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Carros e iPhones no Brasil são até 40% mais caro do que na Aliança do Pacífico

Publicado em 25/02/2014

Altos impostos explicam os preços elevados no país. Porém, há outras razões para o alto custo

Carros e iPhones no Brasil estão mais caros até 40% do que na Aliança do Pacífico. A afirmação está na reportagem do jornal El País, edição de segunda-feira (24/2). A matéria esclarece que no país esses produtos seguem a um sistema de tributação em que os bens que não são considerados de necessidade básica, pagam mais impostos. A partir dai, a compra de um telefone com alta tecnologia, como é o caso do iPhone, o consumidor paga 63% de impostos, enquanto que para o quilo do feijão o brasileiro desembolsa 17%. Altos impostos explicam os preços elevados no país. Porém, há outras razões para o alto custo. Sob o pretexto de criar empregos no país, o governo brasileiro mantém relativamente fechada a negociação e permite grandes lucros para os participantes da economia.

A matéria destaca que os cálculos do Professor brasileiro Alcides Leite, da Escola Trevisan de Negócios, mostra que os brasileiro paga mais por um Toyota Corolla do que os seus vizinhos da Aliança do Pacífico (bloco econômico formado por Chile, Peru, Colômbia e México), os EUA e a Alemanha.

Atualmente, 62.100 (cerca de 26.300 dólares) pagos por um Corolla fabricado no Brasil, significa 38% a mais do valor de um carro chileno da mesma classificação importado do Japão; e 26% a mais do que se gasta por um peruano. A Colômbia paga 30% a menos pelo Corolla japonês. Em comparação com o México, o carro também fabricado no país latino-americano sai por 18,300 dólares, 30% a menos do que no Brasil. Estados Unidos fabricam o Corolla e o carro vai para quase 17.000 dólares no mercado local, ou seja, 35% a menos que no Brasil. Na Alemanha, onde os impostos são muito altos, o Corolla fabricado na Turquia chega ao consumidor por 26.336 dólares, 4% a menos em relação ao Brasil.

O El País diz que as montadoras de automóveis nos Estados Unidos, por exemplo, trabalham com uma margem de lucro de 1% a 2%, quando, em 2008, tornou-se 0,4%. No Brasil, onde a Fiat, GM, Volkswagen e Ford têm uma boa parcela de mais de 60% do mercado, os lucros do grupo de elite estão entre 6% e 8%, de acordo com as estimativas de fontes da indústria. "Na indústria automotiva, o que somente se justifica financeiramente com as fábricas em pleno vapor, é a diferença média percentual de bilhões de reais, dólares, euros ou outra moeda. E ainda há casos de montadoras com lucros de dois dígitos", explicou ao El País o presidente do Instituto de Lean Brasil, José Roberto Ferro.

Ele complementa que as perspectivas para o futuro do setor automotivo é a redução das margens. No ano passado, as vendas de automóveis caíram pela primeira vez em dez anos, com uma queda de 1,6%, e já registrou lucros mais baixos nas contas dos quatro líderes do mercado local, relacionada com os efeitos negativos do Brasil, tais como a desvalorização da moeda.

 Outro cálculo feito pelo professor Leite mostra o status do iPhone 5S, com 16 gigabytes de memória. Os 2.799 reais (1.185 dólares) pagos no Brasil, representam 37% no Peru, 32% acima do preço da Colômbia, 31% maior do que no Chile e é 26% a mais do que no México. Ainda é 44% mais caro do que nos Estados Unidos e 18% maior do que na Alemanha.

 Segundo o professor, no Brasil são tributados bens de consumo de forma mais elevada, dando vantagens para empresas que preferem se estabelecer no país, em vez de apenas importar. Um especialista da IT Data Consulting, Ivair Rodrigues, avalia que nem todas as empresas acabam cedendo a esse jogo, porque às vezes o mercado brasileiro por si só não compensa o investimento. "Quando há viabilidade financeira para uma nova operação no Brasil, que acontece, no entanto, é que os consumidores domésticos não se beneficiam com preços mais baixos, uma vez que estas empresas simplesmente cobram mais para a instabilidade do ambiente de negócios e falta de confiança no país", destaca ele para o jornal.

O presidente do Instituto Brasileiro de Planeamento e Tributação, João Eloi Olenike, lembra que, em 1986, até hoje, os impostos no Brasil subiram de 22% do PIB para 36%. "O maior peso é o Imposto sobre Serviços de Marketing e IPI, mas o sistema mantém dificuldades reais. O governo brasileiro ainda tem uma mentalidade dos anos 50. O país entrou na era da globalização. Ao invés de enfrentar os enormes problemas de competitividade, o raciocínio é 'não se encaixam aqui'. A mercadoria entra pagando um pedágio alto", diz Olenike.

Fonte: Jornal do Brasil

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