Blog

Observatórios

Acompanhe nas redes sociais:
  • Twitter
  • Facebook
  • Youtube
Enquete

O que achou do novo blog?

Cadastre-se

e receba nosso informativo

Bioenergia: atualidade e tendências

Publicado em 29/11/2012

O setor de bioenergia do Brasil vem se preocupando com inovação no desenvolvimento de fontes de energia sustentáveis para a produção de biocombustíveis.

Recentemente, durante o ”XIII Seminário Nacional de Petróleo e Gás Natural no Brasil: Desafios e Oportunidades”, promovido pelo Instituto Brasileiro de Ação Responsável, o pesquisador da Embrapa Agroenergia, José Dilcio Rocha, apresentou o conceito de biorrefinarias, que prevê a produção integrada de diversos produtos (alimentos, energia, biocombustíveis, produtos químicos, etc.) a partir de biomassa, tal como numa refinaria de petróleo. “O conceito de biorrefinarias ainda é muito acadêmico, mas está diretamente ligado à inovação tecnológica e precisa ser aplicado no setor produtivo. Ele permite obter uma grande variedade de produtos a partir de uma mesma matéria-prima. Isso agrega valor à biomassa e reduz o risco das empresas frente às oscilações de mercado”, explicou o pesquisador.

Na contramão desses desenvolvimentos, a União Europeia (UE) vem questionando seriamente a produção de biocombustíveis a partir de culturas agrícolas.  Em meados de outubro, a UE revisou sua meta de biocombustíveis, baseada também em estudos com resultados devastadores quanto aos efeitos negativos da atual política de biocombustíveis da Europa. De forma geral, a UE considera que as gerações futuras deverão considerar muito mais os critérios de sustentabilidade como "clima, biodiversidade, solo e água, bem como os aspectos sociais" para dar continuidade ao programa. Ao invés de utilizar amido, açúcar ou óleos vegetais provenientes de culturas específicas para a produção de biocombustíveis, deveria dar-se preferência aos resíduos agrícolas (por exemplo, palha), resíduos florestais e outras fontes de biomassa, como a madeira (artigo original).

Por outro lado, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e a Organização Holandesa para a Pesquisa Científica (NWO) firmaram um acordo que visa implementar a cooperação científica e tecnológica entre pesquisadores da Holanda e do Estado de São Paulo por meio do financiamento de projetos de pesquisa conjuntos (veja aqui). O acordo inclui projetos na área de bioenergia.

Reafirmando o potencial energético do Brasil, um estudo de pesquisadores brasileiros, publicado na revista científica internacional Global Change Biology – Biofuels e financiado pela FAPESP, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), mostrou que as emissões diretas de gases do efeito estufa pela cana-de-açúcar são bem menores do que se estimava anteriormente. Até agora, os cálculos eram feitos com base em modelos matemáticos, mas um trabalho coordenado pela professora Janaína Braga do Carmo, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) foi de estudos de campo. Os resultados agora poderão nortear novas pesquisas e estimativas do balanço ambiental da cana e do etanol (para saber mais leia aqui). 

Tendências

Ainda no segundo semestre de 2012, a Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) – modalidade de apoio da FAPESP –, realizou evento com o objetivo de disseminar uma nova disciplina, chamada e-Science, para cerca de 70 estudantes de graduação e pós-graduação e pesquisadores das áreas de ciências exatas, oriundos de 19 países. Na abertura do encontro, Marcos Buckeridge, diretor científico do Laboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE), mostrou algumas maneiras por meio das quais a e-Science pode integrar e facilitar o acesso a dados de diferentes áreas, contribuindo para a aceleração de avanços científicos e tecnológicos significativos no setor de bioenergia. “A e-Science nos permite integrar informações sobre genética, fisiologia e ecofisiologia da cana-de-açúcar com dados sobre solo, clima e sustentabilidade para, a partir daí, desenhar estratégias de produção de biomassa ou etanol de segunda geração”, disse Buckeridge.

O estudo com  microalgas vem se configurando como mais uma tendência para a produção de biocombustíveis. O tema foi um dos assuntos recorrentes de pesquisas apresentadas durante o 7º Congresso Internacional de Bioenergia. O evento teve entre os seus pesquisadores o Sr. Anderson Sakuma, pesquisador do Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR), e que participa ativamente da articulação da Rota Estratégica em Biotecnologia Agrícola e Florestal do Sistema FIEP/Observatórios SESI/SENAI/IEL.  A atual linha de pesquisa em biotecnologia no TECPAR tem o foco principal na utilização de microalgas para redução de emissão de odores e da captação de CO2 da fumaça de chaminés. Numa segunda etapa, haveria a possibilidade da extração de lipídeos da biomassa proveniente do processo de fotobiorreator, que poderiam ser utilizados para a produção de biodiesel.

Por outro lado, pesquisadores da Universidade de Coimbra identificaram seis microalgas com elevada capacidade para produção de biodiesel e que têm a vantagem de ser alimentadas com  dióxido de carbono (CO2) emitido pelas unidades industriais. As microalgas identificadas pelos investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) foram selecionadas entre as cerca de quatro mil estirpes existentes na Algoteca da Universidade.

Deixe seu coment�rio

Site Seu blog ou p�gina pessoal


1. Os sites do Sistema Fiep incentivam a pr�tica do debate respons�vel. S�o abertos a todo tipo de opini�o. Mas n�o aceitam ofensas. Ser�o deletados coment�rios contendo insulto, difama��o ou manifesta��es de �dio e preconceito;
2. S�o um espa�o para troca de id�ias, e todo leitor deve se sentir � vontade para expressar a sua. N�o ser�o tolerados ataques pessoais, amea�as, exposi��o da privacidade alheia, persegui��es (cyber-bullying) e qualquer outro tipo de constrangimento;
3. Incentivamos o leitor a tomar responsabilidade pelo teor de seus coment�rios e pelo impacto por ele causado; informa��es equivocadas devem ser corrigidas, e mal entendidos, desfeitos;
4. Defendemos discuss�es transparentes, mas os sites do Sistema Fiep n�o se disp�em a servir de plataforma de propaganda ou proselitismo, de qualquer natureza. e
5. Dos leitores, n�o se cobra que concordem, mas que respeitem e admitam diverg�ncias, que acreditamos pr�prias de qualquer debate de id�ias.

 Aceito receber comunica��o da Fiep e seus parceiros por e-mail
 
Av. Comendador Franco, 1341 - Jardim Botânico - 80215-090
Fone: 41 3271 7900
Fax: 41 3271 7647
observatorios@fiepr.org.br
  • Twitter
  • Facebook
  • Youtube