Publicado em 27/01/2011
Conclusão desta variável no estudo "Cenários da Indústria Automotiva - RMC 2020".
Essa variável
sofreu modificações para comportar melhor o feedback recebido a partir das entrevistas do comitê estratégico. De acordo com
os resultados das etapas anteriores da prospectiva estratégica para o Setor Automotivo, acredita-se que o consumidor brasileiro
de produtos automotivos de 2020 será ainda mais exigente e ambientalmente consciente do que na atualidade. Dentre as características
do perfil consumidor de veículos consideradas mais relevantes, encontra-se a probabilidade do consumidor de veículos utilizarem
prioritariamente transportes alternativos. Essa questão a preocupação do setor em entender quanto o Setor Automotivo está
diretamente relacionado aos demais meios de transporte individuais, coletivos, alternativos ou públicos. Para tal, questionou-se
"Qual é a probabilidade que o consumidor de veículos utilize prioritariamente transportes alternativos (transporte público,
bicicleta, caminhada, entre outros)?". Assim, 72% dos especialistas acreditam que há uma possibilidade de até 30% de que o
consumidor de veículos de passeio priorize outros meios de transporte. A resposta mais frequente foi "20% de probabilidade"
e as demais medidas de tendência permaneceram em torno de 25%. Essa possibilidade é relativamente pequena, mas permite diversas
avaliações. Primeiramente, quais as implicações de um uso prioritário dos transportes alternativos em detrimento do veículo
de passeio? O veículo deve se adaptar a esse público? Quais as características que um veículo de passeio deve possuir que
permita que o consumidor ainda perceba valor em consumir esse produto mesmo não o utilizando como principal meio de transporte?
Levando em conta que no Brasil não é muito comum o hábito de "deixar o carro em casa", se três em cada 10 consumidores de
veículos deixarem seu veículo em casa para o seu uso diário, já será uma mudança importante no comportamento do consumidor.
Por
sua vez, considerando que no ano de 2020 a infraestrutura tenderá a ser defasada em relação à demanda e existirá a possibilidade
de um novo modelo de negócios no setor (serviço de mobilidade), novas oportunidades surgem para o setor. Produtos específicos
para esse tipo de consumidor deverão surgir, e, tomando como exemplo da fusão de serviços de telefonia (fixa, cabo, internet,
entre outros), é possível especular quais os novos arranjos e inovações que poderão surgir no setor. Entre elas estão: pacotes
de serviços de mobilidade multimodal (o consumidor pode optar por utilizar seu veículo, o transporte coletivo, ferroviário,
entre outros, dentro de um único fornecedor de serviços); compartilhamento de veículos cuja utilização é paga por hora; sistemas
inteligentes de transporte para indicar o veículo de aluguel disponível mais próximo; ou ainda, um serviço que indicaria o
veículo compartilhado mais próximo que irá para o destino informado pelo usuário e cujo custo pudesse ser rateado entre os
passageiros. E se esse serviço gerasse renda para o condutor, nos moldes da cogeração de energia elétrica? Ou seja, do mesmo
modo que o proprietário que gerar excedente de energia poderá vendê-la para a rede elétrica, o proprietário de veículo poderia
vender seu espaço excedente para outros passageiros com destinos semelhantes. Ou seja, existem diferentes modelos de negócio
que podem se tornar alternativas para o consumidor de produtos automotivos, sejam esses modelos concorrentes, complementares
ou até substitutos.
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