Publicado em 10/10/2012
O vice-presidente da General Motors Brasil, Marcos Munhoz, classificou a meta de redução de 12% do consumo de energia dos carros até 2017, estabelecida pelo novo regime automotivo, como forte e surpreendente. "A meta de melhoria energética, de certa forma, nos surpreendeu. A gente não imaginava que o governo fosse estabelecer uma meta tão forte", disse. O Inovar-Auto foi anunciado pelo governo federal na última quinta-feira, 4, e prevê redução no IPI para montadoras que investirem na eficiência energética dos veículos.
Munhoz explica que a GM vai iniciar imediatamente a avaliação do atual consumo de combustível de cada uma das 20 linhas que a empresa fabrica atualmente, para então trabalhar no atendimento das metas. "A implementação da redução é que poderá ser mais demorada, mas alguns modelos serão mais fáceis de atingir a meta, outros mais difíceis", disse. "Para que isso aconteça, três coisas vão precisar melhorar: o motor e o sistema de transmissão, o resto do automóvel, com redução de peso e do atrito do pneu, e novos componentes que hoje não existem no produto", explicou. O executivo disse que ainda não é possível avaliar qual deve ser a mudança na nova fábrica de motores de Joinville (SC), que, segundo ele, começa a produzir em novembro.
O executivo pondera que a GM terá uma análise completa da política do governo, "que é complexa", nos próximos 40 dias, mas que as previsões de investimentos para a adequação dos veículos só devem estar concluídas no começo de 2013. A montadora ainda não divulgou plano de investimentos para os próximos cinco anos, porque, segundo Munhoz, aguardava a publicação do novo regime automotivo. A projeção dos R$ 5 bilhões investidos no projeto anterior termina neste ano.
Munhoz disse que a segunda fábrica de Joinville, que fabricaria transmissões e funcionaria ao lado da unidade de motores, deverá ser reavaliada em janeiro. O executivo explica que o projeto surgiu para exportação dos produtos para a Europa, mas "as coisas mudaram na Europa e os volumes que se projetava há dois, três anos atrás não são mais verdadeiros".
"Não quero fazer prognóstico, especulação, mas a situação na Europa não melhorou. Na verdade, piorou em relação ao que estava há três meses. Então, temos que esperar janeiro, mas é um desafio muito grande", disse o executivo. Segundo ele, parte da produção da planta seria absorvida pelo mercado interno, mas o projeto só é viável com a exportação.
O executivo destacou que a unidade de motores de Joinville já está produzindo os cabeçotes e, a partir de novembro, estará produzindo motores. O projeto prevê a fabricação anual de 150 mil motores, que serão destinados à planta de Gravataí, onde a GM está produzindo seu novo modelo, o Chevrolet Onix.
Fonte: Agência Estado
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