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O município de Paranavaí abriu nesta quarta-feira (22) a série de Círculos de Diálogo pela Saúde, promovida pelo Movimento Nós Podemos Paraná, do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Unimed Paraná e Secretaria de Estado da Saúde. Durante o encontro, profissionais, secretários municipais da região e acadêmicos levantam demandas e propuseram ações para as questões de saúde no município e na região.
"O Paraná trabalha, desde 2006, promovendo ações para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Apesar dos avanços, verificamos que os objetivos relacionados à saúde são os mais difíceis de serem alcançados, por isso teremos que trabalhar mais e unir esforços para mudar os indicadores", comentou o coordenador regional da Fiep em Paranavaí, Antonio Gonçalves Vicente.
Na avaliação do prefeito de Paranavaí, Rogério José Lorenzetti, é de extrema importância a união entre o poder público, iniciativa privada e sociedade civil em prol dos Objetivos do Milênio. "Uma população bem informada sabe como se prevenir das doenças e procura os serviços de saúde corretamente. É uma preocupação do município melhorar os indicadores relacionados à redução da mortalidade materna e infantil e atender melhor aos anseios da comunidade", disse.
Dentre as ações propostas, destacam-se a formação de uma equipe multidisciplinar em todos os municípios da região, que trabalhem aspectos sociais, culturais, acolhimento e humanização, crianças com baixo peso e gravidez na adolescência; implantação de programa de atenção integral à saúde do adolescente; qualificação de profissionais que realizam o pré-natal; acompanhamento da gestante com obstetra e profissionais especializados; orientação com relação ao aleitamento materno; e formação de parcerias para potencializar as ações já existentes.
Outra sugestão foi o intercâmbio de conhecimento entre acadêmicos de enfermagem e o apoio da regional de saúde, através do desenvolvimento de projetos. Pretende-se, desta forma, trabalhar com a formação dos profissionais de saúde, abordando questões relacionadas à aids e doenças sexualmente transmissíveis. Também foi sugerida a criação de um centro de apoio a adolescentes grávidas com dependência química, bem como um centro de educação infantil para atender às crianças.
O próximo Círculo de Diálogo pela Saúde acontece em Campo Mourão, na sexta-feira (24). As inscrições podem ser feitas pelo site www.nospodemosparana.org.br.
Óbitos podem ser evitados - Segundo Marcelo Campos Silva, vice-presidente da Unimed Paranavaí e médico da sessão de Vigilância e Saúde da regional da Secretaria Estadual da Saúde no município, a regional tem uma ideia razoável de onde estão os problemas e causas de óbitos maternos e infantis. "O que queremos agora é reunir diversos segmentos para sugerir projetos concretos, que ajudem a melhorar os indicadores da região", disse, ressaltando que boa parte dos problemas está na ineficiência do exame pré-natal e na falta de equipamentos.
Silva apresentou dados de mortalidade materna e infantil na região, destacando que a maioria dos óbitos são evitáveis. No ano de 2008, foram registrados 13,39 óbitos infantis para cada 1.000 nascidos vivos. De janeiro a junho de 2009, o coeficiente de mortalidade infantil registrado foi de 14,36. Os óbitos são causados, principalmente, por problemas originados no período perinatal, má formação congênita e anomalias cromossômicas, doenças infecciosas e parasitárias, doenças do aparelho respiratório e neoplasias. Em relação à mortalidade materna, as principais causas dos óbitos são abortos, parada cardiorrespiratória, choque anafilático e hipertensão na gravidez.
Um dado preocupante é a evolução dos casos de aids em mulheres. Entre 1988 e maio de 2009, foram registrados na região 292 casos, sendo 60% do sexo masculino e 40%, feminino. Entre 2007 e 2009, entretanto, nota-se um aumento no número de novos casos em mulheres: 64% contra 36% do sexo masculino. Os indicadores mostram, ainda, um aumento do número de casos em heterossexuais e casados.
A coordenadora da Regional de Saúde de Paranavaí, Helena Machado, destacou a união de forças. "Podemos contribuir muito com as propostas. Nosso trabalho tem sido intenso, mas vamos intensificar as ações de combate à mortalidade materna e infantil através do programa Nascer no Paraná: Direito a Vida", disse.
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