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Algodão: Brasil lança primeira cultivar transgênica de fibra longa

Publicado em 01/06/2017

Pesquisadores da Embrapa e Fundação Bahia desenvolveram a primeira cultivar de algodão transgênico de fibra longa do Brasil, a BRS 433 FL B2RF. O novo material possui comprimento de fibra superior a 32,5 mm, e elevada resistência (acima de 34 gf/tex), características consideradas ideais pela indústria têxtil para a fabricação de tecidos finos destinados à fabricação de roupas.

De acordo com as informações divulgadas pela Embrapa, o comprimento médio das fibras atualmente disponíveis no mercado é em torno de 30 milímetros. Hoje o Brasil importa fibras longas para misturar com fibras médias e produzir um fio de melhor qualidade. A nova cultivar pode ajudar a suprir a demanda interna por fibra longa.

Características da cultivar

A cultivar tem porte médio e ciclo longo, portanto é indicada para a abertura do plantio nos cerrados da Bahia e demais estados do “Matopiba” (Maranhão, Piauí e Tocantins), além de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Também é recomendada para o cultivo em condições irrigadas do semiárido do Nordeste. O potencial produtivo é superior a 4.500 quilos (300 arrobas) de algodão sem caroço por hectare com rendimento de fibra em torno de 38%.

“Atualmente o Brasil não produz algodão transgênico com esta qualidade de fibra e, por isso, a nova cultivar representa uma oportunidade para atender essa demanda. A maior parte da fibra de qualidade superior é importada de países como o Egito, Estados Unidos e Peru”, diz o chefe de Transferência de Tecnologia da Embrapa Algodão (PB), pesquisador João Henrique Zonta.

O pesquisador orienta que em lavouras de algodão geneticamente modificado para resistência a insetos (Bt) é recomendado área de refúgio de 20% da área, para plantio de cultivares não Bt, como é o caso das cultivares BRS RF, também desenvolvidas pela Embrapa e Fundação Bahia. “Essa área tem por objetivo evitar a multiplicação de insetos resistentes e consequentemente a perda da tecnologia”, explica Zonta.

Plantas resistentes a lagartas

A BRS 433 FL B2RF faz parte de um conjunto de lançamentos que inclui as cultivares de algodão BRS 430 B2RF, BRS 432 B2RF. Em comum, os novos materiais apresentam alta produtividade, estabilidade de produção, fibra de elevada qualidade, além da resistência às principais lagartas que atacam o algodoeiro e ao herbicida glifosato.

Além disso, a Embrapa informa que todas possuem a tecnologia Bollgard II Roundup Ready Flex (B2RF, da Monsanto), que conferem resistência ao herbicida glifosato e a lagartas. “A três cultivares possuem transgenia para resistência a lagartas, com dois genes Bt (oriundos da bactéria Bacillus thuringiensis), o que reduz a necessidade de uso de inseticidas para o controle de lagartas”, afirma o pesquisador Camilo Morello, líder do programa de melhoramento genético do algodoeiro na Embrapa. “Além disso, possuem resistência ao herbicida glifosato, permitindo a pulverização com glifosato para controle de plantas daninhas, sem a necessidade de utilização de herbicidas não seletivos em jato dirigido.”

Produtividade

As cultivares BRS 432 B2RF e BRS 430 B2RF se destacam pelo elevado potencial produtivo. A produtividade em pluma das duas cultivares foi superior à das cultivares usadas como testemunhas, em oito de dez ambientes nos estados de Goiás, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Piauí, na safra 2015/2016.

A produtividade média é superior a 4.500 quilos (300 arrobas) de algodão em caroço por hectare e a produtividade máxima pode ultrapassar seis mil quilos (400 arrobas) de algodão em caroço por hectare.

Regiões para cultivo

Ambas são indicadas para os cerrados da Bahia e demais estados do Matopiba, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, sendo a BRS 432 B2RF própria para a abertura do plantio em primeira safra e a BRS 430 B2RF para o meio e fechamento do plantio em primeira safra ou para segunda safra no cerrado do Centro-Oeste (safrinha).

Segundo a Embrapa, o rendimento de fibra médio da BRS 432 B2RF é de 42% e o da BRS 430 B2RF é de 40%. “Com as cultivares BRS B2RF nós disponibilizamos genética adequada ao ambiente tropical, para que os cotonicultores brasileiros obtenham alta produtividade, estabilidade de produção, fibra de qualidade superior, resistência as doenças, além da resistência às principais lagartas e ao herbicida glifosato”, afirma Camilo Morello.

Fonte: Farming

 

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