Com base em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP) estima que um terço dos medicamentos vendidos no Brasil é falsificado. São produtos que tiveram fórmulas e data de validade adulteradas por organizações criminosas, que utilizam laboratórios clandestinos e os comercializam por meio do contrabando. Para combater essa prática estuda-se a realização de ações que envolvam governo e setor produtivo, que além de coibir a falsificação, orientem a população sobre os perigos de consumir esses remédios.
Segundo dados da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), que reúne os maiores laboratórios, em 2008 foram apreendidos 500 mil unidades de medicamentos falsos (comprimidos e ampolas). Em 2010, o número subiu para 18 milhões.
Os medicamentos falsificados geralmente são encontrados em farmácias que trabalham na ilegalidade, localizadas nas periferias das grandes cidades e em sites da internet. Também são contrabandeados de outros países. “Entendo que, para reduzir estes números, há de se criar ações integradas entre os órgãos de regulação e fiscalização, polícia federal e alfandegária e meios de comunicação de massa para conscientizar o setor empresarial e a população sobre os riscos”, avalia Maria Cecilia Flores, analista de Fomento e Desenvolvimento da Fiep.
Outra grande preocupação para o FNCP, é que esses medicamentos também chegam à rede hospitalar. “Por isso, os hospitais, públicos e privados, devem aperfeiçoar seus mecanismos de farmacovigilância, identificando os medicamentos que não são originais, antes que sejam utilizados. Do mesmo modo, os processos licitatórios devem ter cuidado redobrado, assegurando a compra de produtos originais, efetivamente especificados nos processos de compra”, afirma o presidente da entidade, Edson Vismona.
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