Conselho Automotivo da Fiep alinha estratégias para o futuro da indústria paranaense

O Conselho Setorial da Indústria Automotiva da Fiep se reuniu sob a coordenação de Carlos de Paula, com a presença de lideranças empresariais, representantes de sindicatos, especialistas técnicos e instituições parceiras, com o objetivo de revisar as estratégias e iniciativas em andamento no setor. A pauta central girou em torno da atualização dos 11 Macro Objetivos do Conselho, definidos há mais de um ano e agora em processo de consolidação e expansão. Um dos principais destaques foi a entrega oficial da Rota Estratégica Automotiva, desenvolvida pelo Observatório da Fiep, apresentada por Sidarta Ruthes como ferramenta de orientação para políticas públicas e ações privadas.

Aline Calefi, gerente de Responsabilidade Social do Sistema Fiep, apresentou duas iniciativas com foco em desenvolvimento sustentável e inclusão social: o Prêmio Sesi ODS, que reconhece práticas empresariais alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, com inscrições abertas até 30 de junho; e o programa Indústria Acolhedora, voltado à inserção de imigrantes, em especial venezuelanos, no mercado industrial do Paraná. O programa atua em quatro frentes: articulação com parceiros institucionais, cadastro e capacitação de imigrantes, formação sociocultural, e qualificação profissional por meio do Senai. Já foram registrados mais de 70 vínculos de emprego e mais de 400 pessoas envolvidas em diversas etapas do projeto.

Outro ponto de grande relevância na reunião foi a apresentação dos resultados da Missão Técnica à Automec 2025, a maior feira do setor automotivo da América Latina, realizada em São Paulo. Antônio Dalcolle, do Sindirepa Maringá, relatou a experiência de 80 participantes do Paraná que conheceram tendências como eletrificação veicular, soluções em automação, diagnósticos avançados e inteligência artificial. A missão teve como foco fortalecer as oficinas paranaenses e estimular parcerias com fornecedores e fabricantes. Representantes das regiões de Campos Gerais e Bandeirantes também destacaram visitas a fábricas como Tecfil e NGK, além da participação em certificações promovidas pelo IQA. Wilson Bill, do Sistema Fiep, ressaltou ainda a articulação com fabricantes para firmar parcerias com o Senai, incluindo a criação de um caminhão-escola para qualificação em mecânica diesel. A comitiva destacou que a experiência não só promoveu capacitação técnica, como também fortaleceu o associativismo entre os sindicatos do setor.

Na parte estratégica, Carlos de Paula apresentou o avanço das seis primeiras ações dos 11 Macro Objetivos do Conselho. A primeira é a articulação para redirecionar recursos do programa Paraná Competitivo para um fundo de apoio a micro, pequenas e médias empresas, com gestão da Fiep e operacionalização pelo Fomento Paraná. A segunda trata do fortalecimento da cadeia de fornecedores por meio do programa Jornada da Produtividade do Senai. O terceiro foca em campanhas de valorização profissional, incluindo produção de vídeos e materiais que serão lançados no Dia da Indústria Automobilística. O quarto é o mapeamento de 13 mil empresas com potencial para serem fornecedoras da cadeia automotiva, com base em cruzamentos de dados como CNAEs, certificações e indicadores de inovação. O quinto objetiva divulgar editais de inovação para a indústria por meio de uma plataforma digital própria, com apoio de materiais gráficos. O sexto propõe ações para isenção de impostos (ICMS e IPI) na doação de veículos ao Senai, com foco na formação técnica, considerando adaptações futuras à Reforma Tributária.

As próximas cinco ações a serem desenvolvidas contemplam a inclusão de pequenas e médias empresas no Parque Tecnológico da Indústria, o fomento à integração da cadeia automotiva com ambientes de inovação como o Vale do Pinhão e a UTFPR, o mapeamento de ativos estratégicos do setor, o acesso das empresas aos dados do Observatório da Fiep, e uma parceria com o Sebrae para impulsionar a transformação digital das indústrias do Paraná. Todas essas ações serão conduzidas com base em articulações estruturantes, envolvimento multissetorial e uso intensivo de inteligência de dados.

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