queda nos pedidos
Em seguida, Tarabai comentou os impactos que a crise gerada pelos recentes casos de adulteração de bebidas no país está causando sobre o setor. “Essa é uma crise que já era prevista, porque já houve outros tipos de casos sérios em relação às bebidas. O maior impacto agora é sobre a saúde pública, mas afeta também empregos diretos e indiretos”, disse. “Nas duas últimas semanas, tivemos uma diminuição de 50% nos pedidos de destilados no Paraná, e não significa que aumentaram os de fermentados, cervejas ou vinhos. Simplesmente a gente teve uma diminuição e isso se reflete na cadeia como um todo, desde a fabricação, a logística e até o último CNPJ da ponta, que pode ser um bar ou um restaurante”, explicou.

Tudo isso resulta em queda no faturamento das indústrias, comércios e prestadores de serviços ligados a essa cadeia, além da diminuição na arrecadação de impostos. Atualmente, só de tributos federais e impostos previdenciários, o setor de bebidas do Paraná paga cerca de R$ 10,7 milhões ao ano, segundo o levantamento apresentado na audiência.

O presidente do Sindibebidas-PR ressaltou, ainda, que os impactos sobre o setor são ainda mais sensíveis devido ao período do ano em que ocorre essa crise. “A partir de meados de setembro, começa o período de recuperação. A gente trabalha no verão, comemorações de final de ano e período de férias para se manter o ano todo e fazer uma razão de sobrevivência nesse mercado que é tão competitivo”, afirmou, destacando ainda a concorrência desleal que as indústrias que atuam dentro das normas acabam sofrendo. “Esse mercado também tem uma tributação muito alta, e a gente acaba perdendo (competitividade) para essas quadrilhas (que atuam com adulteração de bebidas)”, explicou.

Fiscalização e rastreabilidade
Tarabai também destacou que, além de adulterações, o setor sofre com casos de falsificação de bebidas. “Adulteração é o que a gente mais fala hoje, porque é o mais crítico, mas existe também um viés de falsificação muito intenso no estado”, afirmou, ressaltando que as indústrias do setor não usam metanol em nenhuma etapa de seus processos produtivos. Por fim, ele afirmou que há problemas na fiscalização e rastreabilidade das bebidas, por isso sugeriu a criação de um grupo de trabalho com representantes da iniciativa privada e de órgãos públicos para debater ações concretas que aprimorem essas áreas.

Presenças

A audiência desta quarta reuniu deputados e representantes do Poder Executivo, da indústria, do comércio e de universidades em um importante debate sobre a grave crise de saúde pública causada pelos recentes casos de contaminação por metanol no Paraná e em outros estados brasileiros.

“Este é um assunto extremamente preocupante, muito grave para a saúde pública no país e no Paraná”, disse o deputado Luiz Fernando Guerra. “Como presidente da Comissão do Comércio, estou extremamente preocupado também com o setor produtivo, que vem sendo impactado diretamente por isso. Por isso trouxemos várias entidades de classe para que possam opinar e dialogar não só conosco, legisladores, mas também com quem está fiscalizando, com a Vigilância Sanitária, com os órgãos de saúde pública e de segurança pública, para que, em conjunto e em sinergia, possamos encontrar o caminho para que esse mal não avance no nosso estado”, completou.

Ao longo dos debates, a ação integrada de órgãos de fiscalização de todas as esferas governamentais, com troca de conhecimentos e informações relevantes, foi considerada o passo fundamental para combater as fraudes não apenas neste momento de crise, mas de forma perene. Entre outros parlamentares, também participaram do evento os deputados Fabio Oliveira, Márcia Huçulak, Marli Paulino e Cristina Silvestri. Esteve presente ainda o secretário em exercício da Saúde do Paraná, César Neves.

FAÇA PARTE DO CANAL DE COMUNICAÇÃO DO SISTEMA FIEP
Faça parte do Canal do Sistema Fiep no WhatsApp! Entre direto com o link: https://t2m.io/CanalComunicacao.
Junte-se a nós e fique por dentro de tudo o que o Sistema Fiep faz para transformar o Paraná no melhor ambiente para o desenvolvimento industrial do Brasil.

Fique por dentro:

Fique por dentro das últimas notícias!

Quer receber, em primeira mão, as matérias do Sistema Fiep? Inscreva-se agora mesmo na nossa newsletter exclusiva!

Fechar [x]Os dados pessoais coletados pelo Sistema Fiep seguem todos os padrões de segurança e confidencialidade previstos pela Lei Geral de Proteção de Dados. As informações coletadas são sigilosas e não serão, em hipótese alguma, comercializadas a terceiros. O aceite do termo permite, por período indeterminado, o recebimento de materiais de divulgação e contato das empresas que constituem o Sistema Fiep (Sesi, Senai, Fiep e IEL no Paraná).
Clique aqui e confira nossa Política de Privacidade.