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Demanda leva montadoras americanas a operar no limite

Publicado em 20/08/2013

As montadoras americanas estão produzindo veículos a um ritmo frenético, com fábricas operando 24 horas por dia como nunca antes, numa mudança que tem gerado aumentos significativos nos lucros

Depois de anos de demissões, fechamento de fábricas e processos de concordata, os fabricantes de automóveis e fornecedores de peças dos Estados Unidos estão operando no limite da capacidade. Acordos trabalhistas mais flexíveis com os sindicatos agora permitem que a General Motors Co., Ford Motor Co., e a Chrysler Group LLC produzam carros durante 120 horas ou mais por semana, ao mesmo tempo que pagam menos horas extras.

Quase 40% das fábricas de automóveis dos EUA agora operam em jornadas de mais de 80 horas semanais, comparado com 11% em 2008, diz Ron Harbour, sócio da consultoria Oliver Wyman Inc. "Nunca antes a indústria americana viu este alto nível de utilização da capacidade", diz ele.

As montadoras de Detroit fecharam 27 fábricas depois da crise financeira, quando a GM e a Chrysler passaram por uma recuperação judicial com a ajuda do governo. Mas as vendas de automóveis nos EUA dispararam depois de chegar ao seu ponto mais baixo em 2009, quando foram vendidos 10,4 milhões de veículos. Em julho, as vendas de carros e caminhonetes alcançaram um volume anualizado de 15,8 milhões de unidades, comparado com 14,2 milhões um ano antes. As vendas de automóveis no país atingiram um pico de 17,5 milhões de unidades em 2005. Naquele ano, o setor empregava 925.700 pessoas. No ano passado, a força de trabalho era de 647.600.

A combinação de um aumento nas vendas e capacidade de produção enxuta ajudou as montadoras americanas no ano passado a gerar o segundo maior lucro da história da indústria. As operações da Ford nos EUA registraram um lucro antes de impostos de US$ 4,77 bilhões no primeiro semestre deste ano, enquanto o lucro antes de juros e impostos da divisão da GM na América do Norte foi de US$ 3,4 bilhões no período.

Mas depois da experiência de quase falir durante a recessão, as montadoras relutam em investir em novas fábricas e equipamentos que criariam obstáculos para os lucros caso as vendas voltem a recuar. A nova fábrica de US$ 1 bilhão da Volkswagen no Estado americano do Tennessee recentemente demitiu 500 trabalhadores depois que as vendas de seu novo sedan Passat minguaram.

A solução para os fabricantes tem sido extrair o máximo das fábricas e empregados existentes. Para as montadoras americanas, mudanças nos contratos de trabalho têm sido fundamentais para ampliar a produção. Graças a uma série de acordos negociados com o grande sindicato United Auto Workers, as três grandes montadoras de Detroit — Chrysler, Ford e GM — agora podem incluir jornadas noturnas e de fins de semana sem pagar tantas horas extras como no passado. A adição de um terceiro turno, adotado por muitas fábricas, também reduz as horas extras. E o pagamento de horas extras só começa depois de 40 horas por semana, não depois de oito horas por dia, como antes. Além dessas economias e graças a acordos com os sindicatos, um operário recém-contratado hoje ganha cerca de US$ 15 por hora, ante os US$ 28 por hora pagos aos veteranos.

A Chrysler está produzindo todos os Jeep Wranglers que pode em sua fábrica em Toledo, no Estado de Ohio, e as concessionárias ainda se queixam da falta de estoque do modelo campeão de vendas. A fábrica tem funcionado quase que incessantemente, produzindo cerca de 800 Jeep Wranglers por dia, e pago horas extras para manter as linhas de produção operando 20 horas por dia, seis dias por semana, durante os últimos dois anos. Trabalhadores temporários preenchem as vagas quando empregados regulares não estão disponíveis.

Os gerentes da fábrica de Toledo mudaram recentemente os horários de descanso para extrair ainda mais da produção. Em vez de desligar a linha de montagem oito vezes por dia para pausas de rotina, eles contrataram trabalhadores adicionais para manter as máquinas em operação mesmo durante os intervalos. O resultado: cerca de 70 Wranglers a mais por dia. A um preço inicial de US$ 22.295 cada nos EUA, isso representa uma receita adicional de US$ 1,6 milhão ou mais por dia.

"Fomos capazes de aumentar a produção das plantas sem ter que comprar um monte de equipamento", diz Scott Garberding, chefe de produção da Chrysler.
A GM também está mantendo seis de suas fábricas nos EUA em operação durante a noite com três turnos. Em 2012, a GM produziu 3,24 milhões de veículos na América do Norte, ante 4,52 milhões em 2007, quando tinha cinco fábricas a mais. A Ford foi ainda além, acrescentando uma quarta equipe de trabalhadores em algumas fábricas de motor e transmissão para mantê-las funcionando 152 horas por semana.

A estratégia ajudou a expandir a produção em 600.000 veículos nos últimos 15 meses, o equivalente a cerca de três linhas de montagem, diz James Tetreault, diretor de manufatura da Ford na América do Norte. A Ford não tem planos para novas fábricas nos EUA, diz ele.

Mike Robinet, analista da consultora IHS Automotive, diz que as montadoras que estão dependendo de fábricas operando em vários turnos em breve terão de investir em expansões ou em novas fábricas para evitar perder vendas. "Já estamos no limite", diz ele.

Mas Tetreault, da Ford, diz que há sempre novas maneiras de produzir mais carros em fábricas existentes. "Nós não acreditávamos que poderíamos ter fábricas operando 120 horas [por semana] e agora estamos fazendo isso rotineiramente", diz. "Na manufatura, nunca dizemos que chegamos ao máximo".

Fonte: Christina Rogers – The Wall Street Journal

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