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Unica tenta frear adoção do carro elétrico no Brasil

Publicado em 09/02/2018

A entidade considerou que os combustíveis fósseis, como o gás, cresceriam na matriz nacional, e com isso, a matriz elétrica brasileira ficaria mais suja e o carro elétrico teria sua vantagem diminuída

Fonte: Nova Cana

Preocupada com o surgimento de uma nova opção de energia automotiva, a Unica escolheu adotar uma estratégia arriscada. A entidade, que sempre defendeu que o governo deveria valorizar as opções que contribuam mais para o meio ambiente, agora entende que o mais importante é frear o desenvolvimento do carro elétrico.

A estratégia é arriscada porque a Unica está apresentando argumentos incompletos e parciais que podem minar com sua credibilidade em rodas técnicas dentro do governo. O último argumento da entidade foi publicado pelo jornal Valor Econômico no início desta semana.

A reportagem deixou claro que a comparação dos carros a etanol no Brasil com o elétrico na Europa já não se sustenta. Enquanto a Europa possui uma matriz elétrica suja, o Brasil possui uma das mais limpas do mundo. Assim, comparando o carro elétrico no Brasil com o carro à etanol, temos uma larga vantagem para o elétrico, tanto para o meio ambiente como de eficiência energética.

Então, a entidade lançou outra ideia. Ela considerou que os combustíveis fósseis, como o gás, cresceriam na matriz nacional. A sugestão implícita é que, com isso, a matriz elétrica brasileira ficaria mais suja e o carro elétrico teria sua vantagem diminuída.

Porém, o recorte feito pela Unica deve ter feito os técnicos do governo torcerem o nariz. A entidade parece ter esquecido a projeção de que a energia solar e eólica terão crescimento recorde no Brasil até 2026, ofuscando o pequeno aumento proporcionado pelo gás.

As projeções sobre o futuro da matriz elétrica brasileira são feitas e atualizadas anualmente pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao MME.

O último destes relatórios da EPE não deixa dúvida sobre de onde virá a energia produzida no Brasil. Atualmente, 85% da energia elétrica brasileira vem de fontes renováveis. Em 2026, esse percentual não cairá como sugere a Unica, mas crescerá para 87%. Ou seja, nos próximos anos, o carro elétrico no Brasil contribuirá ainda mais para o meio ambiente e aproveitará melhor as potencialidades que o território nacional tem a oferecer.

Com este tipo de estratégia, as premissas da Unica passam a ser vistas com desconfiança. Daqui para frente, os argumentos terão que ser acompanhados de qualidade técnica e embasamento muito mais elevado.

A matriz elétrica brasileira é um exemplo para o mundo e, graças ao potencial brasileiro para expansão da energia solar e eólica, o país ampliará o uso dessas fontes. Os interessados podem fazer a ginástica que quiserem com os dados, mas será difícil esconder que o potencial brasileiro em energia limpa e renovável faz o carro elétrico brasileiro ser um dos mais limpos meios de transporte do mundo.

 

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