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Mudança na política fitossanitária vai agilizar registro de defensivos no país

Publicado em 14/10/2015

A temporada oficial de plantio da safra 2015/16 foi aberta no município de Porto Nacional (TO), na manhã desta terça-feira (6). O Estado foi escolhido por representar as potencialidades da nova e última grande fronteira agrícola do País, batizada de Matopiba (acrônimo de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). O evento é parte do projeto Soja Brasil, conduzido pelo Canal Rural e pela Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil) nos principais Estados produtores de grãos.

Na solenidade, o presidente da Aprosoja Brasil, Almir Dalpasquale destacou a parceria com os sojicultores. “As angústias que o campo tem, nós temos o dever solucionar. Queremos levar cada vez mais a informação, a discussão, o debate para os produtores através do Soja Brasil. Acreditamos que será uma grande safra.”

Já o presidente da Aprosoja-TO, Ruben Ritter, criticou duramente a proposta de alguns Estados brasileiros, a exemplo de Goiás, em querer cobrar Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a soja exportada, já que a Lei Kandir garante isenção para essa operação. Ritter chamou a intenção de “inconstitucional”.

Fitossanidade

Ao falar da política fitossanitária brasileira, o diretor-executivo da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa, ressaltou a demora dos órgãos federais para aprovar a utilização de agroquímicos nas lavouras. Como o processo de registro é cronológico – cada nova molécula entra no final de uma fila com aproximadamente 2.000 produtos – e não por relevância, são necessários mais de 10 anos para se obter aprovação de um agroquímico no País, ao passo que a média mundial é de apenas um ano.

Enquanto isso, 155 pragas, entre fungos, plantas daninhas, insetos e nematoides, comprometem 42% do potencial produtivo das lavouras, informou o diretor-executivo. “Os prejuízos chegam a US$ 14 bilhões por ano. E não temos produto novo para ajudar o produtor”, lamentou.

Fabrício também citou dados que ajudam a desmistificar a ideia de que o agricultor é um grande poluidor do ambiente. “Não somos o maior utilizador de agrotóxicos do mundo. A pesquisa evoluiu muito. Nas últimas décadas, a aplicação dos principais químicos caiu 80% e houve redução da toxicidade aguda em 160 vezes.”

Graças ao trabalho da Aprosoja Brasil e outras entidades do setor, Fabrício comemorou uma decisão do Ministério da Agricultura, que definiu, em setembro, uma listagem com 36 produtos prioritários para controle das principais pragas agrícolas no País.

Manejo de pragas

Pesquisador em Entomologia na Embrapa Agrossilvipastoril, Rafael Major Pitta, citou alguns paradigmas relacionados ao Manejo Integrado de Pragas (MIP). Segundo ele, é errado pensar que o MIP só funciona em áreas pequenas e que se o produtor não mantiver a população de pragas em níveis baixos, não consegue controlar a infestação depois.

Pitta explicou que conhecer as pragas é o primeiro passo para conduzir um MIP da forma correta. “Isso o agricultor entende muito bem. Ele identifica as pragas, sabe a fase de desenvolvimento em que elas infestam.” Mas o monitoramento é falho, segundo o pesquisador. Por isso, ele recomenda diagnosticar a lavoura com pano de batida e monitor de praga para registrar os pontos de infestação e fazer as aplicações de defensivos nos locais corretos. “Não faz sentido eu pulverizar 200 hectares se meu problema está em 20 hectares”, exemplificou.

O pesquisador também recomendou avaliar a intensidade da desfolha como referencial da infestação. No caso da soja, o controle dos desfolhadores deve começar quando constatado 30% de desfolha no período vegetativo e 15% no estágio reprodutivo. Pitta disse ainda que muitas pragas morrem naturalmente, seja pela ação de inimigos naturais ou mesmo com as chuvas. E lembrou que o MIP deve ser feito tanto nos locais cultivados com tecnologia Bt (variedade transgênica resistente a insetos) quanto nas áreas não-Bt (refúgio).

Pulverizar as lavouras de forma preventiva pode causar impactos negativos que vão piorar a infestação de pragas, alertou Pitta. Por isso, o monitoramento é importante para que o controle ocorra no momento certo. O pesquisador ressaltou que os custos com defensivos (inseticidas, fungicidas e herbicidas) no Brasil já superam os gastos com adubação. “Adubo a gente usa para produzir mais, defensivo a gente usa para reduzir perdas. Tem algo errado nessa relação. Quem colhe bem é quem faz um manejo correto”, afirmou.

Biotecnologia

Usar sementes de boa qualidade garante 50% do sucesso na lavoura, assegurou o consultor agrícola da Basf, Milton Ide. Ele explicou que o agricultor deve saber onde vai plantar, já que muitas vezes as pragas estão na área e o produtor nem as percebe. E citou que o piolho de cobra, o elamos e a lagartaSpodoptera são algumas das pragas que o agricultor deve monitorar nesta safra.

Ainda no evento de abertura do plantio, a diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), Adriana Brondani, apresentou uma palestra interativa sobre a biotecnologia nas lavouras brasileiras. Temas como culturas transgênicas, insetos resistentes e adoção de áreas de refúgio foram abordados. “O refúgio é uma recomendação, mas ainda não é regulamentado, por isso não é fiscalizado pelo Ministério da Agricultura”, informou.

 Fonte: Aprosoja e Canal Rural
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