Pesquisa e tecnologia aumentam produção agropecuária no Paraná

Publicado em 27/07/2015

Investimentos em pesquisa e tecnologia têm aumentado a produção de grãos no centro-sul do Paraná. Na região de Guarapuava, por exemplo, produtores rurais trabalham em sistema de cooperativismo desde a década de 1950 e agora estão voltados à seleção e à avaliação de novas linhagens de grãos. Os cooperados contam com assessoria de agricultura de precisão.

Antes, o manejo de fungicidas e de adubos no campo era feito pela média dos cálculos. Hoje, um setor da cooperativa está trocando os dados médios por informações precisas.

“A variabilidade existe, só que na agricultura tradicional a gente não trata. Coloca uma dose média de insumos em toda a área. Mas, com a ajuda das pesquisas, corrigimos os valores para cada caso”, explica o pesquisador Étore Francisco Reynaldo.

Robert Renhofer é um agricultor cooperado que exibe resultados positivos com o uso dessas tecnologias. Aplica adubo e fertilizantes apenas em áreas que realmente precisam.

“Nos primeiros anos, no caso da calagem [etapa do preparo do solo para cultivo agrícola na qual se aplica calcário], caiu pela metade a quantidade necessária. Já a produtividade teve um incremento na cultura de inverno na ordem de 3% ao ano nos últimos dez anos”, aponta o produtor.

Atualmente são 600 cooperados que apoiados pela pesquisa também estão aumentando a produção. No caso da cevada, por exemplo, a produtividade saltou de 1 tonelada por hectare na década de 1970 para 4,5 toneladas nos últimos anos. Além disso, é industrializada e transformada em malte ainda na cooperativa e vendida para a indústria cervejeira.

Em 2008, 35 criadores de gado da região se uniram para ganhar mercado com um produto diferenciado. Em 2012, a produção de carne bovina simples transformou-se na produção certificada de carne Angus.

Atualmente, são 113 criadores com 80 pontos de venda no estado. Os cooperados têm recebido 15% a mais que antes, quando trabalhavam sozinhos.

“O Iapar [Instituto Agronômico do Paraná entrou entrou no início com o programa de tipificação de carcaça, a Emater [Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural na produção e a organização da Pecuária de Curta Duração (PCD). E assim estamos melhorando, cada vez mais, a produção”, garante o presidente de cooperativa Edio Sander.

Para a venda com título de ‘carne nobre’, o manejo dos novilhos precoces é especial. E o trabalho conjunto possibilita o acompanhamento da produção de silagem e de vários outros processos por pesquisadores. “Com o uso da ciência e da cooperação estou conseguindo tornar a propriedade mais rentável”, observa o pecuarista, Silvino Caus.

Fonte: Caminhos do Campo