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Desmanche legal deve baratear seguro do carro

Publicado em 13/07/2015

Com nova lei, seguradoras projetam queda em furtos e roubos, o que reduziria o preço das apólices

Fonte: Gazeta do Povo

A regulamentação do mercado de desmanche de veículos, feita em maio pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e em fase de implantação pelo país, deve abrir margem para o barateamento das apólices de seguro de veículos e para o lançamento de uma modalidade popular, que se valha de peças reutilizadas. Não há, porém, prazo para que isso aconteça.

O setor de seguros trabalha com essas duas perspectivas e se baseia nos resultados da experiência de São Paulo, onde uma lei estadual idêntica vigora há mais de um ano e rendeu resultados positivos. Mas as empresas alertam para a necessidade de fiscalização rigorosa, de forma que a medida se efetive e permita o desenvolvimento do mercado.

A projeção de queda no preço das apólices se sustenta na expectativa de redução de furtos e roubos de veículos, a partir do fechamento de desmanches clandestinos – o desmonte de automóveis passaria a ser feito por empresas cadastradas e supervisionadas. Espera-se que a carência de receptadores iniba a atividade criminosa e se reflita na precificação do seguro, pois o risco de sinistros entra no cálculo do custo do seguro.

Em São Paulo, a fiscalização fechou, em um ano, 671 desmanches irregulares, de 1.132 fiscalizados. O número de furtos e roubos caiu 11% e 25%, respectivamente, após a lei. Com isso, a Porto Seguro, por exemplo, baixou em até 10% o preço das apólices.

O impacto da esperada redução de crimes no Paraná, porém, deve variar conforme a região. Diretor de automóvel da HDI Seguros, Fábio Leme explica que, em cidades menores, fatores como risco de colisão são mais relevantes – logo, o barateamento deve ser menor. Ele afirma que, em cidades pequenas e médias, roubos e furtos respondem por até 45% dos sinistros da companhia – índice que sobe para 60%, no caso de municípios maiores.

Além disso, um eventual aumento no custo de outro item pode anular esse efeito. É o que está acontecendo com o valor de peças novas, segundo o diretor executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Neival Freitas. Ele diz que as despesas com esse elemento estão em alta e impedem, no caso de São Paulo, que haja redução significativa no valor das apólices.

Momento

A regulamentação da atividade de desmanche vem um momento em que o segmento de seguros enfrenta certa dificuldade, diante da queda na venda de veículos novos, que chegou a 20,7% no primeiro semestre deste ano.

O problema afeta o mercado de apólices, já que, conforme a FenSeg, cerca de 85% dos carros novos têm seguro . Embora o mercado de usados esteja aquecido, a adesão a esse produto é menor e incapaz de equilibrar o setor. “O mercado de seguros vem crescendo de 10% a 15% na última década. Mas, neste ano, os dados já indicam um crescimento de 9%. Descontando-se a inflação, o mercado não está crescendo, está caminhando de lado”, diz Bruno Garfinkel, diretor da Porto Seguro.

“Seguro popular” deve atender carros antigos

Um impacto esperado com a regulamentação do mercado de desmanches é o uso de peças de segunda mão pelas seguradoras, que tornaria viável a oferta de uma espécie de “seguro popular”, mais barato, em razão da origem das peças. A criação desse mercado depende de regulamentação da Superintendência de Seguros Privados (Susep), que informou não ter informações sobre o andamento do processo.

A ideia é oferecer a nova modalidade a carros com mais tempo de rodagem – em torno de cinco anos, por exemplo, cujas peças, quando novas, são muito caras em relação ao valor do automóvel. Com peças remanufaturadas ou reutilizadas, o custo seria mais acessível. “Uma peca de 3 mil vai corresponder a 10% do valor de um carro novo, de R$ 30 mil. Mas, se for um veículo com dez anos de uso e que vale R$ 12 mil, a mesma peca representa 25% do valor” explica Neival Freitas, diretor da FenSeg.

A Porto Seguro estima que seja possível trabalhar com margem de até 30% de redução de preço, nessa nova modalidade. Vislumbrando potencial na nova área, a empresa já tem um braço que trabalha com peças usadas, a Renova Ecopeças, que funciona no formato de e-commerce, com foco no consumidor final.

O mercado é considerado promissor. Estimativas da FenSeg indicam que apenas 20% dos cerca de 20 milhões de veículos com mais de cinco anos em circulação são segurados – o potencial de clientes, portanto, gira em torno de 16 milhões.

A formação desse mercado não tem prazo para acontecer. Além da necessidade de regulamentação da Susep, é preciso que se consolide um sistema eficiente de recebimento, classificação e distribuição de peças. “Existem 29 tipos diferente de para-brisas para o Pálio. Se o cliente contratar esse tipo seguro, teremos de saber onde estará disponível uma peça usada e certificada”, exemplifica Fabio Leme, diretor de automóvel da HDI.

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