Publicado em 26/09/2012
Em 2017, as montadoras terão que produzir automóveis e veículos comerciais leves com 70% de peças
produzidas no Brasil ou no Mercosul, em média, para ficarem isentas da alíquota adicional de 30 pontos percentuais
de IPI (Imposto de Produtos Industrializados).
A determinação integra o conjunto de novas regras do regime
automotivo, que podem ser anunciadas amanhã (27) e têm duas metas principais.
A primeira é aumentar
o uso de peças produzidas no Brasil, para fortalecer a cadeia de autopeças e componentes. A segunda é
estimular a produção de carros que consumam e poluam menos e o investimento em pesquisa e inovação
no país.
A avaliação é que o novo modelo, a vigorar entre 2013 e 2017, permitirá que
carros nacionais disputem mercado no exterior. Hoje, eles não atendem às exigências dos países
desenvolvidos.
As novas regras representam um aumento nominal pequeno em relação à porcentagem de conteúdo
nacional, dos 65% vigentes para 70%.
Na prática, no entanto, a mudança será maior, porque o governo
vai mudar a base de cálculo desse percentual. Pelo sistema atual, a conta é feita sobre o faturamento das empresas,
podendo incluir até gastos com publicidade. Com isso, o índice de peças nacionais acabava reduzido para
em torno de 25%.
Com o novo regime, o cálculo passa a ser feito de acordo com as peças e os produtos utilizados
de fato na produção do automóvel.
O governo determinará ainda que os carros brasileiros melhorem seu consumo médio de 14 km/l de gasolina para
15,9 km/l a partir de outubro de 2016, um esforço de redução de 12,1% em energia consumida por quilômetro.
Se
produzirem carros que, em média, rodem 17,3 km por litro de gasolina em 2017, terão direito a um abatimento
de dois pontos percentuais na alíquota básica de IPI.
Essa alteração equivale a uma melhoria
na eficiência energética de 18,84%.
Para reduzir as emissões de gás carbônico pelos carros
nacionais, o governo acertou com as montadoras a meta obrigatória de redução de consumo a ser cumprida
nos veículos que serão comercializados entre outubro de 2016 e setembro de 2017.
A meta de eficiência
energética fixada para 2017, que deve ser desenvolvida no país até 2016, equivale à definida pela
Europa para ser implantada em 2015.
O governo vai estimular ainda o investimento em inovação tecnológica pelas montadoras. As que investirem
1% de seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento terão direito a um abatimento de um ponto percentual na alíquota
básica do IPI.
Hoje, por exemplo, a alíquota nos veículos a álcool e flex com motores entre
1.0 e 2.0 está reduzida de 11% para 5,5%. Nos modelos a gasolina com motores entre 1.0 a 2.0, de 13% para 6,5%.
Segundo
o governo, as montadoras instaladas há mais tempo no país estão adaptadas às novas regras de conteúdo
local. As mais atingidas serão as que começaram a se instalar no país nos últimos anos.
Fonte: Valdo Cruz, Folha de São Paulo.
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