(Foto: Adobe Stock)Um estudo inédito sobre gêneros cinematográficos abrangendo filmes lançados entre 2009 e 2017 em salas de exibição, divulgado pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), mostra que os filmes brasileiros têm um retorno muito grande e são competitivos.
A superintendente de Análise de Mercado da Ancine, Luana Rufino, explicou à Agência Brasil que não dá para fazer uma comparação, por exemplo, entre um drama brasileiro com um filme de ação estrangeiro. É preciso ver como filmes de um mesmo gênero competem entre si, para verificar se o produto está sendo competitivo naquilo que o mercado nacional se propõe a lançar de produção brasileira.
Como era de se esperar, o gênero comédia tem o melhor indicador de performance, menor que o do filme estrangeiro. Luana explicou que quanto menor é esse indicador, melhor. "Ele mostra quantos lançamentos são necessários ser feitos para que tenha um lançamento de sucesso. Enquanto a gente tem 2,3 lançamentos necessários para serem feitos para ter um lançamento de sucesso, para estrangeiros o número é 5,1. Então, em comédia, os filmes brasileiros são bastante competitivos".
Também em drama e ação os filmes nacionais são bastante competitivos. Em ação, o indicador brasileiro é melhor que o estrangeiro. "No que os filmes brasileiros se propõem a lançar, a cada 4,3 filmes de ação de produções brasileiras, eu consigo ter um competitivo, enquanto nos filmes estrangeiros o indicador é 4,4. Drama, filmes nacionais e estrangeiros apresentam o mesmo indicador, o que mostra que o Brasil também tem um lançamento competitivo".
Devido à insuficiência de lançamentos, a Ancine não conseguiu fazer um indicador para animação e terror.
Market share
A Ancine fez também uma estimativa sobre quanto o País ganharia em termos de market share (quota de participação) se lançasse os filmes brasileiros em sua escala mínima de eficiência, ou seja, se produzisse mais lançamentos em outros gêneros cinematográficos. O resultado alcançaria 25,4% de market share ou dez pontos percentuais acima do que se tem hoje, segundo Luana.
Em termos de público, a superintendente da Ancine disse que o Brasil obteve um desempenho melhor em 2018 do que em 2017. "Todos os indicadores de 'performance' do filme brasileiro melhoram muito em 2018 em número de sessões, em participação de público, em público total, em renda, em permanência do filme em cartaz. Isso inclusive retirando dessa comparação os filmes que performam muito acima da média e acabam distorcendo o resultado".
A superintendente explicou ainda que a política do Brasil teve eficácia, mas na Coreia do Sul o caso foi "excepcional e totalmente estruturado". Segundo Luana, a Coreia do Sul não tinha a tradição cinematográfica de nações da Europa e conseguiu dar esse "pulo do gato".
O estudo mostra também que o gênero drama apresenta o maior número de lançamentos nacionais e estrangeiros, com média de 153,6 filmes por ano no período 2009 a 2017, enquanto a média de público é maior para os filmes de aventura (1.888.401 por lançamento). Embora seja competitivo naquilo que se propõe a lançar, segundo Luana falta ao setor audiovisual brasileiro ter não só lançamentos em todos os gêneros de mercado, mas também uma constância desses lançamentos. "Tem que ter, como na Coreia do Sul, aquele número de lançamentos mínimos por gênero para poder conquistar aquele mercado".
Com informações da Agência Brasil.
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