Publicado em 08/07/2013
Com o objetivo de reduzir o custo do combustível utilizado na cadeia da cana-de-açúcar, a pesquisa avaliou a possibilidade de adicionar etanol anidro à mistura de diesel e biodiesel disponibilizada hoje no mercado. Moretti utilizou uma mistura constituída de 2,15% de óleo diesel, 4,85% de biodiesel e 3% de etanol anidro. O estudo avaliou motores de compressão e observou as variáveis consumo, rendimento e torque comparando o diesel comum e a mistura desenvolvida na pesquisa.
A economia gerada com o novo combustível ficou estimada em 1,5% a 2,0% do custo. Segundo o engenheiro, a porcentagem é pequena, mas se torna significativa quando há um grande número de veículos envolvidos. "Ao retirar uma parcela do diesel da frota e introduzir etanol, você reduz o custo e ainda utiliza um material que, no caso de uma usina, ela mesma produz. Como o consumo é muito grande, o retorno acaba sendo significativo", explicou à Agência EFE.
Durante a pesquisa, o engenheiro avaliou duas usinas de processamento de cana-de-açúcar rodando 500 motores e a economia gerada foi de R$ 0,02 por litro, o que em cinco anos, acarreta uma redução de custo de cerca de R$ 1,8 milhão. A mistura também mostrou-se equivalente ao diesel comum na eficiência e potência no motor.
O engenheiro também explica que os testes foram realizados num motor mecânico, segundo ele, num motor eletrônico será possível ajustar a calibração e aumentar ainda mais a proporção da mistura sem perder eficiência. O pesquisador quer continuar os estudos para avaliar o desgaste dos motores na utilização do novo combustível em longo prazo. O engenheiro ressalta também que o diesel misturado ao etanol também se mostra eficiente na redução de poluentes. "Ainda são necessárias mais pesquisas na área, mas é sabido que pelo fato de o etanol ser um combustível limpo a emissão de resíduos tóxicos seria menor. Supondo que a ANP (Agência Nacional de Petróleo) homologue o combustível, ele poderia ser usado em frotas normais de ônibus e caminhões", afirmou.
A descoberta pode servir ainda, como incentivo de produção para a própria indústria do etanol que precisaria atender a mais uma demanda de mercado. Ricardo trabalha no departamento de Tecnologia da Raízen Energia S.A., uma joint venture envolvida com produção de etanol e açúcar, distribuição de combustível e cogeração de energia. O grupo tem interesse na possibilidade de juntar ao diesel o próprio etanol anidro que produz para a redução dos custos de produção do setor
Fonte: Redação R7.
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