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Embrapa identifica gene que pode aumentar a produção de etanol

Publicado em 01/03/2018

Uma boa notícia para os produtores de etanol foi publicada na revista New Phytologist: uma equipe formada por pesquisadores do Brasil, Reino Unido e Estados Unidos identificou um gene envolvido na dureza das paredes celulares de vegetais. A supressão desse gene aumentou a liberação de açúcares em até 60%.

Segundo os pesquisadores, para a produção de etanol de segunda geração, feito a partir da biomassa vegetal, a descoberta trata-se de um avanço importante.

De acordo com Hugo Molinari, pesquisador no Laboratório de Genética e Biotecnologia da Embrapa Agroenergia, o Brasil tem uma indústria de bioenergia em expansão que usa os resíduos de gramíneas como biomassas dedicadas para produzir bio-etanol.

A descoberta do gene permitirá o desenvolvimento de plantas com paredes celulares mais fáceis de serem quebradas e, com isso, haverá o aumento da eficiência na produção do combustível. Isso ajudará a substituição de combustíveis de origem fóssil.

A equipe de transformação de plantas utilizou um transgene para suprimir o gene endógeno responsável pela feruloilação (rigidez nas paredes celulares) para cerca de 20% de sua atividade normal. Dessa forma, a biomassa produzida tornou-se menos rígida em comparação a uma planta não modificada. ?Cientificamente, agora queremos descobrir como esse gene atua.

Dessa forma, podemos tornar o processo ainda mais eficiente,? prevê o pesquisador Rowan Mitchell, co-líder da equipe e biólogo de plantas do Rothamsted Research, no Reino Unido.

Para o professor de bioquímica da Universidade de Wisconsin-Madison e pesquisador do Centro de Pesquisa de Bioenergia dos Grandes Lagos do Departamento de Energia dos EUA, John Ralph, a descoberta foi muito difícil.

?O nosso grupo vem trabalhando desde o início dos anos 1990 nas ligações cruzadas de ferulatos na parede celular de plantas e desenvolveu métodos de ressonância magnética nuclear (RMN) que foram úteis na caracterização deste estudo?.

Efeito estufa

Para Hugo Molinari, a descoberta traz avanços importantes para um setor que movimenta bilhões ao ano. ?Somente no Brasil, os mercados potenciais desta tecnologia foram avaliados no ano passado em R$ 1,3 bilhão (US$ 400 milhões) para o segmento de biocombustíveis e de R$ 61 milhões para alimentação de bovinos.

Além do impacto econômico, é importante dizer que é uma descoberta muito importante para a comunidade científica ?, afirmou o cientista da Embrapa.

Rowan Mitchell observa que ?o impacto da pesquisa é potencialmente global, pois todos os países utilizam pastagens para alimentar seus animais e várias biorrefinarias em todo o mundo usam essa matéria-prima?.

Ele lembra que bilhões de toneladas de biomassa de pastagens são produzidas todos os anos e uma característica-chave dessas forrageiras é a sua digestibilidade, o que será mais nutritivo para os animais e reduzirá a emissão de gases produzidos pela digestão, ajudando a reduzir o efeito estufa.

Avanço para o etanol brasileiro

As descobertas irão beneficiar o Brasil, detentor de uma indústria de bioenergia em expansão que usa os resíduos de gramíneas, como milho e cana-de-açúcar, como biomassas utilizadas para produzir bioetanol.

A descoberta do gene permitirá o desenvolvimento de plantas com paredes celulares mais fáceis de serem quebradas. A consequência será o aumento da eficiência na produção de bioetanol, o que, na avaliação de Molinari, da Embrapa, irá ajudar na substituição de combustíveis de origem fóssil e na redução da emissão de gases de efeito estufa.

?De forma econômica e ambiental, o setor agropecuário se beneficiará de uma forragem mais eficiente e nossa indústria de biocombustíveis se beneficiará da biomassa que precisa de menos enzimas para quebrá-la durante o processo de hidrólise?, detalha o cientista brasileiro.

Para o professor de Bioquímica da Universidade de Wisconsin-Madison e pesquisador do Centro de Pesquisa de Bioenergia dos Grandes Lagos do Departamento de Energia dos EUA, John Ralph, a descoberta era há muito esperada e foi duramente conquistada.

?Vários grupos de pesquisa estiveram muito perto da proteína / gene responsável pela feruloilação e [os trabalhos nessa área] começaram há cerca de 20 anos?, conta o cientista, coautor da pesquisa e um dos pioneiros de pesquisas nessa área.

?Nosso grupo vem trabalhando desde o início dos anos 1990 nas ligações cruzadas de ferulatos na parede celular de plantas e desenvolveu métodos de ressonância magnética nuclear (RMN) úteis na caracterização deste estudo?, observa Ralph. ?A descoberta desse processo foi muito difícil?.

*Com informação da Embrapa Agroenergia

Fonte: Ambiente Energia

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