Nós Podemos Paraná

Mobilização é a base para a educação para a sustentabilidade

O tema foi discutido na manhã desta quinta-feira (07), no 1º. Congresso Nós Podemos Paraná, que acontece em Curitiba até sábado (09). Para os palestrantes, educar para a sustentabilidade requer a interação entre o capital humano e o capital social
 
O Paraná superou as metas definidas pelo Ministério da Educação (MEC) no que diz respeito aos números medidos pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). O Estado ficou em primeiro lugar, com média 5, no Ensino Fundamental, em 2007, mas ainda falta articulação e mobilização dos setores público, privado e civil em prol da implementação de políticas públicas de incentivo à educação para a sustentabilidade. Esta foi a tônica dos debates da mesa redonda que aconteceu na manhã desta quinta-feira (07), no Cietep, em Curitiba, durante o 1ª Congresso Nós Podemos Paraná. Realizado pelo Movimento Nós Podemos Paraná, que é articulado pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), o Congresso acontece junto com a 7ª Mostra de Ação Voluntária – Cidadania e Responsabilidade Social.   

Falando sobre o tema “Mobilização para a Educação”, o superintendente do Sesi, Jose Antônio Fares, abriu os trabalhos afirmando que a mobilização deve estar diretamente ligada à sustentabilidade. “Não há possibilidade nenhuma de uma nação ter desenvolvimento sustentável sem que haja mobilização”, disse. Para ele, educar para a sustentabilidade requer a interação entre o capital humano e o capital social.

“O desenvolvimento econômico deve estar a serviço do desenvolvimento socioambiental para garantir a geração do futuro”, afirmou Fares. Para ele, a idéia não é utópica, mas precisa ser trabalhada em todos os âmbitos, começando pela educação básica.  “Aqui no Paraná temos resultados muito bons em ações de desenvolvimento social local que devem inspirar novas iniciativas”, completou.

Um dos exemplos foi apresentado pelo representante da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, Wagner Roberto do Amaral. Ele falou sobre o Paraná Alfabetizado, implementado em 2003 pelo Governo do Estado com a parceria do Governo Federal, com o objetivo de alfabetizar jovens com mais de 15 anos, adultos e idosos. Desde sua primeira edição, o programa já alfabetizou 216.941 pessoas, e agregou ao quadro de educadores cerca de 17 mil alfabetizadores.

“Nossa meta é chegar ao índice de analfabetismo de 4%, que é o considerado aceitável pela ONU”, disse Amaral, informando que em 2006 (último dado disponível) este índice era de 6,5% no Estado. Para reduzir o nível de analfabetismo, segundo o coordenador, é necessário atingir o maior número de municípios possível com mobilização, “principalmente aquelas regiões que têm um IDH muito baixo”.

Voluntariado – Mais de 50 projetos de instituições sociais, ONGs e universidades estão sendo apresentados na 7ª. Mostra de Ação Voluntária. De acordo com a presidente do Centro de Ação Voluntária (CAV) de Curitiba, Malu Nunes, o movimento do voluntariado é uma ação de cidadania e tem crescido nos últimos anos. “Nestes dez anos de CAV, percebemos um amadurecimento e crescimento das instituições que se preocupam com o voluntariado e com projetos sociais. A sustentabilidade é o grande desafio das organizações. É necessário unir forças e contribuir para a mudança de práticas”, disse Malu, na abertura do evento, na noite de quarta-feira (06).

“O voluntário é aquele que doa seu tempo e sua energia para os movimentos sociais”, afirmou o diretor da Fiep, Sandro Nelson Vieira, que representou o presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, na abertura. Para ele, o trabalho voluntário está muito relacionado à sustentabilidade. “Não há como pensarmos a sustentabilidade sem passarmos pela educação básica. É por isso que a maioria dos projetos é voltada a esta área”, disse, reforçando a temática do Congresso, que visa discutir formas de trabalhar os Objetivos do Milênio, com foco na educação.

Para a coordenadora regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Anna Penido Monteiro, com a mobilização e articulação voluntária entre os três setores será possível alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), uma série de metas sócio-econômicas propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU), que deverão ser alcançados até 2015.

“O Paraná saiu na frente e há uma previsão otimista de que os ODM sejam alcançados até 2010”, disse Anna, citando o Movimento Nós Podemos Paraná que, desde 2006, mobiliza a população em torno de ações que contribuam para que o Estado alcance as metas até 2010, cinco anos antes do prazo estipulado pela ONU.

“O Nós Podemos Paraná é referência para discussões em todo o país. O trabalho voluntário realizado em todo o Estado tem servido de base para projetos em outras regiões”, comentou.

Transformação – Um exemplo de sucesso que alia trabalho voluntário e articulação é a Escola Municipal Vila Zanon, no bairro Tatuquara, em Curitiba. Há dois anos, a escola passou por uma transformação, após a implantação de um modelo participativo de gestão. “As crianças participam e os pais ajudam nas atividades do dia a dia dos filhos. Além disso, a comunidade também está presente e ajuda a preservar a escola”, conta o professor Antonio Ulisses Carvalho, que dirigiu a instituição até 2007. “Na hora do recreio, nossos alunos brincam e lêem. Implantamos uma biblioteca na parede, na qual os livros ficam acessíveis às crianças o tempo todo”, disse, ressaltando que este modelo ajudou a escola a elevar a qualidade da educação e aumentar a nota no IDEB.