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Representantes da Federação das Indústrias do
Paraná (Fiep) e empresários de diversos setores industriais se reuniram nesta sexta-feira (25), em Curitiba,
com o secretário de Estado da Fazenda, Norberto Ortigara, para tratar das consequências da taxação
de 50% anunciada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Prevista para entrar em vigor em 1º de agosto, a tarifa
já causa prejuízo para diversos segmentos exportadores devido ao cancelamento de contratos. Por isso, durante
o encontro, a Fiep entregou um ofício à secretaria em que destaca os impactos diretos da medida para a economia
paranaense, sugerindo ações imediatas para mitigar os prejuízos e dar fôlego às empresas
afetadas, com foco principalmente na preservação de milhares de empregos.
A Fiep afirma que a nova tarifa norte-americana já vem comprometendo as exportações do Paraná e pode ter consequências ainda mais severas. Em 2024, o estado exportou cerca de US$ 1,58 bilhão aos EUA. A maior parte dessas vendas, totalizando US$ 1,19 bilhão, foi de produtos dos setores da madeira, móveis, carne, café e mate, pescados, couro e calçados, mel, metalmecânico, siderurgia, cerâmica, papel e celulose e sucos. Juntos, esses segmentos são responsáveis por mais de 380 mil empregos diretos e 240 mil indiretos no estado.
No documento, a Fiep ressalta que o anúncio do início da taxação já fez com que indústrias paranaenses sentissem efeitos econômicos em seus negócios. De acordo com a Federação, para a grande maioria dos setores citados, as tarifas têm o potencial de aniquilar o comércio com os EUA. Isso porque alguns dos segmentos são totalmente dependentes do mercado norte-americano, pois as vendas para aquele país representam mais de 98% do total da produção dessas empresas. Uma realidade que afeta especialmente o setor da madeira, que responde por quase 40% das exportações paranaenses para os EUA. A Fiep destaca, ainda, que diversas indústrias já estão adotando ações para atenuar ou postergar os efeitos da eventual perda desse mercado, como a concessão de férias coletivas.
“Foi muito importante o governo ter aberto essa porta de diálogo entre o setor produtivo e o Poder Executivo, porque precisamos dar as mãos neste momento”, afirmou o coordenador do Conselho Temático de Negócios Internacionais da Fiep, Paulo Roberto Pupo. Ele explicou que uma das intenções da Fiep com as demandas apresentadas é buscar as ferramentas existentes de créditos emergenciais para monetizar as empresas neste momento. “Nosso objetivo é preservar os empregos, por isso precisamos de ajuda para a sobrevivência dessas empresas. O secretário Ortigara foi muito objetivo nas suas ponderações e tenho certeza de que, rapidamente, teremos medidas que estejam ao alcance de todos para uma salvaguarda, ainda que momentânea, das empresas do Paraná”, completou.
Medidas emergenciais
No ofício entregue ao secretário, a Fiep afirma que é fundamental
que as três esferas do poder público – municipal, estadual e federal – adotem desde já medidas
que auxiliem o setor produtivo a superar esse período de turbulência, independentemente do andamento das negociações
diplomáticas e empresariais que estão sendo desenvolvidas pelos mais variados agentes públicos e privados.
Por isso, a Federação pediu à Secretaria da Fazenda a implementação de medidas para auxiliar na monetização das indústrias afetadas e amenizar os impactos da taxação principalmente sobre os empregos. Entre as propostas estão:
Além disso, a Fiep pede que o governo do Estado se posicione formalmente junto ao governo federal defendendo uma articulação técnica-comercial conduzida pelos governadores para negociação das tarifas. Solicita, ainda, que o Estado defenda o adiamento do início da data de vigência de qualquer imposição de tarifas pelo prazo mínimo de 90 dias e que se evite a utilização da Lei da Reciprocidade Econômica por parte do Brasil. Além disso, a Federação sugere que o Executivo estadual incentive a busca pela abertura de novos mercados dentro e fora do país para produtos paranaenses e que se posicione favorável à criação de um novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, como o que foi instaurado em 2020, durante a pandemia de Covid.
Compromissos
Ao final da reunião, o secretário Norberto Ortigada afirmou que o governo do Estado
adotará medidas para auxiliar as empresas, seguindo as sugestões da Fiep. “Nós entendemos o quadro
e os riscos que estamos correndo na forma de não produção, de desemprego, de custos adicionais, especialmente
no tocante a férias ou demissão de pessoas, que é um quadro absolutamente indesejado”, disse. Ele
ressaltou que o governo estadual se coloca à disposição, dentro das ferramentas que tem, para negociar
com o governo federal, a quem compete fazer a relação internacional, uma posição adequada do Brasil
frente à medida norte-americana.
Além disso, afirmou que o Estado vai adotar as medidas sugeridas pela Fiep, devendo anunciá-las oficialmente nos próximos dias. “Essa é uma decisão tomada, agora é uma questão de calibrar a necessidade e a capacidade. Enfim, são medidas que em conjunto a gente vislumbrou, torcendo para que haja sucesso por parte dos negociadores brasileiros”, explicou.
Mobilização industrial

Estiveram presentes na reunião mais de 30 empresários e dirigentes de sindicatos industriais de diversos setores estratégicos para a balança comercial do Paraná, com destaque para representantes das indústrias de madeira, móveis, sucos, pescados, papel e celulose, café e cerâmica. A composição da comitiva evidenciou a transversalidade do impacto da medida norte-americana e a urgência de uma resposta coordenada entre setor produtivo e poder público.
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