Publicado em 18/04/2019
O presidente da fabricante no Brasil, Rafael Chang, fez o anúncio oficial na sede do governo
paulista, ao lado do governador João Doria, que não escondeu as negociações para incluir a empresa no IncentivAuto " programa criado no início de março pelo governo de São Paulo de incentivo à indústria automotiva,
que prevê descontos no ICMS que começam em 2,25% para investimento mínimo no Estado de R$ 1 bilhão e geração de pelo menos
400 empregos; o benefício sobre gradualmente até o abatimento máximo no imposto estadual de 25% para aportes superiores a
R$ 10 bilhões.
"Criamos o programa IncentivAuto que também deverá ser usado pela Toyota, porque esperamos para breve o anúncio de novos investimentos da empresa no Estado", disse o governador João Doria. |
Na cerimônia o presidente Rafael Chang disse que a produção no Brasil da 12ª geração do
sedã Corolla, que será montado sobre a plataforma TNGA (Toyota New Global Architecture) do grupo japonês, envolve investimentos
de R$ 1,6 bilhão e a criação de 900 empregos no País. No ano passado a Toyota anunciou investimento de R$ 1 bilhão na fábrica
de Indaiatuba, onde o Corolla nacional é produzido desde 1998. Os R$ 600 milhões acrescentados por Chang referem-se a aportes
feitos na planta de Porto Feliz (SP), onde serão feitos os motores do novo carro, que terá a versão híbrida flex e outras
somente com motorização a combustão flex. Mas o powertrain híbrido flex, que inclui um motor elétrico e outro a combustão
bicombustível etanol-gasolina, será inicialmente importado do Japão, com montagem no Brasil.
"Em março de 2018 lançamos o primeiro protótipo do primeiro carro híbrido flex (o Prius). Depois de mais de um ano de testes, hoje anunciamos que o nosso campeão de vendas, o Corolla, será o primeiro veículo Toyota a ser vendido com as duas tecnologias, híbrida e flex, em linha com os propósitos do programa IncentivAuto e também do Rota 2030", afirmou Rafael Chang. |
O executivo confirmou que a empresa ainda negocia com o governo estadual a inclusão do investimento
no IncentivAuto. "Sim, estamos conversando para incluir, vamos esperar a regulamentação sair na próxima semana", disse Chang
após o anúncio oficial no Palácio dos Bandeirantes. No investimento feito em Indaiatuba, estão previstas somente modernizações
para aumentar a produtividade da planta, mas a capacidade nominal de 85 mil veículos/ano não será aumentada.
TECNOLOGIA DESENVOLVIDA NO BRASIL |
Segundo o presidente da Toyota, "a tecnologia do carro híbrido flex foi desenvolvida no
Brasil por brasileiros e para brasileiros". Até chegar à formatação do primeiro protótipo, no ao passado, a Toyota realizou
diversos testes em laboratório, que tiveram início há quase quatro anos, em 2015. O projeto colocou lado a lado as equipes
de engenharia da empresa no Japão e Brasil.
Chang
também disse que o novo Corolla começa a ser vendido no País a partir de outubro e as exportações serão iniciadas em 2020.
Não ficou claro, contudo, se a versão híbrida flex também será exportada ou ficará confinada ao território brasileiro, como
acontece hoje com quase todos os carros flex produzidos.
Já o governador Doria classificou o anúncio de "fato histórico", por incluir pela primeira vez o etanol na tecnologia
híbrida, o que beneficia diretamente o setor sucroalcooleiro no Estado de São Paulo, hoje o maior produtor mundial do biocombustível.
"A tecnologia do etanol evolui para criar um produto brasileiro que traz vantagens ao meio ambiente e que muito em breve também
poderá ser exportado a outros mercados", avaliou o governador.
Ao menos em um primeiro momento, o Corolla híbrido flex brasileiro utilizará o mesmo sistema híbrido autorrecarregável
do Prius atualmente vendido no Brasil " ou seja, não haverá versão plug-in, que usa o motor a combustão para recarregar as
baterias e também pode ser plugada à tomada, por isso tem maior autonomia com a propulsão puramente elétrica. O próprio Prius
já tem uma versão plug-in e a maioria dos híbridos vendidos atualmente na Europa e Estados Unidos também podem ser recarregados
na tomada.
"Apostamos no híbrido autorrecarregável
porque ele não precisa de estrutura de recarga", explica Chang. "Com o uso de etanol, será muito eficiente e limpo", acrescenta,
referindo-se às emissões de CO2 quase neutras do biocombustível brasileiro, que são quase inteiramente reabsorvidas pela própria
plantação de cana. Em combinação com o motor elétrico, o Corolla híbrido flex também promete ser o carro movido a etanol mais
econômico do País.
Com essas qualidades e na condição
de um dos carros mais vendidos do País, a versão híbrida do novo Corolla tem potencial para aumentar a penetração da tecnologia
no Brasil, introduzida pela própria Toyota em 2013, quando começou a vender aqui o Prius " desde então foram emplacadas no
País 6.331 unidades do modelo híbrido, até março passado.
O Prius custa hoje R$ 125,6 mil e a produção no Brasil do Corolla híbrido flex pode fazer esse valor cair, levando
em consideração que esse tipo de veículo será beneficiado pela legislação do Rota 2030, que prevê a redução de três pontos
porcentuais no IPI de modelos híbridos bicombustível. Além desse incentivo, o carro poderá também contar com o desconto no
ICMS do Estado, se o investimento for de fato reconhecido pelo IncentivAuto.
Fonte: Automotive Business
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