Sustentabilidade é área de oportunidade para sindicatos

clique para ampliar clique para ampliarRocha Loures no 16º Sinpel: diálogo deve ter foco no longo prazo (Foto: Mauro Frasson)

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, defendeu nesta quinta-feira (09), durante o 16º Simpósio Intersindical de Negociações Coletivas das Indústrias de Celulose, Papel, Papelão e Artefatos (Sinpel), que o conceito de sustentabilidade seja adotado nas negociações entre sindicatos empresariais e de trabalhadores. Para ele, o relacionamento entre as empresas e seus funcionários precisa ser pautado por uma visão de longo prazo que englobe o desempenho da companhia, e a qualidade de vida dos trabalhadores e da comunidade em seu entorno.

"A sustentabilidade é uma área de oportunidade nas relações sindicais", disse Rocha Loures. "O conceito precisa ser entendido de forma sistêmica, envolvendo aspectos ambientais, sociais, culturais, econômicos e políticos. Envolve o setor público e o privado, a empresa e seus funcionários." Com essa visão mais ampla, argumentou Rocha Loures, as companhias fogem da armadilha de limitar a discussão sobre sustentabilidade a um aspecto específico, como a questão ambiental, e passam a construir um diálogo consistente para harmonizar interesses diferentes.

O efeito de um diálogo mais amplo, na opinião do presidente da Fiep, é que as empresas passam a engajar seus funcionários nos seus planos de crescimento, já que eles começam a enxergar benefícios que vão além dos resultados da companhia. "As empresas são organizações humanas e o que dá vida a elas é o engajamento das pessoas. Quanto maior esse engajamento, mais sustentável a empresa", comentou. Assim, o foco das relações trabalhistas deve estar no interesse conjunto de empresários e trabalhadores.

A adoção do conceito de sustentabilidade, no entanto, não significa o abandono da defesa dos interesses da indústria. Para Rocha Loures, os sindicatos empresariais devem se inspirar no ativismo político dos sindicatos de trabalhadores para fazer um trabalho mais estruturado e unido para influenciar na formação de políticas públicas. "Temos de ver novas formas de atuar junto a governos, identificar espaços para a ação política e criar uma agenda convidativa para os sindicatos de trabalhadores com o objetivo de fazer um trabalho conjunto quando necessário", defendeu.