Um grupo de empresários ligados ao Conselho Setorial da Indústria do Vestuário e Têxtil da Fiep visitou, neste mês, as novas instalações do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (SENAI CETIQT), no Rio de Janeiro. Responsável pela formação profissional e a prestação de serviços especializados, a estrutura é hoje o maior centro latino-americano de produção de conhecimento da cadeia produtiva têxtil e de confecção e da área Química, atendendo empresas de todo o país. O presidente do Sistema Fiep, Carlos Valter Martins Pedro, acompanhou o grupo na visita.

O edifício visitado pela delegação paranaense fica na Barra da Tijuca e foi inaugurado em agosto do ano passado. Em um espaço de 16 mil metros quadrados de área construída, abriga a Faculdade SENAI CETIQT, que oferta cursos técnicos e superiores, e o Instituto SENAI de Tecnologia Têxtil e de Confecção, que presta serviços de consultoria e metrologia, com soluções desde a criação até a comercialização dos produtos. Os serviços estão focados na redução de custos de projeto e na melhoria do desempenho de processos e produtos para contribuir no aumento da competitividade do setor.

Entre outros espaços, a estrutura possui 20 salas de aula e 25 laboratórios de Engenharias e de Design e Produção do Vestuário. Também tem sete laboratórios de Metrologia para ensaios nas seguintes áreas: físico, químico, flamabilidade, toxicicidade, colorimetria, microbiologia e calibração. O CETIQT também abriga um Organismo Certificador de Produto (OCP), focado em máscaras cirúrgicas e cinturões de segurança.

Além disso, um dos principais destaques é o Fashion Design Hub, composto de espaço maker e coworking, laboratórios de prototipagem (de confecção e 3D) e uma planta de confecção 4.0, que é a primeira da América Latina.

Os empresários foram recebidos pelo diretor-executivo do CETIQT, Sérgio Luiz Souza Motta, e pelo gerente do Instituto SENAI de Tecnologia Têxtil e Confecção, Rodrigo Kurek.

Impacto para a indústria do Paraná
Para o coordenador do Conselho Setorial do Vestuário, Valdir Scalon, conhecer os serviços e os laboratórios do SENAI CETIQT foi muito importante para os empresários dos sindicatos que representam o setor no Paraná. “Com certeza em muito irá impactar na gestão dos sindicatos, uma vez que pudemos comprovar que a indústria 4.0 já chegou ao vestuário e há muito já permeia as nossas relações com clientes e fornecedores”, disse.

Segundo Scalon, muitas possibilidades foram apresentadas de forma acessível, demonstrando aos empresários que é possível acelerar o desenvolvimento da indústria do vestuário. “Porém, ao mesmo tempo em que percebemos as excelentes oportunidades, nos fez refletir para o fato de o quanto a nossa indústria é frágil no quesito tecnologia, no tocante a automação em especial, além da cultura equivocada de que o acesso a novas tecnologias pertence somente a grandes empresas”, afirmou. Para ele, o associativismo, com a união de esforços, pode ser uma saída para que pequenas indústrias também avancem nessa questão.

O coordenador do Conselho agradeceu à Fiep pelo conhecimento proporcionado aos empresários, ressaltando que a Federação “busca sempre aproximar a indústria da moda das oportunidades de crescimento que o mercado possibilita, mostrando as alternativas e os caminhos possíveis para alcançá-las”.

Representante do Sindicato das Indústrias do Vestuário do Oeste do Paraná (Sindiwest), o empresário Edvaldo Geraldo lembrou que empresas do setor de sua região receberam consultorias do CETIQT no início dos anos 2000. “Nossa empresa foi uma das que participou do programa naquela época e até hoje a gente aplica os ensinamentos que recebemos”, explicou. “Foi de grande valia para nós naquele momento e hoje, conhecendo as novas tecnologias e instalações do CETIQT, a gente vê que muitos dos projetos que o Conselho está desenvolvendo podem ser casados com o que eles têm à disposição para utilização das empresas”, completou.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Cianorte (Sinveste), Alberto Nabhan, foi uma oportunidade de conhecer de perto serviços dos quais as indústrias somente haviam ouvido falar. “Nós, da indústria, vimos o que é a realidade do setor da confecção, em um departamento que está à disposição das nossas indústrias desde a modelagem, do estilo, do maquinário, da tecnologia, tudo maravilhoso”, afirmou. “Agradecemos à Fiep por esse intermédio e, com certeza, o CETIQT estará dentro da nossa empresa em um futuro bem breve”, acrescentou.

O presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Vestuário do Paraná (Sivepar), Guilherme Hakme, também classificou a visita como muito produtiva. “Lá pudemos ver todo um aparato de tecnologia, cursos e laboratórios que estão à disposição da indústria”, declarou. “Agora precisamos divulgar com as indústrias associadas para que façam uso de toda essa estrutura, melhorando nossa qualidade, gestão e aprimorando os conceitos atuais da moda”, completou.