Barueri, 17/01/2008
Barueri usa pesquisas
para melhorar ODM
Município da Grande São Paulo faz levantamentos
para monitorar seu desempenho nos Objetivos do Milênio e criar políticas públicas
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O município de Barueri, na Grande São Paulo, está usando pesquisas para monitorar seu desempenho nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM, uma série de metas socioeconômicas que os países da ONU se comprometeram a atingir até 2015). A prefeitura encomendou um estudo ao IBOPE (Instituto de Opinião Pública e Estatística) em 2006 e outro no ano passado, que deve ser divulgado em fevereiro. A partir de então, planeja-se um acompanhamento anual dos indicadores.
O primeiro levantamento restringiu-se ao bairro Parque Imperador, considerado a área mais pobre de Barueri. Lá, 54% dos moradores têm renda per capita inferior a um salário mínimo e metade dos habitantes sofre algum tipo de insegurança alimentar. A situação contrasta com o moderno parque empresarial e os luxuosos condomínios desse município que abriga 31 mil pessoas pobres, de acordo com o Censo 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Mesmo tendo um IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) de 0,826, melhor que o do Estado de São Paulo (0,814), Barueri está entre as cidades mais desiguais. Dentre os municípios que têm mais de 200 mil habitantes, Barueri é o de maior desigualdade de renda: seu Índice de Gini é 0,69, de acordo com dados do Atlas de Desenvolvimento Humano PNUD, que utiliza as informações do Censo 2000.
Para melhorar esse quadro, a prefeitura desenvolveu projetos a partir de análise do estudo do IBOPE e incorporou em 2006 os ODM à gestão, a exemplo do que fazem Santo André (SP) e Apucarana (PR). “Todas as secretarias participam, de alguma forma, com ações direcionadas a melhorar cada um dos oito Objetivos do Milênio”, afirma o secretário de Gabinete de Governo, Luiz Roberto Corrêa. Em todos programas que possuem alguma relação com os ODM, a prefeitura de Barueri já gastou R$ 26,4 milhões, de acordo com números oficiais.
Um dos principais eixos do programa é a urbanização das favelas e do Parque Imperial. Em 2007, 158 famílias ganharam novas moradias na região, com ampliação da rede escolar, de bibliotecas e um posto policial. Atividades complementares, como aulas de informática e esportes, também foram incentivadas para envolver alunos da área fora do período de aula.
Outra frente da iniciativa é a da capacitação. O Núcleo de Moda do Parque Imperial dá cursos de costura com metodologia do Senac e noções de gestão em cooperativa. Há também um projeto de padarias artesanais, que os alunos aprendem a fazer pães, doces e salgados com valor nutricional. Ao todo, a capacitação beneficia 1.200 famílias, segundo a Prefeitura.
O próximo levantamento será não apenas sobre o Parque Imperial, mas sobre todas as regiões do município, que começam também a serem beneficiadas pelos programas.
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