Sindivest Parana
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Novembro_Dezembro 2015

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Coleção Verão 2016 da Lança Perfume

O PODER DE COMPRAS DAS CLASSES MAIS ALTAS
Marcas de Luxo enxergam na crise econômica novas oportunidades de crescimento e conseguem crescer a despeito do chororô na indústria

Não existe assunto mais recorrente hoje do que a crise econômica e política. É incontestável. No entanto, existem empresas que consegue crescer e ficar ainda mais ativas, apesar desse cenário. Como? Elas optaram por desenvolver produtos mais elaborados, ou seja, com alto valor agregado, além, é claro, de investir também em serviços, cuja qualidade surpreende qualquer cliente.
“Em tempos de crise, em geral, a demanda tende a ser menor que a oferta. Assim, para qualquer marca crescer acima do mercado, ela precisa ser escolhida em detrimento de algum concorrente. Ou seja, ou você tem algo que ninguém tem (inovação) ou o que você oferece (produto, serviço, experiência de compra, entre outros fatores) precisa superar o que os concorrentes oferecem (diferenciação). Em outras palavras, sua capacidade de encantar o cliente precisa ser determinante na preferência pelo seu produto.”, explica Marcelo Prado, diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi).

Figura tarimbada dentro da indústria da moda e especialista em mercado de luxo, o consultor e empresário Carlos Ferreirinha, da MCF Consultoria, avalia a situação atual. “O valor agregado gera preferência. A crise econômica é um momento de cautela no consumo, o que leva decisões de compra mais racionais e menos impulsivas. As pessoas preferem a diferenciação ao volume, ou o que é básico. A compra certa é aquela que garante ao menos uma satisfação a mais. Podemos citar vários exemplos. Na moda, a estilista Martha Medeiros ganhou o público porque valoriza o artesanato brasileiro de uma forma ímpar e luxuosa. No setor calçadista, a Melissa trouxe as coleções assinadas e a Havainas ofereceu diversas estampas em edições limitadas”, lembra Ferreirinha.

clique para ampliarclique para ampliarCarlos Ferreirinha, consultor da MCF (Foto: Divulgação)

Se ser original é premissa de sobrevivência dentro de um setor em crise e tão competitivo, como tornar isso realidade? Ferreirinha dá as dicas: “Primeiro, é necessário possuir excelência naquilo que deveria ser básico. Depois, pergunta-se: ´Estou alinhado ao que de muito bom existe no mercado?´ O empresário precisa garantir que sua marca, seu produto ou serviço esteja no mínimo naquele patamar que o consumidor já tem como referência. A partir daí, tudo que for adicionado como diferenciação será considerado valor agregado”, orienta.

Segundo ele a crise exige superação, criatividade e, acima de tudo, inovação. “A maior parte das empresas não consegue isso, mais existem algumas que decidem, exatamente num momento como esse, despertar no consumidor o interesse do novo para justamente se diferenciarem”, completa o consultor.

 

MARCAS INOVADORES VENDEM MAIS ATÉ NA CRISE 

Considerado um dos principais estilistas brasileiros e a maior referência nacional  em moda masculina, Ricardo Almeida conta que sua marca já nasceu de forma inovadora. “Comecei meu negócio há 32 anos. Nos anos 70, buscava patrocínio  para ser piloto de moto velocidade quando consegui emprego numa confecção. Trabalhei para as outras empresas até perceber que havia uma carência no mercado. Sabia que, se apostasse em peças com inovação no design e na matéria-prima, conseguiria êxito nas vendas. Abri meu negócio e comecei a investir nisso. No meio do caminho, percebi que todo mundo focava em moda feminina. Para me destacar, decidi fazer moda masculina porque seria um caminho com menos concorrência. Deu certo”, relembra o estilista.

E como deu! O estilista abriu sua primeira loja em 1990, já oferecendo vestuário masculino de luxo. Em 1996, Ricardo integrou a primeira edição do Morumbi Fashion, que depois virou a São Paulo Fashion Week. Fez inúmeros desfiles na SPFW e hoje suas roupas são vendidas no mundo inteiro. A alfaiataria da grife continua a ser o carro chefe. “ Apostamos forte na qualidade dos produtos, corte, modelagem, costura e matéria-prima impecáveis compõem o diferencial que entregamos ao cliente. Nosso plano agora é aumentar as vendas de peças casuais, já que elas ampliam as possibilidades de negócio. A crise impacta em todo o mercado, mas aproveitamos esse momento para expandir. Nossas próximas sãos as novas lojas que serão inauguradas e um novo espaço fabril com mais maquinário para ampliarmos a produção. Enxergamos a crise também como um momento de oportunidade” , enfatiza Ricardo Almeida.

clique para ampliarclique para ampliar Coleção Ricardo Almeida (Foto: Divulgação)

Ás vezes o valor agregado representa um estilo de vida. Essa é uma característica marcante da grife carioca de moda praia Lenny Niemeyer. A marca, que nasceu há 30 anos, já exibiu seus artigos de beachwear nas principais semanas de moda do Rio de Janeiro e de São Paulo. Esse lugar de prestígio foi conquistado com muita dedicação e, é claro, com um olhar atento às necessidades dos clientes. “Há 30 anos fornecia biquínis para algumas marcas femininas. Num determinado momento de crise nacional, tive a oportunidade de alugar uma loja para escoar o estoque que ficaria parado devido a muitos cancelamentos de pedidos. Começamos assim. Era um período de crise como o atual, mas foi nossa oportunidade”, revela Lenny Niemeyer, presidente da marca.

O lifestyle carioca é inegavelmente o diferencial das peças criadas pela estilista, que produz, além de biquínis e maios, moda pós-praia, com roupas, bolsas e sapatos. “Nosso maior valor é a própria identidade da Lenny no mercado. É o nosso maior trunfo. A construção da imagem foi muito bem-feita porque está sustentada na qualidade e inovação das peças. Foi assim que conseguimos nos manter como referência de moda praia sofisticada não só aqui no Brasil, como também no mercado internacional”, declara a presidente da grife. Hoje a Lenny tem 19 lojas próprias espalhadas por diversas cidades brasileiras, além de estar presente em mais de 180 multimarcas por todo o Brasil. A grife também exporta seus artigos para diversos países, como Estados Unidos, Inglaterra, França, Portugal e Dubai.

O grupo La Moda, detentor da marca Lança Perfume é outro case de sucesso que passa praticamente ileso pelas turbulências econômicas. Os fundadores do grupo desejavam desenvolver uma plataforma de identidade dentro da moda. Depois de investir cerca de 20 anos no segmento infantil, a direção da empresa girou a bússola e criou a marca feminina Lança Perfume em 1986. Mudar o norte do negócios funcionou. Hoje, o volume anual de produção da lança perfume supera a casa de 1 milhão de peças, considerando as vendas no Brasil, no exterior e no mercado online.

“Para nós, valor agregado significa entregar ao cliente algo que realmente faça diferença. Isso pode ser desde uma modelagem especial ou uma atitude que o cliente precisa expressar. Nossa especialidade, com a Lança Perfume, foi mostrar um lifestyle de exuberância, glamour e sensualidade. Nosso público são as mulheres que se identificam com esse conceito. Modelagens, estampas, aviamentos, enfim, todas essas dimensões dialogam com o universo existente entre a marca e suas consumidoras”, descreve Giancarlo Bedin, diretor de marketing e vendas da grife. 

Cerca de 2 mil lojas multimarcas revendem atualmente artigos da Lança Perfume, eu pouco se abalou com a crise. “É natural que a crise econômica traga impactos. Entretanto, mesmo diante de retração econômica de 2015, o La Moda deverá encerrar o ano com um crescimento de 10%, se comparado ao ano passado”, afirma o diretor de marketing.

clique para ampliarclique para ampliarColeção de Verão da Lenny Niemeyer (Foto: Divulgação)

Para evitar que o panorama atual afete a empresa, o grupo La Moda conta o que faz. Segundo a direção da companhia, eles investem regularmente em otimização de processos e custos, ampliam ações de formação da marca, expandem o número de lojas próprias e, por fim, reforçam as exportações. De acordo com Bedin, o momento atual é apenas um período de transformação. “Do ponto de vista da gestão, crise representa mudança. Nossa preocupação é fazer escolhas estratégicas que permitam ao La Moda aproveitar as oportunidades que a crise traz. Sabemos que a indústria de moda nacional já está bastante descolada com esse assunto. Afinal, desde os anos 80 o setor passa por inúmeros processos de mudança. Nos últimos 25 anos, a moda brasileira mostrou uma capacidade nova de atuação por meio da gestão de marcas. Isso traz grandes desafios, pois as gerações que sucedem têm valores distintos. Em virtude disso, as marcas respondem conforme a época e a cultura que vivem. Algumas crescem e outras encolhem. Por outro lado, essa característica traz grandes oportunidades porque a diversidade torna qualquer território rico. Se esse for o efeito da crise, bendita crise!”, sentencia Bedin.

 

 A "reoneração" DA FOLHA DE PAGAMENTO PARA A INDÚSTRIA TÊXTIL E DE CONFECÇÃO

Em um momento de instabilidade econômica, o empresário do setor têxtil e de confecção começa a se preparar para a “reoneração” da folha d pagamento.

Publicada n dia 31/08/2015, a lei 13.161/2015 estabeleceu o aumento da alíquota de Contribuição Previdenciária de 1% para 2,5% do faturamento bruto mensal. Antes da criação da desoneração, em 2011, a Contribuição Previdenciária era calculada apenas aplicando-se 20% sobre o valor total da folha de pagamento.

Com a desoneração da folha de pagamento, a Contribuição Previdenciária passou para 1,5% e, posteriormente, foi reduzida para 1% do faturamento bruto mensal da empresa, fato muito comemorado pelas empresas do setor, afinal, em meses com faturamento abaixo do esperado, contribuição não sobrecarregaria o caixa além de ser positiva para manutenção e geração de novos empregos.

Com a necessidade do governo de aplicar medidas de ajuste fiscal para cobrir o déficit orçamentário e equilibrar as contas da Previdência Social, a “reoneração” da folha de pagamento veio para, novamente punir o empresário. A alíquota da desoneração para o setor foi majorada para 2,5%, ou seja, aumento de 150%. Contudo, essa medida poderá ser traiçoeira para o próprio governo, pois a majoração da alíquota aumentará os custos da empresa, fato que poderá acarretar demissões, contribuir para o crescimento do trabalho informal e para o aumento de preços fazendo com que a inflação e o desemprego cresçam ainda mais e o consumo diminua. Com a queda do consumo, o faturamento será menor e, consequentemente, a Contribuição Previdenciária arrecadada pelo governo também.

Entidades do setor se esforçam e pleitearam uma alíquota especial de 1,5%. No entanto o governo vetou, com argumento de que tal medida traria prejuízos sociais e seria contrária á lógica do projeto de lei: equilibrar as contas da Previdência Social.

Com a nova alíquota de 2,5%, a desoneração da folha de pagamento será benéfica nos casos em que ela for maior do que 12,5% do faturamento bruto mensal, enquanto anteriormente a desoneração era a melhor opção a partir de 5%.

Neste momento, é muito importante que a empresa refaça seu planejamento financeiro, projetando o fluxo de caixa com a nova alíquota de Contribuição Previdenciária. Quanto mais preparada para “reorenação”, melhor será sua adaptação e menores serão as surpresas.

Empresas optantes pelo Simples Nacional não precisam se preocupar, pois a legislação da desoneração não é aplicada para esse tipo de empresa. 

RICARDO MARTORELLI é Bacharel em administração de empresa com ênfase em Finanças e em Ciências Contábeis pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) E SOCIO/CONSULTOR da HOPEN CONSULTORIA E ASSESSORIA.

RICARDO@HOPEN.COM.BR

  Novo Cronograma – Bloco K

Por meio do ajuste Sinief nº08/2015, foram alteradas as datas de obrigatoriedade do bloco K:

- 1º de janeiro de 2016: para os estabelecimentos industriais classificados nas divisões 10 a 32 da CNAE pertencentes a empresas com faturamento anual igual ou superior a R$ 300.000.000,00; para os estabelecimentos industriais de empresa habilitada ao Recof ou a outro regime alternativo a ele;

-1º de janeiro de 2017: para os estabelecimentos industriais classificados nas divisões 10 a 32 da CNAE pertencentes a empresas com faturamento anual igual ou superior a R$ 78.000.000,00;

-1º de janeiro de 2018: para os demais estabelecimentos industriais, os estabelecimentos atacadistas classificados nos grupos 462 a 469 da CNAE e os estabelecimentos equiparados a indústrias.

JORIK LANÇA ETIQUETA RUBBER 

clique para ampliarclique para ampliarEtiqueta Rubber (Foto: Divulgação)

 

 

Toque macio e relevo emborrachado de 0,7cm. Essa é a RUBBER, na etiqueta lançada pela Jorick, que pode ser aplicada em qualquer base de tecido – com ou sem elastano – e se estica conforme o tecido se expande. É resistente á lavagem, mas não aceita passadoria a ferro. Disponível nas cores branco, preto e prata.

 

VEJA AS MUDANÇAS E ESCOLHAS AS SUAS!
Empreendedorismo Sebrae

A concorrência no mercado da moda é acirrada e as tendências mudam pelas dinâmicas de comportamento e consumo observado no mercado. Cabe aos empreendedores do segmento um olhar diferenciado na gestão de sua marca e na dinâmica das coleções, além de muita criatividade e ousadia. Diante dessa realidade, o Sebrae, em parceria com o Senai, apresenta o Inova Moda para ajudar os empresários do segmento com palestras, cursos e oficinas técnicas. Nesse semestre, o Caderno Movimentos, que reúne referências, interferências, tendências e novas tecnologias, foi trabalhado em todo Brasil.

FALTA IMAGEM (04) O Sebrae entende que é imprescindível que os empresários que atuam nessa cadeia produtiva estejam atento ao que acontece no resto do mundo. Com isso em mente, é realizado, todo o semestre, um ciclo de novas referências para criação de coleção e uso de tecnologias em novos produtos. A antecedência de quase um ano e meio da coleção que será produzida permite que o material sirva de base para o planejamento estratégico da empresa, indicando cenários e apontando escolhas de mudanças na coleção. Isso garante mais competitividade e melhores condições de posicionamento no mercado.

Juliana Borges, gestora nacional do caderno Inova Moda pelo Sebrae, alerta que cabe a cada empreendedor conhecer profundamente seu próprio negocio para encontrar o melhor caminho para inovar .”Cada empresa tem seu DNA crenças, valores e promessas que comunicam diretamente para seu público. Assim, uma tendência pode se adaptar com maior ou menor intensidade a sua coleção. Por isso, o Inova Moda explora três Tendências e nove estéticas”, explica. Cada empresa pode então adotar rumos estratégicos específicos para o seu negócio e para a coleção que vai elaborar. Resposta mais rápida ao mercado: fica a dica!

Visão de Futuro
Atentos ao rumo que sua empresa estava tomando, Tiago Durante e Rafael Lange Dias mostraram visão de futuro e olhar apurado ao criar a nova coleção de Liverpool, uma marca de camisetas de Florianópolis (SC). “Participar de grandes eventos com a ajuda do Sebrae despertou em nós o desejo de ser uma grife e não apenas mais uma camiseteria”, explica Durante. Antenada com seu público e com as mudanças á sua volta, a dupla transformou isso em um produto e incrementou o valor da marca com a criação da camiseta Long T. 

clique para ampliarclique para ampliarOs empresários Tiago Durante e Rafael Lange Dias, da Liverpool. (Foto: Divulgação)

Com menos estampas e uma modelagem mais estruturada, a peça é um exemplo de aplicação da estética “Anônimos”, explorada pelo Inova Moda para o inverno de 2016: a mesma camiseta veste homens e mulheres“Nossas peças eram bem definidas por gênero, mas percebemos a necessidade de algo inovador, que agregasse em nossa coleção, dentro da identidade de nossa marca, de nosso amadurecimento e da neutralidade da moda, e transmitimos isso numa peça mais longa, estruturada, que não diferencia mais nosso publico pelo gênero”, revela o empresário. A Long T foi lançada oficialmente na SPFW, em outubro no ano passado, e pode ser encontrada com estampa localizada no centro da peça, toda estampada, em duas cores com bolso na frente e estonada, uma técnica que a deixa com estilo envelhecido. No site da Liverpool (http://useliverpool.com.br/), a peça é apresentada em looks com homens mulheres vestindo a mesma camiseta.

CRISE FINANCEIRA E ARMADILHAS JURÍDICAS NO SETOR DA MODA

Escrevi neste mesmo espaço em 2009 sobre a crise que assolava o país na época. Naquela oportunidade, meu objetivo era chamar atenção para o que poderia ser algo passageiro e o perigo de o empresário se precipitar e demitir pessoas treinadas que iriam fazer falta na retomada da economia.
Como sabemos a crise de 2009, apesar de não ser a “marolinha” prometida, não impediu o país de seguir e poderíamos até ter avançado muito mais se o governo tivesse feito à lição de casa. Bem, se o governo tivesse feito mesmo a lição de casa, nem mesmo este artigo seria sobre a crise.

Perdemos o momento das reformas necessárias, o governo se manteve inerente, hibernou, não somos mais a bola da vez. Passou!
Infelizmente, desta vez não posso pedir a mesma cautela ao empresário, chamar atenção para falta que poderá fazer o empregado treinado durante anos as expensas da firma, pois agora se luta para não fechar, manter o negócio, sobreviver.
Para piorar, não há esperança no horizonte. Ao Contrário, a crise é grave e profunda, o governo perdeu a governabilidade e não consegue adotar medidas para retomar o controle e amenizara situação. A corrupção se tornou endêmica em todo o governo, escândalos pululam diretamente e não somente na esfera federal. As agencias de classificação de risco rebaixaram, com razão, a nota do Brasil o real se desvalorizou.

Parece a tempestade perfeita, o país corre rapidamente para o abismo, mas para a confecção brasileira, a alta do dólar trouxe um pequeno alento.
Ouvi de alguns empresários do setor, que até pouco tempo estavam pensando em fechar as portas, já que não conseguem atender aos pedidos dos grandes magazines, que deixaram de importar.
A demanda atual já não pode ser atendida pela confecção, que nos últimos anos, como um músculo de nosso corpo pouco utilizado, que vai perdendo a força.
Consequência, imaginei, será a imediata retomada do setor e o aquecimento de toda a cadeia, com a venda de novas máquinas e contratação de funcionários. Seria a fisioterapia para fazer o músculo voltar a sua forma.
Acontece, para minha surpresa, que muitas vezes o paciente não acredita mais na recuperação. O empresário do setor ainda não tem confiança para investir, se comprometer com novos custos, sem saber por quanto tempo essa demanda perdurará.

Para as empresas de maquinas de costura, a alta do dólar eleva o valor do produto, que já a procura que um dia teve prejudicando ainda mais os negócios. A instabilidade, como disse, afasta o investimento, impede o planejamento de longo prazo, ainda que diante da elevação da demanda. Mesmo o consumo diminui o que afeta o lojista, que até pouco tempo havia sido poupado.Como responder a esse complexo problema, se de um lada há o aumento de demanda de outro o baixo interesse em investimento, sem garantias de retorno? Apenas o tempo, a estabilidade da moeda e da demanda poderão criar um ambiente que estimulará o empresário a assumir novos riscos. Mas como sobreviver até isso ocorrer?

Importante para o empresário nesse momento é saber lidar com os aspectos legais para retornar seu negocio e aproveitar a promessa de melhora para o setor.Em muitos casos, vejo os débitos tributários saírem do controle e o aumento das ações trabalhistas. Os débitos tributários são uma decorrência da falta de caixa das empresas. No aperto, o empresário prioriza os empregados e os fornecedores, essenciais para o prosseguimento do negocio.Compreendo essa escolha de sobrevivência, porém, é sempre importante ressaltar que tributos e contribuições retidos não podem deixa de ser repassados, sob pena de incorrer em crime de apropriação indébita. Não é possível parcelar débitos de tributos e contribuições retidas e não pagas.Não existe crime quando o empresário declara imposto, mas por falta de dinheiro não paga. Não há que se falar em sonegação nessa situação, contudo, quando, por exemplo, há desconto de INSS e IR do funcionário e não há o devido repasse aos cofres do governo, ai sim há crime de apropriação indébita, pois aquele valor é um pagamento do funcionário ao Estado e a empresa apenas assume, por lei, a obrigação de repassar.

Para tentar aliviar um pouco a crise e criar caixa, o governo do estado de São Paulo já tem aprovação do Confaz para abrir um novo parcelamento incentivado de ICMS (Refis,PPI), há rumores de que isso ocorrerá até o final do ano.
Diante do aumento das demissões, as ações trabalhistas dispararam. Aquele que não consegue um novo emprego busca a justiça do trabalho para tentar obter alguma receita.
Evite acordos na Justiça do Trabalho, procure seguir a legislação e não ter surpresas, busque a prevenção para não gerar passivo trabalhista, diminua o risco. È equivocada a ideia de que a emprese sempre será condenada pela Justiça do Trabalho. Isso Somente ocorrerá se o reclamante tiver algum direito que não foi observado.

A confecção já estava em crise antes mesmo de a economia arrefecer, o que neste momento pode ser uma virtude, pois foi a primeira a se preparar a pode ser dessa situação com a elevação do dólar.Desejo sorte ao empresário, especialmente o da área de moda do Brasil, pois, apesar da importância do setor e do grande numero de empregos que gera, o governo não ajuda, pelo contrario, só atrapalha.

ALEXANDRE GAIOFATO DE SOUZA é ADVOGADO, PÓS- GRAUADO EM PROCESSO CIVIL PELA PUC/SP, MABA EM DIREITO DA ECONOMIA E DA EMPRESA PELA FGV E PELA OHIO UNIVERSITY,MENBRO RELATOR DO IV TRIBUNAL DE ETICA E DISCIPLINA OAB/SP, ADVOGADO DA ASSOSSIAÇÃO BRASILEIRA DA INDUSTRIA E COMERCIO DE MAQUINAS E COSTURA INDUSTRIAL, COOMPONENTES E SISTEMAS(ABRAMACO), VICE PRESIDENTE DA CAMARA DE LOJISTAS DO BOM RETIRO E SOCIO DA GAIOFATO E GALVÃO ADVOGADOS ASSOCIADOS.

ALEXANDRE@GAIOFATOEGALVAO.COM.BR

 

MINAS TREND PREVIEW - INVERNO 2016
Evento tornou-se uma das mais fortes plataformas de negócios da moda Nacional

O conjunto de estilistas/marcas talentosos + passarela + salão de negócios bem estruturado fez com que o Minas Tred Preview se tornasse uma das principais plataformas de negócios e de mais sucesso hoje na moda nacional.

O evento, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), chegou à sua 17° edição e, sob o tema “A força de quem faz”, reuniu compradores e jornalistas de todo o país e do exterior no Expominas, em Belo Horizonte (MG), entre os dias 6 e 9 de Outubro, a fim de apresentar as coleções de Inverno 2016. Ao todo, estiveram presentes 4,2 mil compradores (800 convidados VIPs, sendo oito internacionais trazidos em parceria com a Abit, por meio do programa Texbrasil) e mãos de 740 profissionais de imprensa, segundo a organização. A maior fatia de compradores ainda pertence ao Sudeste, mas as regiões Centro-Oeste e principalmente a Nordeste se destaca entre os compradores desta edição. 

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            para ampliarSalão de Negócios do Minas Trend (Foto: Divulgação)

De acordo com Henrique Câmara, superintendente de Gestão e Comunicação da Fiemg, a confecção é um dos setores de alta relevância para Minas Gerais, sendo o segundo maior empregador no estado, apesar de a informalidade entre os pequenos produtores ainda ser grande. “O Minas Tred nasceu para ser uma plataforma de negócios e nunca perdemos esse foco. Queremos desenvolver todo o potencial da indústria mineira e, por isso, temos todos os grandes players participando aqui conosco. Quanto mais salões de negócios como esse existirem no país, melhor, mais a indústria brasileira estará se movimentando e vendendo. Não estamos aqui para competir com outros eventos de passarela, somo um salão de negócios. O desfile gera desejo, encantamento. Desfiles sempre existiram no Minas Trend, porque também entendemos que um evento de moda não pode existir sem passarela, ela é um elemento extremamente importante para um evento que se propõe a ser uma plataforma de negócios, uma vitrine, senão vira uma feira. Sempre soubemos equilibrar isso muito bem, nunca deixamos de entender essa relação e o balanceamento entre essas duas pontas, e nunca deixamos uma sobressair sobre a outra. Acho que esse é o segredo do Minas Tred”, afirma Câmara.

O que é fato: a curadoria de marcas participantes merece aplausos pela qualidade, e o mesmo pode ser dito dos produtos em exposição, tanto de vestuário como de calçados, acessórios e bijuterias. A moda festa, sem dúvida, é o carro-chefe da moda mineira, está em seu DNA, bem como os tricôs, que vêm cada dia mais trabalhadores e com design moderno. Minas conseguiu se organizar como um polo de moda e negócios de sucesso.

Um ponto surpreendente nesta edição foi o fato de as vendas terem crescido em relação à edição de Inverno 2015. As vendas no Minas Trend não acompanharam a retração do mercado em geral, como diversos expositores relataram.

A Frutacor, por exemplo, que participa do evento há quatro anos, ampliou sua cartela de clientes nesta temporada e, como estratégia, reduziu sua margem de lucro para investir na marca. “A 17° edição do Minas Trend superou nossa expectativa duas vezes. Primeiro, devido ao mercado retraído e à insegurança do lojista, que nos fizeram pensar que as vendas seriam mais conservadoras, o que não aconteceu. Segundo, porque nossas vendas de Inverno e Verão 2016 superaram as de Inverno e Verão 2015, com crescimento de 27,62% e 16,79%, respectivamente, com destaque para o crescimento considerável do nosso casual”, diz Lucas Bastos, diretor comercia da marca. 

A Kalandra, de moda festa, optou por outra estratégia: criou uma coleção-cápsula de minimal dresses, ou seja, com um custo-benefício melhor, menos detalhes e tecidos mais em conta, e deu certo. “O tíquete médio de compra foi um pouco menos nesta edição, mas as vendas superaram as do Inverno anterior em 30%”, afirma Ana Flávia Castro, diretora da Kalandra. Para a Arte Sacra, outra arca mineira conhecida por seus bordados e trabalhos manuais, o resultado também surpreendeu. Carolina Molloy, uma das sócias da grife, disse que as compras estão sendo mais pensadas pelos clientes, mas o tíquete médio se manteve e ainda ampliaram a carteira.

Uma das ações criadas pela marca para o período foi a coleção de T-shirts Romance Imaginário para a linha Arte Sacra Twins, com a proposta de unir o clássico ao contemporâneo de forma ais descontraída. Douglas Harris, estilista que possui marca homônima em São Paulo, participou pela segunda vez do Minas Trend e diz que, apesar do fluxo de clientes ter se reduzido nesta edição, abriu novos, especialmente das regiões Norte, Nordeste, do Havaí e do Paraguai.

Para o estilista mineiro Jotta Syballena, que desenhou uma coleção de calçados para a empresa Gruller, de Minas Gerais, apesar de o momento estar muito delicado e os lojistas comprando mens, especialmente de marcas não conhecidas, esta edição do Minas Trend vendeu mais que a do Inverno de 2015. A Gruller produz hoje cerca de 1.400 pares de calçados por dia, vende para todo o Brasil e exporta para Colômbia, Chile e África do Sul.

READY TO GO
Durante o 17° Minas Trend Preview, foi apresentada a sexta edição do Ready to go, um concurso de novos talentos promovido pelo Sindivest-MG e realizado pelo TS Studio, da estilista Terezinha Santos, que leva toda a expertise adquirda durante anos à frente da Patachou  aos iniciantes no mundo da moda.

clique para ampliarclique para ampliarParticipantes da sexta edição do concurso (Foto: Divulgação)

A missão do projeto é identificar, capacitar, divulgar e preparar esses novos profissionais em sua inserção no mercado. Ao todo, foram dez participantes, e o primeiro lugar ficou empatado entre as marcas M.Tee e Rita Cassini, que terão como prêmio um estande cedido pelo Sindivest-MG na próxima edição do Minas Trend. Os outros participantes foram Natália Menezes, Ana Barros, United 7, Tyyli, Sabor de Hortelã, Gaf, Maddie, Lu Tolentino, Ecow e Atelier Lu Henriques.

 

 

LOJA CONCEITO
No decorrer do MTP, os visitantes puderam conhecer a Loja Conceito projeto lançado pelo Sindivest-MG com o objetivo de expor ao varejista a ideia da “loja perfeita”, ou seja, um espaço pensando para otimizar e integrar os serviços e produtos, com a oferta de soluções inteligentes viáveis no ponto de venda.

Foram reunidos mobiliário, manequins, cabides, vitrines, iluminação, uniformes, papelaria, capas de roupas e softwares de gestão, tudo para melhorar o desempenho nas vendas. O projeto foi desenvolvido pela Allure Consul e contou com o apoio de Senai, Sebrae, ATS Informática, Expor Manequins, Refiate, Claritek, Fabrikind, Varejo de Ideias e Rona Editora.

 

 

PASSARELAS
Nesta edição, a quantidade de marcas desfiladas no Minas Trend foi mais enxuta. Participaram Vivaz, Lucas Magalhães, Faven, Fabiana Milazzo, Anne Est Folle, Plurl, Llas, Mabel Magalhães e um estreante nas passarelas mineiras, Lino Villaventura, com sua segunda marca chamada Villaventura, uma linha mais casual e acessível, sem perder os traços marcantes do estilista.

“A marca Villaventura começou dois anos. Iniciou devagar, experimentando ideias e estudando o público alvo. Muita gente no cobrava uma roupa mais casual e com preços mais convidativos, mas com o mesmo DNA da marca Lino Villaventura. Nossa marca tem uma identidade muito forte e pede um consumidor com personalidade, que não gosta de se vestir com a pasteurização com que muitas marcas se transformaram”, afirma Inez Villaventura, diretora administrativo-financeira das grifes. Ela conta que receberam o convite da organização tanto para desfilar no Minas Trend quanto para ter um estande próprio na área de negócios, e elogia todo o suporte recebido. “A repercussão do desfile foi maravilhosa, mas nosso foco será na venda online. Estamos nos preparando para entrar nesse mercado com força total”, diz Inez. Hoje, as peças da marca Villaventura são vendidas nas lojas próprias do estilista e na multimarcas Dona Coisa.

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APUCARANA DESFILA COLEÇÕES DE ESTILISTAS PARANAENSES

Diversas empresas de Apucarana(PR) apresentaram suas coleções de moda m desfile organizado pelo Sindicato das Industrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí (Sivale), em outubro. “São profissionais de moda de nossas empresas associadas, que se reúnem semanalmente para trocar ideias e experiências. Dessa forma, surgiu o evento, que foi um sucesso e seguramente será repetido em 2016” diz Jayme Leonel, presidente da entidade. O público conferiu criações da boneleska, loofting, Griffe Company, Reverso, Elisil, entre outras.

clique para ampliarclique para ampliarDesfile Apucarana (Foto: Divulgação)

“As pessoas tem no imaginário que Apucarana fabrica boné como algo simples. No entanto as empresas investem muito em estudo de moda e tecnologia no dia a dia. Podemos conferir criações elaboradas, uma variedade de peças inovadoras e com riqueza de itens”, diz a empresária Siumara Miquelin, da Boneleska, que apresentou bonés conceituais criados a partir das mascotes dos jogos olímpicos RIO 2016. Alunos da moda da Universidade Tecnológica do Paraná (UTFPR) também mostraram suas criações seguindo o tema Luz, Ciência e Vida. As coleções foram avaliadas por profissionais e professores especializados. Já o Grupo Lacrimo apresentou uma serie de criações usando o mesmo tipo de tecido doado pela empresa Paranatex. 

FONTE: Costura Perfeita
              N° 88 - Novembro/Dezembro 2015

 

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