Loures lança movimento das cidades pela educação
Cerca de 500 pessoas participaram do lançamento, ocorrido numa das maiores oficinas de evento mundial
em Porto Alegre
O presidente do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) Rodrigo da Rocha
Loures, lançou nesta sexta-feira (15), durante a Conferência Mundial sobre Desenvolvimento de Cidades, em Porto
Alegre (RS), o Movimento das Cidades pela Educação Básica.
A idéia será levada a outros estados brasileiros, a partir do Paraná, construindo assim uma grande mobilização
nacional em prol de ações efetivas para a melhoria do sistema público de ensino, com foco na educação
básica. “Temos que construir uma nova vontade coletiva para melhorar a qualidade da educação das
nossas crianças”, destacou Rocha Loures. “A idéia é fazermos esta mobilização
nas cidades usando o período eleitoral deste ano para comprometer os candidatos com novas metas para o ensino público.”
Cerca de 500 pessoas participaram do lançamento, ocorrido numa das maiores oficinas do evento mundial. O trabalho de
apresentação foi subsidiado por uma pesquisa aplicada na conferência. O levantamento mostrou que 70% das
pessoas têm interesse em participar de esforços para “melhorar significativamente a educação
nos municípios”.
A oficina coordenada pelo presidente da Fiep reuniu especialistas ligados à educação, como Cláudio
de Moura Castro. Segundo ele, a educação brasileira não se moderniza por falta de pressão e participação
da sociedade. Ele mostrou dados que colocam a educação como a sétima prioridade da nação.
“Os políticos têm radar e sabem que isso não está na ponta das necessidades que precisam
ser sanadas. As coisas só são consertadas quando há uma crise, por isso o protagonismo da sociedade é
vital”, disse.
Lucia Dellagnelo, doutora em educação, afirmou que a escola ainda está muito fechada para a comunidade
e é preciso criar uma sistemática que mostra aos pais como eles podem ter acesso ao estabelecimento de ensino
onde o filho estuda. “Maior participação das famílias representa fortalecimento social. Os pais
também podem ser educadores”, afirmou ela.
O diretor executivo do movimento Todos pela Educação, Mozart Neves Ramos cobrou a criação de uma
lei de responsabilidade educacional. “O maior crime que um gestor público pode cometer é não oferecer
uma educação de qualidade para a população da sua cidade”, destacou. A opinião foi
referendada pelo prefeito de Apucarana, Valter Pegorer, que expôs o modelo de ensino do município, onde foi implantado
um sistema de educação integral que beneficia 11 mil crianças. “Ao contrário do que imaginam
os prefeitos, educação dá voto.”
A secretária de educação do Rio Grande do Sul, Marisa Abreu, cobrou maior participação
da classe média na escola pública. “Como a classe média não usa o ensino público
há uma certa dificuldade de transformar a qualidade de ensino numa necessidade da sociedade”, disse, destacando
que isso começa a mudar com a preocupação do empresariado na formação de crianças
e jovens. “Educação não é mais papo de profissionais do ensino e de intelectuais”,
disse.
Envie para um amigo