04/07/2006

Mortalidade Infantil

30 municípios paranaenses já atingiram a meta de reduzir em dois terços a taxa de crianças que morrem antes de fazer cinco anos

Na saúde infantil, 47 cidades cumprem ODM


Municípios já atingiram a meta dos Objetivos do Milênio de reduzir em dois terços a taxa de crianças que morrem antes de fazer cinco anos


 


Pelo menos 47 cidades brasileiras já cumpriram o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio relacionado à mortalidade infantil. Entre 1991 e 2000, elas reduziram em mais de dois terços a proporção de crianças que morrem antes de completar cinco anos de idade, ou seja, atingiram a meta com 15 anos de antecedência. Dos menos de 50 municípios que conseguiram a façanha, 30 são do Paraná - mais de 60% do total. Os dados são do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil, desenvolvido pelo PNUD e parceiros.


A qualidade do trabalho de educação das mães e cuidados a gestantes, bebês e crianças foi o diferencial que permitiu que os municípios paranaenses se destacassem no combate à mortalidade, segundo Nereu Henrique Mansano, ex-diretor da divisão de Saúde da Criança da Secretaria de Saúde do Paraná (1997-1998) e ex-presidente do Comitê de Prevenção da Mortalidade Infantil do Estado (1998-2002).


"O que pode ter contribuído é a melhoria da qualidade do pré-natal. Porque o acesso ao pré-natal já era bastante expressivo, mas o serviço melhorou. E quando melhora a qualidade do pré-natal, se reduzem as mortes por causas pré-natais. Se trabalhou muito nisso", afirma Mansano. "Também melhorou a qualidade da assistência ao parto e ao recém-nascido, que é a atenção básica às famílias. Com isso, também diminuíram as mortes pós-neonatal [bebês com idade entre 1 e 11 meses de vida], causadas principalmente por diarréias, pneumonias e outras doenças respiratórias", completa.


Esse trabalho preventivo foi um fator decisivo para a redução da mortalidade, concorda o ex-secretário estadual de Saúde Armando Raggio (1995-2001). "As cidades paranaenses têm uma rede de serviços públicos razoável, a cobertura de água tratada é de quase 100%. O que faz diferença é o trabalho de proteção à maternidade e à infância", frisa.


Para o economista Sérgio Carlos Carvalho, professor da UEL (Universidade Estadual de Londrina), a elevação do nível de escolaridade das mães também contribuiu. "Cuidados simples como ferver a água ou o leite antes de dar para a criança têm um impacto expressivo na redução da taxa de mortalidade. As mulheres que têm maior escolaridade sabem da importância desses cuidados", afirma.


O município brasileiro que mais reduziu a proporção de mortes entre crianças foi Quatro Pontes (PR). A cidade, que tem 3,6 mil habitantes e fica no extremo oeste do Estado, conseguiu diminuir a taxa de mortalidade em 78,6% entre 1991 e 2000. O número de óbitos a cada mil nascidos vivos despencou de 32,8 para 7,0. Segundo o prefeito, Silvestre Kuhn, o trabalho de orientação das mães na década de 90 contribuiu para o resultado. "Além disso, o nível de escolaridade aqui é mais alto", destaca.


A cidade vizinha Entre Rios do Oeste foi a segunda que mais reduziu a taxa. O município, de apenas 3,3 mil habitantes, diminuiu a mortalidade até cinco anos em 77%. O total de mortes caiu de 32,8 para 7,5 a cada mil nascidos vivos. O acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças foi o fator que mais contribuiu para o resultado, de acordo com a chefe da Divisão de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, Lenir Bresch.


Dentre as ações que mais contribuíram para a queda, Lenir aponta uma parceria entre a prefeitura e a Pastoral da Criança - iniciativa da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) voltada ao combate à mortalidade infantil. Segundo ela, o acordo permitiu que, a partir de 1993, fosse feito o monitoramento mensal do estado físico das crianças. "Todos os meses a pastoral pesa e mede as crianças. Esse trabalho de acompanhamento nutricional é bastante eficiente. Quando a criança está abaixo do peso ou da altura certa para a idade, elas são encaminhadas para os serviços de saúde e social da prefeitura, para receberem atendimento e cestas básicas", conta Lenir.


 


Mortalidade cai em praticamente todas cidades, mas de maneira desigual


 


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