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China vive revolução de carros elétricos de R$ 6 mil

Publicado em 27/05/2015

Modelos à bateria viram febre no interior do país. Já existem centenas de fabricantes desses veículos de baixa velocidade

Fonte: O Globo

Há mais de cem anos, os fabricantes ocidentais tentam fazer carros elétricos "tão bons quanto os modelos a gasolina". Hoje, modelos como o Nissan Leaf e os Tesla até conseguem alcançar tal objetivo, mas esbarram em altíssimos custos de produção.

China

Eis que os chineses vêm tomando outro caminho: fabricar carrinhos elétricos pequenos simples e baratos, sem qualquer pretensão de competir com os automóveis normais.

São os chamados elétricos de baixa velocidade, uma revolução que vem ganhando corpo por meio de centenas de pequenos fabricantes. Só no ano passado, 400 mil carrinhos dessa categoria foram vendidos na China - em comparação com 84 mil elétricos convencionais ou híbridos.

Usados em cidades do interior, esses modelos são proibidos de circular em rodovias. Em metrópoles como Xangai e Pequim, muita gente nem sabe que os pequeninos elétricos existem. Alguns são vendidos por 1/3 do preço de um Chery QQ a gasolina.

As receitas prescrevem tamanho diminuto, baterias de chumbo comuns, motores elétricos de até 4kW (5,4cv) e velocidades que raramente superam 60km/h. Muitos não têm airbags ou, sequer, cintos de segurança, o que não parece ser uma preocupação em áreas rurais da China. Suas linhas, amiúde, copiam modelos ocidentais.

Um exemplo de elétrico de baixa velocidade é o Dexing Jinniu, que custa apenas 11.800 yuans - o equivalente a R$ 5.940. Com quatro portas e quatro lugares, o carrinho mede 2,59m de ponta a ponta (10cm a menos do que um Smart Fortwo).

Sua aparência é canhestra: tem "grade de Mini", faróis e lanternas clonados do conceito Smart Forspeed, carroceria de linhas desconexas e plásticos que parecem saídos de uma loja de R$ 1,99 na Saara.

O que importa, contudo, é que o Dexing Jinniu cumpre seus objetivos. Um motorzinho traseiro de 1,5kW (meros 2cv) permite alcançar a máxima de 40km/h e rodar 100 quilômetros entre as recargas, sem emitir gases nocivos na poluidíssima China. Para quem nunca teve um meio de transporte individual, é suficiente.

A multiplicação dos elétricos de baixa velocidade vem fazendo com que um novo tipo de indústria de prensas de metal prospere na China. A lataria é estampada em máquinas de baixo custo e cortada por robôs. O ferramental para fazer uma carroceria inteira custa menos de US$ 1 milhão, valor irrisório em se tratando de indústria automobilística.

Engenheiros formados ou amadores desenham seus carros e financiam seus próprios projetos e fábricas, algo semelhante ao que se via na Europa e nos EUA no fim do século XIX. As empresas fornecedoras de equipamentos para veículos elétricos - como ar-condicionado, aquecedor e assistência de freios tocados por bateria - também se multiplicam.

Potencial de mercado é o que não falta nos grotões da China. E, assim, os modelos de baixa velocidade vão ganhando adeptos com grande rapidez e sem qualquer estímulo do governo - que prefere incentivar veículos elétricos mais convencionais (setor que, diga-se de passagem, cresceu 500% só neste início de ano).

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