Transgênicos em discussão na Europa

Publicado em 08/10/2012

clique para ampliar Recortes de Mata Atlântica entrelaçadas por cultivo de milho (Foto: Renata Calixto Campos)

Na Europa, ao contrário de países como EUA, Índia, Brasil e outros, o cultivo e consumo de alimentos transgênicos continua gerando polêmica. Um estudo publicado por uma equipe francesa de pesquisadores na revista "Food and Chemical Toxicology", mostrou que ratos alimentados com organismos geneticamente modificados (OGM) morrem antes e sofrem de câncer com mais frequência do que os demais roedores.

Questionado por cientistas da área, o estudo foi encaminhado para avaliação pela Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos (EFSA, na sigla em inglês), que considerou os resultados “de qualidade científica insuficiente para ser considerada válida para a avaliação de riscos” (leia mais).

Por outro lado, a Suíça manterá a moratória sobre a comercialização de Organismos Geneticamente Modificados (OGM) até o final de 2013. Apesar de considerados "confiáveis" pelos cientistas, a população se opõe à liberação de OGMs para o consumo (leia mais).

Os agricultores continuam majoritariamente opostos à cultura de OGM. Conforme um membro do comitê diretor da União Suíça de Agricultores, "a produção de plantas transgênicas deve obedecer três critérios: ser interessante do ponto de vista ecológico, agronômico e econômico. Atualmente nenhum desses critérios é respeitado".

No Brasil, um dos maiores produtores de soja e milho transgênicos, com variedades aprovadas pelos órgãos regulatórios, o cultivo e consumo de OGMs são considerados como seguros pela maioria da população. Os benefícios do uso de transgênicos são principalmente associados à redução do uso de agrotóxicos, por serem plantas resistentes a certas pragas e doenças.

No entanto, pesquisas mostraram que pode haver um "efeito dominó" sobre o ecossistema devido ao cultivo de transgênicos. Uma pesquisa realizada na UFSC mostrou, por exemplo, que comunidades de besouros da subfamília Scarabaeinae que vivem perto de plantações do grão geneticamente modificado têm apresentado uma organização funcional diferente da observada em grupos que habitam áreas próximas a cultivos tradicionais (leia mais).