O que achou do novo blog?

e receba nosso informativo
Publicado em 26/01/2012
Lá, quis o destino, ela conheceu Fernando, aluno do 3º ano de agronomia da Federal. Mais uma vez, o destino se pronunciou. O evento não teve quorum, e São João Del Rey, Tiradentes, Ouro Preto, encantaram mais dois turistas.
Sim, casaram-se, e apesar de hoje trabalharem com biotecnologia aplicada à agricultura, o primeiro filho do casal não recebeu o nome de Osmar Gabriel Macedo para receber as iniciais OGM.
Embora nas últimas décadas a indústria de agroquímicos tenha se dedicado prioritariamente a desenvolver organismos geneticamente modificados -os transgênicos -a utilização da biologia na agricultura conta-se em milênios.
Trata-se, afinal, da ciência que estuda seres vivos em seus aspectos evolutivos, fisiológicos e organizacionais, e nela nunca se deixou de aplicar tecnologias. Rudimentares apenas se vistas séculos após terem sido criadas.
Hoje, para o público leigo, um processo massivo de divulgação, aliado a um filtro pouco exigente de quem ouve, permite associar-se a biotecnologia apenas aos processos que incluem modificação genética.
Infelizmente, pois o uso de organismos vivos em processos fisiológicos, nutricionais ou de proteção das plantas é muito mais amplo.
O planeta transpira discussões que confrontam a necessidade de ampliar a produção agropecuária para atender o crescimento populacional e a limitação dos recursos naturais necessários para atender essa demanda.
Uma aquisição, até aqui, realizada com muita destruição ambiental, extinção de espécies e perversa distribuição de resultados. Não à toa, segundo a FAO, mais de 25% da produção agrícola mundial são perdidos em procedimentos mambembes enquanto a fome atinge quase um bilhão de pessoas.
Há esperança no fato de que em várias instâncias governamentais e da sociedade a ficha parece estar caindo, embora interesses econômicos paroquiais ainda superem o grau de conscientização conseguido nas últimas décadas.
Proprietários de lavouras, pastos e florestas estão cada vez mais interessados e abertos a utilizarem práticas, manejos e produtos que os façam produzir mais, com melhor qualidade ambiental e menor custo.
Não se trata, pois, de lidar com utopias do tipo erradique-se a aplicação de fertilizantes e defensivos químicos. Nada disso. Apenas que se reconheça biotecnologia no uso de estimulantes naturais de crescimento e absorção de nutrientes, solos tratados com matérias orgânicas, controles biológicos que eliminam pragas e doenças preservando microorganismos benéficos e os alimentos de nossas mesas.
Sim, ainda existem muitos ogros imediatistas que não se incomodam com os recursos de sobrevivência que poderão faltar amanhã. Legislações mais duras e pressões da sociedade e do mercado os farão acalmar.
Vez ou outra, confesso, vem o desânimo. E se eles forem os mesmos não poucos que encontramos em aviões ligando o celular no exato segundo em que a comissária pede que não o façam? Ou, nos restaurantes, quando somos impedidos de ouvir a sugestão do garçom por berros vindos da mesa ao lado, onde se proclamam lições de como vencer nos negócios copiando os métodos do falastrão?
Recupero-me nas jornadas rurais. Nelas, vejo com mais esperança a adoção
pela agricultura de biotecnologias amigáveis do que com a boa educação que o brasileiro parece ter perdido junto com sua suposta
cordialidade.
Informações de Terra Magazine
Envie para um amigo